quarta-feira, 30 de abril de 2008

Substitutos de sangue aumentam risco de morte

O uso de substitutos de sangue para tratar quem precisa de uma transfusão poderá aumentar 2,7 vezes o risco de ataque cardíaco, e alguns ensaios clínicos relativos a cinco produtos concluíram que o risco de morte aumenta em cerca de 30 por cento, adianta um estudo dos Institutos Nacionais de Saúde norte-americanos (NIH) que será publicado na edição de 21 de Maio do Journal of American Medical Association.
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O estudo foi coordenado por Charles Natanson, do NIH, que usou os dados de análises anteriores para avaliar a relação entre cinco substitutos de sangue baseados na hemoglobina e os riscos de ataque cardíaca e morte. Os cinco produtos tinham sido usados em intervenções cirúrgicas e em traumatizados ou vítimas de acidentes vasculares cerebrais e as bases de dados incluíam informações de 3711 pacientes com mais de 19 anos. Verificaram-se 164 casos entre as pessoas tratadas com substitutos de sangue e 123 mortes no grupo ao qual não foi ministrado qualquer produto.
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Desta forma, o estudo concluiu que os substitutos de sangue estão associados a um aumento de 30 por cento no risco de morte e, em todos os testes combinados,, os riscos de ataque cardíaco aumentaram 2,7 vezes.
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"Os promotores dos ensaios são obrigados, por lei, a divulgar os resultados à Food and Drug Administration (FDA, a entidade reguladora dos medicamentos nos EUA) depois de estarem completos, mesmo que não publiquem os seus resultados. No entanto, os dados apresentados à FDA não são tornados públicos até que o produto seja aprovado", salientam os autores. Por isso, defendem que "os resultados de todos os ensaios clínicos (...) devem ser divulgados rápidamente às comunidades médica e científica".
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Este caso "sublinha a ineficácia científica e os verdadeiros riscos para os pacientes da falha em disponibilizar prontamente a informação", adiantou Charles Natanson. Os investigadores sublinham ainda que, se a FDA tivesse efectuado uma análise semelhante no ano 2000, ter-se-ia tornado óbvio que aqueles produtos aumentam o risco de morte. (Público)

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Doenças reumáticas. Praia ou termas?


Com base no livro “Reumatologia Clínica” do Prof. Doutor Mário Viana de Queiroz e através da Campanha Nacional da Artrite Reumatóide, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, alerta e aconselha os doentes reumáticos para uma maneira segura e saudável de gozarem as suas férias.
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Os doentes reumáticos perguntam frequentemente aos seus médicos se devem gozar as férias na praia ou nas termas.
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Em doenças reumáticas, como por exemplo no Lúpus Eritematoso Sistémico, a praia não é segura e pode mesmo ser fatal já que as radiações ultra-violetas da luz solar agravam a doença.
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Pessoas com Artrite Reumatóide, com Espondilite Anquilosante, e outras doenças reumáticas inflamatórias agudas e crónicas, em fase de agudização, pioram na praia, logo não é melhor sítio para passarem os seus dias de descanso.
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No entanto, se os doentes estiverem a tomar a medicação e forem orientados pelo seu médico podem fazer férias junto ao mar, mas nunca devem estar em contacto directo com o sol.
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A montanha não é aconselhada aos doentes reumáticos no Inverno, mas pode ser uma alternativa no Verão. O campo é excelente para as férias dos doentes reumáticos crónicos.
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Um local sempre perfeito é algum hotel ou outro tipo de instalações com piscina de água quente para poderem exercitar as suas articulações, no entanto outro factor a ter em consideração é que estes doentes não devem viajar de automóvel, mas sim de comboio.
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Mas acima de tudo, a melhor recomendação é que descansem, e gozem muito as férias, para não chegarem a casa ainda mais cansados.
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juliana.pereira@farmacia.com.pt

Roche e Aspreva colocam em espera fármaco para a nefrite lúpica

Roche e Aspreva colocam em espera fármaco para a nefrite lúpica
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A Roche e a Aspreva Pharmaceuticals não irão apresentar de momento uma candidatura para a aprovação do CellCept, fármaco para evitar a rejeição em caso de transplantes de órgãos, como tratamento para a nefrite lúpica. Segundo as companhias, o fármaco não demonstrou efectividade nos testes clínicos avançados.
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Esta decisão prende-se com o facto dos resultados preliminares, conhecidos em Junho, terem demonstrado que o principal objectivo não foi atingido, uma vez que o Cellcept (micofenolato de mofetil oral) não demonstrou ser um tratamento superior em relação ao fármaco intravenoso ciclofosfamida. As companhias estavam a observar a capacidade do fármaco em induzir uma resposta nos pacientes. Os resultados completos do estudo, que se encontrava na terceira e final fase necessária para a aprovação, só serão apresentados posteriormente.
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Não é apresentado um novo fármaco para o lúpus, nem para a nefrite lúpica há 40 anos, nos Estados Unidos. Os actuais tratamentos de indução envolvem a utilização, não incluída na rotulagem, de fármacos existentes para o cancro, tais como a ciclofosfamida, esteróides, e imunossupressores, como a azatioprina. Estes tratamentos podem ainda apresentar efeitos secundários que põem em risco a vida dos pacientes e que podem ser piores que a doença em si.
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Refira-se ainda que o micofenolato de mofetil não está actualmente aprovado pela FDA para o tratamento de qualquer doença auto-imune. Em Portugal, o CellCept está indicado como terapêutica combinada com ciclosporina e corticosteróides na profilaxia da rejeição aguda do transplante cardíaco ou renal.
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O presidente da Aspreva, Dr. J. William Freytag, declarou que ao conduzir este ensaio, a companhia tem tido e continuará a ter um impacto nas decisões clínicas informativas no tratamento da nefrite lúpica e, com a fase de manutenção ainda em progresso, a Aspreva está comprometida em aumentar o conjunto de provas científicas, para apoiar uma melhor compreensão das opções de tratamento disponíveis, para os pacientes que sofrem desta doenças.
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Lúpus e Nefrite Lúpica.
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O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES), mais conhecido por lúpus, é uma doença auto-imune crónica que faz com que o organismo ataque os seus próprios tecidos e articulações. A nefrite lúpica, considerada como uma doença que coloca a vida em risco, apesar de rara, é a manifestação mais grave do LES. Se não for tratada, pode provocar falha renal, necessidade de fazer diálise, e potencialmente levar à morte. É uma doença complicada, devido ao facto dos pacientes tipicamente oscilarem entre períodos de intensa actividade da doença, durante os quais o sistema imunitário dos pacientes está activamente a atacar e a provocar dados nos rins, e períodos de remissão.
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A Aspreva estima que existam cerca de 600 000 pacientes diagnosticados com nefrite lúpica em todo o mundo. Não são conhecidos dados de incidência ou prevalência do LES em Portugal, e os estudos de caracterização clínica da doença são escassos.Isabel Marques (Farmacia)

