quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Reservas de sangue em baixa (A e 0 positivos)

Reservas de sangue tipo A e 0 positivos estão abaixo do desejável
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As reservas de sangue dos tipos A e 0 positivo "estão abaixo do desejável, mas não há razão para alarmismo", considerou hoje o presidente do Instituto Português do Sangue, que entende, no entanto, que a situação deve servir como apelo a mais doações.
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Em declarações à Agência Lusa, Gabriel Olim explicou que há uma reserva de três dias nos grupos A e 0 positivo para a satisfação do fornecimento das necessidades diárias dos hospitais, adiantando que o "confortável seria uma reserva de sete dias".
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Na última monitorização feita pelo Instituto Português de Sangue (IPS) às reservas da "esmagadora maioria dos hospitais", por volta das 12h00 de hoje, não havia registo de qualquer falta de sangue ou qualquer doente em perigo.
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"A situação está permanentemente a ser controlada, gostaríamos de ter mais reservas, mas não há necessidade para qualquer alarme", sublinhou.
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"Numa situação catastrófica, as reservas deveriam esgotar-se num dia, porque, mesmo com uma adesão maciça de voluntários, haveria dificuldades ao nível do processo de colheitas e devido aos prazos referentes aos resultados das análises. Mas actualmente não há razão para dramatismos", disse.
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O responsável explicou que, depois dos períodos festivos e de encerramentos de empresas para balanços, "esta não é a altura mais propícia para recolhas de sangue".
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Também o combate às listas de espera de cirurgias, que "aumentam o consumo de sangue", e as constipações e gripes sazonais, que fazem as pessoas ficar em casa, contribuem para uma diminuição das reservas, acrescentou. Idealmente deveriam ser recolhidas mil doações diárias.
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O IPS é responsável pela gestão de 60 por cento do sangue em Portugal, mas acaba por ter de fornecer 80 por cento das necessidades, porque os 26 hospitais que fazem as recolhas estão abaixo dos níveis satisfatórios, informou Gabriel Olim.
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As previsões destes estabelecimentos indicam um défice para este ano entre colheita e consumo, que terá de ser colmatado pelo próprio instituto. Espera-se uma recolha de 168,340 unidades de sangue contra o uso de 196,710.
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"Também não podemos responder quando os hospitais solicitam 100 sacos. O IPS tem que gerir os consumos e as exigências de cada hospital e mediante se tem ou não bancos de emergência", sublinhou.
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No total, em 2007 foram colhidas 206,641 unidades de sangue, mais 5 por cento que no ano anterior (195,651 unidades). Para este ano, são estimadas 215 mil unidades.
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Face ao limite dos recursos humanos para integrarem as brigadas que recolhem sangue nas unidades móveis, responsáveis por cerca de 80 por cento das recolhas, Gabriel Olim chamou a atenção para a necessidade das pessoas se dirigirem aos postos fixos. "Não podemos fazer mais, com o pessoal de que dispomos para as brigadas", referiu.
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Gabriel Olim avançou ainda que 30 por cento das pessoas que se apresentam como voluntárias estão impossibilitadas de serem doadoras devido, por exemplo, a doenças ou toma de medicamentos. (Público)

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