Terapia genética combate um tipo raro de cegueira

Tratamentos feitos nos Estados Unidos e na Inglaterra
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Uma terapia genética experimental permitiu restaurar parcialmente a visão a quatro pessoas. O ensaio clínico foi feito com sucesso em três jovens adultos no Hospital Pediátrico de Filadélfia. Outros três jovens receberam um tratamento paralelo feito por outra equipa na University College de Londres, destes só um é que teve resultados positivos.
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A terapia foi feita à amaurose congénita de Leber (ACL). Uma degenerescência progressiva dos receptores de luz da retina que pode ser causada por mutações em diferentes genes e que leva à cegueira. Neste caso os pacientes tinham uma mutação no gene RPE65.
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A visão dos quatro pacientes não foi totalmente recuperada. No entanto, segundo Albert Maguire, professor de Pediatria no serviço de Oftalmologia da Faculdade de medicina da Universidade da Pensilvânia, os resultados preliminares podem estimular os estudos para o tratamento do ACL e de outro tipo de cegueiras.
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Os três pacientes dos Estados Unidos, duas mulheres e um homem entre os 19 e 26 anos, conseguiram passar a ler linhas do quadro usado pelos oftalmologistas para testar a visão. Antes, só conseguiam detectar o movimento das mãos. Os pacientes constataram melhorias duas semanas depois. Até agora, a terapia não provocou inflamação da retina nem outros efeitos secundários tóxicos, sublinharam os investigadores norte-americanos.
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O tratamento foi feito a partir de um vírus modificado que foi injectado na retina dos pacientes. O vírus continha milhões de cópias da versão normal do gene RPE65. Ao infectar as células, estas passaram a produzir proteínas saudáveis a partir da nova versão do gene.
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"Pensamos que as melhorias da visão seriam ainda mais pronunciadas se este tratamento fosse realizado na infância, antes de a doença progredir", disse Jean Bennet, professora de Oftalmologia da Universidade da Pensilvânia.
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Maguire e a sua mulher Jean Bennet fizeram parte da equipa de investigadores que conseguiu pela primeira vez inverter a cegueira em cães afectados por uma degenerescência semelhante da retina, recorrendo à mesma terapia.(Público)

sábado, 26 de abril de 2008

Chá verde eficaz no tratamento de inflamações de pele


As propriedades do chá verde podem revelar-se uma solução promissora para o tratamento de inflamações da pele, como é o caso da caspa, das lesões provocadas pelo Lupus ou da psoríase, demonstra um estudo realizado por investigadores norte-americanos.
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Nas doenças de pele, como a psoríase, que se reconhece pelas suas formações escamosas prateadas e pelas placas de diversos tamanhos, dá-se uma produção anormalmente elevada de células cutâneas. As células imunitárias do organismo são também activadas, permitindo que a inflamação se instale.
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Os cientistas do “Medical College of Georgia” dividiram um conjunto de ratos em dois grupos - um deles recebeu banhos frequentes de água quente, o outro foi lavado com uma mistura de extracto de chá verde e água. Este último grupo desenvolveu lesões na pele muito mais tardiamente do que os roedores que foram lavados apenas com água quente. Para além disso, os ratos que tomaram banho com a mistura de chá verde e água registaram lesões menores e menos inflamadas.
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Os cientistas observaram que o chá verde atrasa a produção de células da pele através da regulação da actividade da enzima caspase-14, envolvida no ciclo de vida das células da pele. Conforme explicou Stephen Hsu, orientador do estudo publicado no “Experimental Dermatology”, estas conclusões são muito relevantes para os doentes portadores de psoríase ou caspa, cujos tratamentos comportam sérios efeitos secundários. De acordo com este especialista, o chá verde pode ser uma alternativa, no entanto, são precisas mais investigações para superar algumas barreiras relacionadas com o tratamento e para avaliar todos os possíveis efeitos.
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Os elementos químicos presentes na composição do chá verde são muito activos o que faz com que oxidem muito rapidamente quando associados a outros ingredientes. É também preciso ter em conta que estes elementos se dissolvem em água, impedindo-os de penetrar a barreira da pele. Para fazer face a estas contrariedades os investigadores estão a trabalhar numa fórmula equilibrada, capaz de ser dissolvida na gordura, e que possa penetrar na pele.Marta Bilro (Farmacia)

Controlar o stress alivia sintomas do Lupus



Reduzir o stress nos pacientes com Lupus pode aliviar alguns sintomas da doença como a perda de peso, a fadiga, a febre, as dores e a inflamação das articulações, revela um estudo realizado por investigadores espanhóis. Esta pode ser uma boa notícia para os cerca de 7 mil portugueses que vivem com a doença.

Os cientistas da Universidade de Granada observaram que os pacientes que receberam terapia psicológica registaram uma diminuição significativa nos níveis de stress diário, que ocorre em circunstâncias de pouca relevância mas com bastante frequência, e uma redução nos níveis de ansiedade e depressão, atingindo níveis de stress ainda mais baixos do que os da população em geral.

Nuria Navarrete Navarrete, Juan Jimenez Alonso and Maria Isabel Peralta Ramirez, responsáveis pela investigação, aplicaram a terapia anti-stress num grupo de doentes que sofriam de Lupus, de forma a ensiná-los a gerir o stress e, consequentemente, reduzir os efeitos negativos do Lupus.

Os resultados da pesquisa, divulgada pelo “Psychosomatic Medicine”, demonstraram que os pacientes com Lupus que receberam a terapia melhoraram significativamente a qualidade de vida tanto a nível físico como psicológico. Os doentes submetidos a este tratamento apresentaram menos sintomas relacionados com a pele e o músculo esquelético, característicos dos pacientes com Lupus.

O Lúpus é uma doença crónica que pode afectar pessoas de ambos os sexos e em todas as idades sendo, no entanto, mais frequente entre as mulheres adultas. Esta patologia surge sob a forma de inúmeros sintomas o que dificulta o seu diagnóstico. Em Portugal, entre cinco mil a sete mil pessoas sofrem desta doença. Segundo Marta Barreto, investigadora da genética do Lúpus no Instituto Gulbenkian da Ciência (IGC), encontram-se inscritos na Associação de Doentes com Lúpus (ADL) cerca de 1800 doentes. Um valor que, de acordo com o portal Ciência Viva, deverá estar muito abaixo da real incidência da doença no nosso país.Marta Bilro (Farmácia)

Cuba opera doentes do Alandroal

Saúde: Cuba já operou 14 idosos de Alandroal com problemas oftalmológicos

Catorze idosos do concelho alentejano de Alandroal, entre os 75 e 91 anos, com doenças oftalmológicas, sobretudo cataratas, e alguns deles há anos em lista de espera em Portugal, foram operados em Cuba na semana passada.
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Em declarações à agência Lusa, o presidente do município de Alandroal, João Nabais, explicou hoje tratar-se do "primeiro grupo" de doentes oftalmológicos do concelho a "rumar" a Cuba para ser operado, no âmbito de uma parceria estabelecida com os serviços de saúde cubanos.
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"Fizemos uma primeira triagem, apenas a utentes do cartão social do idoso, e apareceram-nos cerca de uma centena com problemas oftalmológicos, sobretudo devido às cataratas, tendo sido seleccionado este grupo inicial de 14 pacientes, com maiores dificuldades", disse.
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O grupo, integrando vários idosos que "há anos estavam em lista de espera" para uma operação em Portugal, partiu para Cuba no passado dia 11, tendo o município estabelecido, formalmente, o protocolo com os serviços de saúde cubanos quatro dias depois.
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"Iniciámos este processo ainda no ano passado e, durante estes meses, foi amadurecendo. Agora, acompanhei o primeiro grupo a Cuba e, aí, assinámos o protocolo", disse.
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Do grupo de 14 doentes operados, cinco já tiveram alta e regressaram a Portugal esta segunda-feira, enquanto que os restantes deverão fazê-lo até final da semana, realçando João Nabais que os resultados são "excelentes".
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"Queria ver como é que corria esta primeira experiência e os resultados são excelentes. Alguns destes idosos há 20 anos que não viam como deve de ser e, por isso, imagine a alegria quando, de um momento para o outro, lhes foi restituída a visão", salientou.
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Além disso, as condições de acolhimento dos pacientes em Cuba foram "magníficas", pois, foram recebidos "num hospital-hotel, com todos os cuidados, quer em termos de infra-estruturas, quer ao nível humano".
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"São pessoas idosas e carentes, a precisar muito de carinho, e percebi que, durante estes dias, carinho foi o que não lhes faltou, tanto de médicos, como do pessoal de enfermagem. Alguns estão tão maravilhados que dizem que não querem voltar", disse, rematando em jeito de brincadeira.
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O município de Alandroal prevê que, no total, cerca de duas centenas de habitantes do concelho com afecções oftalmológicas venham a ser abrangidos pelo acordo com os serviços médicos cubanos, não apenas idosos, mas também a população em geral.
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"Dentro de cinco ou seis meses, deve partir o segundo grupo de idosos, que já está perfeitamente identificado, e, logo que tenhamos ultrapassado estes casos mais complicados, pretendemos abrir esta possibilidade, numa terceira fase, à população em geral, sem limite de idades", acrescentou.
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Contas feitas, para João Nabais, o investimento para resolver os problemas oftalmológicos destes doentes é "perfeitamente suportável" pelo município, rondando os "1.500 euros por paciente".
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"Felizmente, não temos assim tantos casos destes nos cerca de sete mil habitantes do concelho, pelo que o benefício do município, em resolver o problema dos seus doentes na área das cataratas, é superior ao custo", disse.
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O presidente garantiu ainda que, fruto desta parceria com Cuba, o objectivo da autarquia "não é colocar em causa o profissionalismo" dos médicos portugueses, mas sim "resolver os problemas dos munícipes".
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"Estou de consciência tranquila e, se alguma coisa não está bem na área da Saúde em Portugal, e não está porque senão não me deparava com este tipo de situações, quem de direito é que a deve tentar resolver", argumentou.
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O município está já a trabalhar no alargamento do acordo com Cuba para outras áreas, como a reabilitação e a Síndrome do X Frágil (SXF), doença genética hereditária que é a causa mais frequente de atraso mental hereditário.
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O Alandroal tem desenvolvido, através do centro de Saúde local, em colaboração com o Hospital de Santa Maria e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, um trabalho pioneiro em Portugal sobre a SXF.
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A síndrome já foi identificada em 20 habitantes locais, de 15 famílias, o que dá uma prevalência da doença "cinco vezes superior à média nacional". (RTP)

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Análises à Depuralina revelam que não há perigo para a saúde


A suspensão de venda do produto de emagrecimento Depuralina - decidida no passado dia 1, na sequência do aparecimento de vários casos suspeitos de toxicidade - foi levantada ontem, depois de conhecidos os resultados dos exames médicos realizados aos consumidores onde foram registadas as reacções adversas. Dos nove casos suspeitos, só um apresentava problemas de foro alérgico.
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A decisão foi anunciada, ontem à tarde, pelo ministro da Agricultura, que disse que as análises - realizadas em dois laboratórios - indicam "um nexo de causalidade" entre o consumo de Depuralina e reacções de foro alérgico ao produto por parte de pessoas que são alérgicas a elementos que fazem parte da composição do produto. No entanto, o registo de nove casos suspeitos entre cerca de 130 mil consumidores é uma percentagem que está dentro do previsto para qualquer produto alimentar, referiu Jaime Silva.
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Os resultados dos exames médicos foram divulgados, ontem de manhã, pelo director-geral da Saúde aos responsáveis do Gabinete de Planeamento e Políticas (do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas), a quem compete a supervisão do sector dos suplementos alimentares. Embora Francisco George tenha anunciado, em declarações a vários órgãos de comunicação social, que os resultados justificavam "plenamente" a decisão de retirar do mercado a Depuralina, a verdade é que o ministro da Agricultura entendeu levantar a interdição de comercialização que pendia sobre o produto dietético.
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O componente principal da Depuralina é a linhaça do Canadá, não estando afastada a hipótese de ter ocorrido uma reacção alérgica a esse ou outro constituinte do suplemento. As primeiras análises de risco ao produto realizadas pela Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) tiveram resultados negativos, mas, por precaução, foram solicitadas novos exames. No entanto, como não há evidências de perigosidade, a comercialização vai ser retomada.
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Ricardo Leite, responsável pela empresa distribuidora da Depuralina, comentou ao JN que o levantamento da suspensão de comercialização vem provar que "o produto é seguro".
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"Desde o lançamento da Depuralina no mercado, em Janeiro, que tínhamos plena confiança e colaboramos inteiramente com as autoridades de saúde", acrescentou. Salvaguardando que se trata de uma primeira reacção - uma vez que a decisão foi comunicada apenas informalmente -, Ricardo Leite recusa fazer outros comentários, por agora, reservando uma posição oficial para segunda-feira. (Jornal de Notícias)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

"Herbalife é atentado à saúde pública"


Posto em causa desde o início do mês de Abril, após a suspensão da venda do suplemento dietético Depuralina em Portugal, o sector dos suplementos alimentares ainda levanta muitas dúvidas aos consumidores. Para os responsáveis da área da saúde alimentar, a falta de informação e educação do consumidor parece ser o principal problema que conduz a ocasionais problemas de saúde. "Por serem naturais, não quer dizer que não tenham riscos", defende Alexandra Bento, presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN).
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Para esta responsável, mais grave que a situação da Depuralina, que é vendida em farmácias, é a dos produtos da multinacional Herbalife, relativamente aos quais o Ministério da Saúde e Consumo espanhol recomendou precaução no consumo na passada segunda-feira."O facto de os produtos Herbalife serem vendidos por pessoas sem qualquer formação na área, de pessoa a pessoa", é o que torna o caso mais preocupante, segundo Alexandra Bento. "Um atentado à saúde pública" é como a presidente da APN qualifica a situação. Como soluções para este problema, avança a proibição de venda "de pessoa a pessoa", devendo os produtos ser vendidos em locais próprios.
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Aponta ainda a sensibilização social como um factor essencial na resolução do problema da obesidade, defendendo que a alteração do estilo de vida, dos hábitos alimentares e o incremento da actividade física devem sim ser assumidos pelos consumidores como os factores essenciais que levam a perder peso.
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Para a presidente da Associação Nacional de Dietistas (AND), Graça Raimundo, os problemas com os suplementos alimentares surgem muitas das vezes por sobredosagem. "Aquilo que é bom em doses recomendadas pode tornar-se mau em doses excessivas", refere, reforçando a ideia com a expressão "o teu remédio pode ser o teu veneno". A responsável não esquece também a necessidade de haver mais aconselhamento profissional e de se proceder sempre à avaliação contínua da história clínica dos consumidores, antes de se avançar para a prescrição de produtos dietéticos. Também neste caso, Graça Raimundo defende que de uma alimentação normal "as pessoas retiram tudo o que precisam", não sendo necessário recorrer a ajudas de suplementos a não ser em casos extremos.
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Questionada pelo PÚBLICO sobre se os dietistas recorrem regularmente à prescrição de produtos dietéticos por forma a complementar os tratamentos recomendados, a presidente da AND refere que tais suplementos não são aconselhados pelos profissionais "de ânimo leve", não sendo essa uma situação que ocorre com regularidade. (Público)

terça-feira, 22 de abril de 2008

Doentes rumam a Cuba com Ordem indignada


Protocolo destina-se a doentes idosos ou munícipes carenciados

São cerca de 30 mil euros que a Câmara de Santarém está disposta a pagar aos Serviços Médicos Cubanos, por intervenções cirúrgicas a doentes oftalmológicos do concelho. O protocolo estabelecido ontem, entre o município e uma representante do Governo cubano, destina-se somente a idosos e munícipes carenciados do concelho. A autarquia não fecha a porta a futuros acordos que se estendam a outra áreas de atendimento médico. Uma decisão que levou a Ordem dos Médicos a acusar o município, liderado por Moita Flores, de se "aproveitar dos utentes com fins eleitoralistas".
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O autarca salientou que o protocolo se reveste de uma "dimensão humanista" e que não se trata de um afronto aos serviços de saúde portugueses ou uma forma alternativa de combate às listas de espera. Porém, em declarações ao JN, o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Pedro Nunes, não só questionou os efeitos e os métodos clínicos que serão usados pelos congéneres cubanos, como classificou a decisão escalabitana de "bizarra e miserável".
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A capital do Ribatejo torna-se, assim, no terceiro concelho a nível nacional a estabelecer parcerias com médicos cubanos. Um processo encetado em Novembro de 2007 pelo município de Vila Real de Santo António (ver caixa). O acordo prevê intervenções cirúrgicas às cataratas, pterígio e retinose pigmentar, tratamentos ao glaucoma, estrabismo, miopias, hipermetropias e com excimer laser.
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"Acho bizarro que uma Câmara gaste o dinheiro do erário público desta forma, porque os doentes não devem ser usados como armas da máquina eleitoral autárquica e pela força de propaganda", disse Pedro Nunes, da OM. "Portugal não está num estado catastrófico para que se tenha de recorrer a Cuba. Pelo menos que o fizessem com países da União Europeia", acrescentou.
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Indiferente à polémica, fonte da Câmara Municipal contactada pelo JN revelou que, ainda o acordo não estava assinado, e já vários utentes, que estão em listas de espera, tinham contactado a autarquia com a intenção de serem operados. (Jornal de Notícias)

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Rastreio a 300 pessoas devido a caso de tuberculose

Caso detectado no Politécnico de Leiria obriga a “despiste imunológico”
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Um caso de tuberculose detectado numa estudante do Instituto Politécnico de Leiria levou as autoridades a fazerem um rastreio junto de quase três centenas de alunos e professores, anunciou o delegado de saúde de Leiria, Jorge Costa.
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Os alunos e professores foram notificados para comparecerem no Centro de Diagnóstico Pneumológico (CDP) de Leiria para exames de imunidade específica, com teste da tuberculina e uma microradiografia do tórax. Este “despiste imunológico” é o “procedimento adequado” para avaliar a situação, disse Jorge Costa.
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A notícia foi hoje divulgada pelo semanário Região de Leiria e, segundo Jorge Costa, a jovem de 22 anos "apresentava sinais que obrigam ao recolhimento" na sua habitação, no concelho de Pombal.
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O universo alargado de pessoas sujeitas ao despiste deveu-se ao facto da jovem frequentar disciplinas de várias turmas, alargando a "influência de contacto pessoal", explicou. (Jornal de Notícias)

Saúde: Duas centenas de otorrinolaringologistas portugueses e espanhóis em Lisboa

Os problemas causados pela congestão nasal vão ser hoje debatidos por duas centenas de otorrinolaringologistas, cem portugueses e cem espanhóis, que analisarão também os resultados de estudos nesta área, já que se trata de um problema incapacitante.
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Na I Reunião Ibérica de Inflamação e Congestão Nasal, que decorre ao longo do dia no Hotel Dom Pedro, em Lisboa, os clínicos vão destacar o facto de as patologias do nariz afectarem o rendimento laboral dos adultos e o rendimento escolar das crianças.
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"Este tipo de problemas afecta os ritmos de sono, fazendo com que um trabalhador ou um estudante tenha dificuldades de concentração no dia seguinte", explicou à agência Lusa o presidente da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia, João Marta Pimentel.
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De acordo com o especialista em doenças dos ouvidos, nariz e garganta, "o que leva mais frequentemente o doente à consulta é a congestão nasal", sendo a rinite um dos problemas mais comuns.
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"A rinite pode ser alérgica ou não alérgica mas a rinite alérgica afecta actualmente 20 a 25 por cento da população portuguesa", afirmou o médico.
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Na opinião do clínico, "faltam em Portugal estudos sobre esta matéria, como os desenvolvidos nos Estados Unidos, onde a rinite alérgica causa seis milhões de dias de absentismo entre os adultos activos e dois milhões de faltas nos estudantes, além de custar ao governo 1,5 mil milhões de dólares em tratamentos".
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João Marta Pimentel, que é também o director do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, espera que do encontro resultem "recomendações para os médicos e para o público em geral".
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De acordo com um estudo elaborado em finais de 2007 pela Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica em parceria com a Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia, "mais de 450 mil portugueses com idade superior a 15 anos sofre de congestão nasal grave, com maior incidência nas mulheres".
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Orientado pelo professor Massano Cardoso, o estudo inquiriu cinco mil portugueses e concluiu que 18,5 por cento dos portugueses vive com o nariz entupido, 12,2 por cento tem os ouvidos obstruídos ou tapados e 12,2 por cento regista dificuldade em ter cheiro.
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A investigação permitiu ainda apurar que "16 por cento dos portugueses respira pela boca porque não consegue respirar pelo nariz, 13,2 por cento tem dificuldade em descongestionar o nariz mesmo depois de se assoar várias vezes, 16 por cento tem pingo no nariz, outros 16 por cento acorda de manhã com o nariz tapado ou obstruído, 18 por cento acorda com a boca seca e 17 por cento ressona".
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Além de João Marta Pimentel, na I Reunião Ibérica de Inflamação e Congestão Nasal vão estar presentes otorrinolaringologistas dos hospitais de São José e Dona Estefânia, de Lisboa, dos Hospitais da Universidade de Coimbra, do Hospital de São João (Porto) e do Hospital Pedro Hispano (Matosinhos), entre outros.
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Em representação de Espanha estarão em Lisboa, entre outros clínicos, Adolfo Sarandeses García, presidente da Comissão de Rinologia da Sociedade Espanhola de Otorrinologia, Joaquim Mullol, ex-presidente da Secção de Otorrinologia da Academia Europeia de Alergologia e Imunologia Clínica, e António Valero, coordenador da Comissão de Rinoconjuntivite da Sociedade Espanhola de Alergologia e Imunologia Clínica. (RTP)

Autoridades investigam Herbalife

As autoridades espanholas estão a investigar a ocorrência de casos de toxicidade hepática alegadamente associados ao consumo de produtos Herbalife, noticia o jornal El Mundo. Mediante esta suspeita, o Ministério da Saúde espanhol recomenda precaução no uso destes produtos.
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Segundo o El Mundo, ocorrem nove casos em Espanha, entre 2003 e 2007, e tinham sido detectados outros tantos noutros países da UE, seis na Islândia e 22 na Suiça e Israel. As autoridades afirmam que a relação destes casos de problemas de fígado com os produtos Herbalife não é fácil de estabelecer, mas que em algumas situações há probabilidade é mais forte. -
Contactada pelo PortugalDiário, a DGS afirmou que não tem conhecimento de nenhum caso em Portugal, contudo, como estes produtos são considerados suplementos alimentares, a tutela destas questões é da responsabilidade do Ministério da Agricultura.
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Fonte do Ministério da Agricultura explicou ao PortugalDiário que «as autoridades espanholas estão a fazer análises, mas não lançaram nenhum alerta na rede europeia, como acontece quando há suspeitas mais fundamentadas».
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«Ainda recentemente Portugal lançou um alerta devido à suspeita de reacções adversas devido ao consumo de Depuralina. De imediato Espanha suspendeu a venda», adiantou a mesma fonte.
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Mesmo assim, o Ministério da Agricultura garantiu que está «a acompanhar a situação».
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Os produtos Herbalife são comercializados directamente ao domicílio, sem lojas da empresa abertas aos público e, em alguns casos, são os próprios consumidores que se convertem em distribuidores, o que dificulta o acompanhamento dos produtos segundo a legislação europeia em vigor.
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Empresa garante que não há casos em Portugal
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Em declarações à RTP N, Gertrudes Soares, responsável da Herbalife, diz que acredita «que não há relação entre os produtos e a toxicidade hepática» e recorda que os produtos são testados antes de chegarem ao mercado.
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A responsável diz ainda que não há nenhum caso suspeito em Portugal e garante que, mesmo em Espanha, os produtos não estão suspensos. «Há uma investigação, com a qual a empresa está a colaborar». (Portugal Diário)

domingo, 20 de abril de 2008

Portugueses com excesso de peso bebem mais vezes álcool

Os portugueses com excesso de peso bebem mais vezes álcool do que o resto da população, conclui uma tese de mestrado do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, em Lisboa, que analisou padrões alimentares na população portuguesa.
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Alguns dos dados nacionais que serviram de base a este novo trabalho já tinham dado a conhecer a realidade do excesso de peso em Portugal. Num estudo divulgado este ano, coordenado pela endocrinologista Isabel do Carmo, concluía-se que 39,4 por cento dos portugueses são pré-obesos e 14,2 por cento entram já na categoria de obesos - um total de 53,6 por cento sofrem, portanto, de excesso de peso. A amostra representativa da população portuguesa incluiu 8116 indivíduos dos 18 aos 64 anos e as entrevistas foram feitas entre 2003 e 2005.
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Na sua tese de mestrado, o nutricionista José Camolas, do Hospital de Santa Maria, em Lisboa - que participou no referido estudo inicial - tratou de analisar as respostas dadas por esta população quanto às suas escolhas alimentares, nos seis meses anteriores ao inquérito.
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O investigador conclui que as pessoas com excesso de peso consomem mais bebidas alcoólicas do que o resto da população. Segundo Camolas, passou-se a mensagem segundo a qual, quando consumido em pequenas quantidades, o vinho pode ter efeitos positivos na saúde: dois copos no homem e um na mulher. Daí para cima o efeito pode ser negativo, sublinha. “Estas pessoas podem não estar sensibilizadas para o facto de terem que moderar o consumo de álcool”, diz.
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Sabe-se que as bebidas alcoólicas têm “muitas calorias e, quando ingeridas em excesso, podem contribuir para o aumento da gordura corporal”. Isso não significa que tenham ficado gordas por causa disso, ressalva, mas “o álcool pode influenciar o excesso de peso”, nota o nutricionista, que dá consultas de obesidade no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. No topo do consumo dos mais obesos, que são tendencialmente os mais velhos, está o vinho.
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Entre quem tem excesso de peso existe também tendência para consumir mais produtos de origem animal do que o resto da população. Neste grupo de alimentos estão os lacticínios gordos, as carnes vermelhas e os produtos cárneos com elevado teor de gordura (caso dos enchidos, do toucinho ou da entremeada).
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Paradoxal é o facto de o nutricionista ter encontrado no grupo de pessoas com peso a mais um consumo alto de sopas, legumes e frutos frescos. José Camolas interpreta estas respostas como sendo sinais positivos, de mudança de comportamento ou de intenção de o fazer. Acredita que a mensagem de que é importante comer vegetais se generalizou, mas afirma que as respostas têm que ser lidas com cautela, uma vez que existe uma tendência para responder o que é socialmente aceitável.
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A tese de mestrado em Nutrição Clínica, orientada por Isabel do Carmo, foi apresentada no final do ano passado, e foi aprovada com muito bom com distinção.
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Os indicadores já revelavam que a situação é pior nos homens do que nas mulheres: 60 por cento deles têm excesso de peso, contra 47,8 por cento delas. Nos dados alimentares constata-se que os homens consomem com maior frequência os grupos alimentares mais prejudiciais, como é o caso das carnes vermelhas, bolos e bolachas, açúcar e doces e comida rápida. Pelo contrário, são elas quem consome mais vezes sopas, legumes e frutos frescos, assim com lacticínios com teor de gordura reduzido.
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José Camolas reconhece que parece haver uma maior motivação das mulheres para mudarem os seus comportamentos alimentares e estarem atentas a excessos, nomeadamente por razões estéticas. O nutricionista constata, aliás, que a maior parte dos utentes de consultas de Nutrição, “pelo menos 60 por cento”, são mulheres, mas que há sinais de mudança.
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O autor constata ainda que a abordagem terapêutica do excesso de peso se tem revelado baixa, com estudos internacionais a apontarem para reduções de peso entre três a seis por cento em quatro ou cinco anos. Contudo, mesmo que não se chegue, muitas vezes, ao peso ideal, “perder algum peso já é muito positivo”.
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A informação sobre os padrões alimentares que conduzem ao excesso de peso e aqueles que o evitam está disponível, diz José Camolas, mas, para haver mudanças de comportamento, é preciso mais, tem que haver “motivação”. O nutricionista defende que a gravidez é uma altura óptima para intervir.
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“Estamos a actuar sobre duas pessoas numa altura em que a mulher está particularmente sensível às mensagens. Quando são detectadas grávidas diabéticas ou a ganhar peso a mais na gravidez, é preciso intervir logo ali”, diz. E lembra que está provado, por exemplo, que “a aterosclerose começa na barriga da mãe” e que o que se come na gravidez tem influência na saúde do bebé e no futuro adulto. (Público)

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Inaugurada primeira unidade de saúde digital

Projecto testado na USF de S. Julião desde Janeiro de 2007
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O secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, inaugurou ontem, na Figueira da Foz a primeira região de saúde digital do país. Com este projecto, apoiado pela PT Prime, a funcionar na Unidade de Saúde Familiar (USF) de S. Julião, o utente passa a ter à disposição um conjunto de serviços, via internet, como a marcação de consultas, o acesso a resultados de exames médicos, acesso a informação do processo clínico electrónico ou visualização de resultados de exames e análises.
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"É um sistema fácil e que simplifica a vida às pessoas", disse, ao JN, Jorge Mendes, 67 anos, utente da USF de S. Julião.
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Munido de uma "password", o utente, em casa, efectua a tarefa desejada através da Internet. "Passei a pedir receitas, marcar consultas e levantar receituário a partir de casa. Pelo menos não estamos à espera em filas, como acontecia no passado. Agora, chegamos aqui, aguardamos uns minutos e somos logo atendido", revelou Jorge Mendes.
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O projecto, ontem inaugurado oficialmente, tem sido testado naquela unidade desde Janeiro de 2007 com resultados positivos. "Em relação ao tempo de espera de atendimento passou de 12 minutos para seis", divulgou José Luís Biscaia, coordenador da USF de S. Julião, que tem actualmente cerca de 10 mil utentes inscritos. (Jornal de Notícias)

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Falhas na saúde matam dez milhões no mundo


Mais de dez milhões de mulheres e crianças morrem anualmente no mundo por causas que, em geral, poderiam ser evitadas, sendo a maioria das vítimas provenientes da África subsariana.
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Estes números resultam da análise a 68 países considerados prioritários no âmbito dos Objectivos do Milénio contida no relatório Contagem Decrescente para 2015: Sobrevivência das mães, recém-nascidos e crianças menores de cinco anos, ontem divulgado. O conjunto dos países mencionados no relatório é responsável, anualmente, por 97% das mortes de mães e de menores de cinco anos.
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O documento começa hoje a ser discutido num encontro na Cidade do Cabo, África do Sul, promovido pela União Inter-Parlamentar, que agrupa representantes de mais de 140 parlamentos nacionais, e que contará com a participação de especialistas nas áreas abordadas em Contagem Decrescente para 2015.
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Registando um crescimento nas contribuições dos países dadores e também um maior envolvimento de ONG a operarem nas áreas contempladas no relatório, este constata que, apesar disso, não se verificou uma melhoria geral reflectindo o incremento da ajuda internacional.
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Segundo o documento - que terá novo ponto da situação em 2010 ou 2011 - apenas 16 daqueles países registaram avanço significativo em 2006 na redução da mortalidade de menores de cinco anos em dois terços até 2015.
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Destes países, o Peru foi o que registou melhor resultado, passando de 78 mortos em mil, em 1990, para 25 em mil, em 2006. Em comparação, a taxa de mortalidade infantil em Portugal, no mesmo ano, foi de 3,3 em mil.
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Por outro lado, 12 países registaram um agravamento do mesmo indicador, com aumento da mortalidade infantil desde 1990.
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No segundo Objectivo do Milénio analisado no relatório - a mortalidade materna, isto é, a morte de uma grávida resultante de causa directa ou indirecta da gravidez -, a China apresenta melhoria significativa, com a Serra Leoa e o Afeganistão a exibirem valores extremamente elevados. Nesta área, registe-se que Angola e Guiné-Bissau surgem também com valores elevados. A maioria dos países com piores resultados passaram ou estão a passar por situações de guerra aberta ou grave crise política com paralisia ou inexistência funcional das instituições básicas do Estado e do Governo.
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Constatando a falha na concretização dos quarto e quinto Objectivos do Milénio, o relatório contém uma nota optimista, sugerindo que o melhor e mais completo conhecimento das realidades nacionais, irá contribuir para a definição de estratégias mais adequadas, quer da parte dos Governos de cada país quer das entidades internacionais. (Diário de Notícias)

Perigo químico no plástico de garrafas e biberões


O bisfenol A (BPA) pode provocar problemas hormonais e ser perigoso para a saúde, mesmo perante uma exposição baixa, conclui um estudo do programa nacional de toxicologia dos Estados Unidos, divulgado esta semana. Trata-se de um produto químico utilizado no fabrico de garrafas, biberões e CD que tem provocado controvérsia entre os que defendem a sua proibição e os que minimizam os seus efeitos.
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O relatório preliminar do National Toxicology Program (NTP) tem por base uma experiência com 500 ratos que foram alimentados ou injectados com doses baixas de bisfenol A. O químico provocou alterações de comportamento, puberdade precoce, problemas no aparelho urinário e tumores (cancro da próstata e da mama). Os ambientalistas saudaram estes resultados por confirmarem as suas preocupações e pedem para o BPA ser considerado um produto tóxico, enquanto os industriais do sector salientam que estas não são as conclusões definitivas.
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A equipa que está a desenvolver o estudo salienta que, embora ainda não sejam definitivos, "os dados não podem ser ignorados" e exige a continuidade do trabalho nesta área.
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"O que fizemos foi alertar para os problemas que detectámos. Não podemos garantir que não ocorra com os seres humanos", disse ao The Washington Post Mike Shelby, do National Institute of Environmental Health Sciences, que supervisiona a investigação. O bisfenol é um composto tão comum que foi detectado na urina de 93% da população com mais de seis anos dos EUA. "Está em toda a parte", disse Shelby, salientando que "os possíveis riscos para a saúde podem vir do contacto com a comida ou a bebida, já que está presente em garrafas e embalagens de plástico". Acrescentou que, em princípio, a sua utilização em aparelhos como iPods não será perigosa.
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Não é a primeira vez que surge o alerta sobre o perigo deste produto químico no fabrico de embalagens de plástico, não só para o meio ambiente como para a saúde pública. As autoridades portuguesas, nomeadamente a Comissão de Segurança de Serviços e Bens de Consumo e a Direcção-Geral de Saúde, têm acompanhado os estudos sobre o bisfenol, sobretudo os da UE. Mas ainda não sentira necessidade de proibir a utilização deste químico, apurou o DN.
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Um dos estudos recentes baseou--se na recolha de amostras de biberões e chegou a conclusões idênticas às do NTP. O trabalho "Biberões Tóxicos", publicado em 2007 pelo Environment California Research and Policy Center, revelou que mesmo em pequenas quantidades, o bisfenol A pode provocar doenças como o cancro da mama, a obesidade, o aumento da próstata, os diabetes, a hiperactividade, as alterações do sistema imunitário, a infertilidade e a puberdade precoce.
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O que há de novo no trabalho do programa nacional de toxicolgia norte-americano é que este envolve cientistas das principais autoridades públicas norte-americanas em maté- ria do medicamento e da alimentação: a Food and Drug Administration (FDA), o Center for Diseases Control and Prevention e institutos de saúde públicos. No entanto, o estudo foi divulgado na terça-feira e a FDA ainda não tomou uma posição. (Diário de Notícias)

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Saúde no trabalho na mira dos inspectores


A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) vai lançar uma vaga de fiscalizações às mais de 300 empresas que prestam serviços de consultoria de segurança e saúde no trabalho no país porque desconfia que perto de metade esteja em situação ilegal. As consultoras apanhadas em falta podem ser alvo de coimas e, em casos de negligência ou dolo que tenham levado a acidentes de trabalho graves, os seus responsáveis podem até ser processados criminalmente. A medida já está a ser posta no terreno e faz parte da estratégia nacional para a segurança e saúde no trabalho, a aplicar entre 2008 e 2012 e que será apresentada hoje, em Lisboa.
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A fiscalização quer "moralizar este sector", onde existe "um sentimento de impunidade generalizado" aproveitado por empresas "sem escrúpulos" que aproveitaram "um bom negócio", afirmou ao JN Luís Lopes, coordenador executivo para a promoção da segurança e saúde no trabalho, da ACT. Tanto que estas consultoras são contratadas pela maioria das empresas, sobretudo pequenas e médias, que nelas confiam para montar estratégias de segurança que reduzam o número de acidentes de trabalho no país.
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A fiscalização vai começar pelas denúncias recebidas, mas a Autoridade não se ficará por aí, tanto que a lista de irregularidades é grande. Luís Lopes adiantou haver empresas a trabalharem no terreno e que nunca pediram autorização para funcionar; outras já "chumbadas" mas que, ainda assim, continuam a trabalhar; ou cujo processo está em análise mas que a ACT sabe já não terem as condições com que se candidataram e, ainda, outras que, mal receberam a autorização, rescindiram contrato com médicos do trabalho ou venderam equipamentos, por exemplo, explicou.
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O coordenador reconhece que sucessivos governos permitiram a estas empresas trabalhar durante os oito anos passados entre a criação da lei que promoveu o seu aparecimento e as portarias que regularam as aprovações (2002), mas entende ter chegado a altura de "eliminar o joio no sector" e proteger as empresas, sobretudo as micro e pequenas, que não têm capacidade para terem departamentos internos de segurança e saúde.
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Para as restantes, a ACT prepara-se para reforçar os apoios à formação de técnicos, que tanto podem ser o próprio trabalhador como outro trabalhador da firma. (Jornal de Notícias)

terça-feira, 15 de abril de 2008

Riscos na compra de medicamentos pela Net

A Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) alertou esta terça-feira para os riscos de comprar ilegalmente através da Internet medicamentos, depois de ter observado que houve um crescimento “claro” da aquisição ilegal de fármacos para a oncologia, cardiologia e doenças do sistema nervoso central.
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Vasco Maria, presidente da Infarmed, fez o alerta hoje durante uma conferência de imprensa, onde apresentou os mecanismos de dispensa de medicamentos pela Internet, que arranca em breve.
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Segundo o responsável, a compra de medicamentos pela Internet em sites ilegais acarreta vários riscos, entre os quais a ausência da substância activa, a sua presença numa quantidade inadequada, ou ainda a possibilidade dos fármacos estarem toxicamente contaminados.
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Vasco Maria explicou ainda que esta forma de compra de medicamentos já não é nova entre os portugueses, sendo que, inicialmente, a procura incidia fundamentalmente em medicamentos contra a obesidade e a disfunção eréctil. A Infarmed identificou agora um “desvio claro” para as áreas da oncologia, cardiologia e as doenças do sistema nervoso central, indicou o responsável, acrescentando que esta aquisição ilegal de medicamentos em áreas tão complexas já tem um “impacto muito significativo”.
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Porém, Vasco Maria assegurou que em Portugal existe um controlo de medicamentos que tem impedido a existência de fármacos contrafeitos no sistema de distribuição legal.
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Por seu lado, as autoridades reconhecem que estes sites existem, mas ninguém tem conhecimento onde, à semelhança de acontece no outros países. (Correio da Manhã)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

NUTRIÇÃO ARTIFICIAL NO AMBULATÓRIO

Programa nacional permitiria reduzir custos e melhorar qualidade de vida
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Porto, 14 Abr (Lusa) - Portugal é o único país da União Europeia que não dispõe de um programa de nutrição [artificial] no ambulatório, um projecto que permitiria reduzir os custos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), defendeu hoje, no Porto, o especialista Paulo Martins.
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Este médico do Serviço de Medicina Intensiva do Hospital da Universidade de Coimbra (HUC), afirmou à Lusa que inúmeros doentes que precisam de suporte nutricional artificial ficam muitas vezes internados nos hospitais, consumindo recursos e ocupando vagas.
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"Os doentes que necessitam deste tipo de tratamento sofrem de patologias que condicionam perturbações da deglutição, digestão e/ou absorção de nutrientes", disse.
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O especialista, que falava no Porto no âmbito do X Congresso anual da Sociedade Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica (APNEP), adiantou ainda que os doentes que dependem deste tipo de nutrição podem até ter alta, "mas a breve prazo regressam ao hospital por uma complicação, em regra infecciosa, condicionada pela malnutrição".
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"É necessário mudar este cenário", defendeu Paulo Martins, acrescentando que a criação de um programa nacional de nutrição no ambulatório permitiria melhorar a qualidade de vida dos doentes ao mesmo tempo que libertava recursos e se reduzia o custo global para o SNS.
Segundo frisou, "a nutrição entérica é fundamental para a redução de complicações enquanto a nutrição parentérica é essencial para a vida".
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Questionado pela Lusa sobre quantos doentes em Portugal precisam de nutrição [artificial] no ambulatório, Paulo Martins adiantou que não há um levantamento desse número.
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"Perspectivam-se entre um e 100 por milhão de habitantes para nutrição parentérica" e "dois mil a quatro mil doentes por cada milhão de habitantes para a nutrição entérica", revelou.
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Paulo Martins defendeu que o Estado deve comparticipar este tipo de nutrição, que deve estar disponível nas farmácias, em vez de apenas ser administrada nos hospitais.
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O médico referiu que, por exemplo, a administração do Hospital de Faro, "consciente de que este é um problema", contratou uma empresa farmacêutica para distribuir diariamente, porta-a-porta, este tipo de nutrição aos seus doentes.
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O médico lembrou que, desde 2001, a APNEP, em colaboração com a Associação Nacional da Industria Dietética (ANID), tem participado na discussão de um plano nacional de nutrição no ambulatório, mas que nada foi concretizado até agora.
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Acrescentou que o projecto encontra-se "na gaveta" da secretaria de Estado da Saúde.
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"Pensámos que este projecto de nutrição no ambulatório seria contemplado no programa de cuidados continuados, implementado pelo governo, mas nada aconteceu", concluiu. (RTP)

domingo, 13 de abril de 2008

Faro na rota do "Saúde em Movimento"


Unidade Móvel esclarece sobre diabetes, hipertensão e disfunção eréctil
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Depois de Lisboa, Faro é nos dias 19 e 20 de Abril, a cidade anfitriã do “Saúde em Movimento”. Uma Unidade Móvel de Apoio e Aconselhamento vai estar entre as 09:00 e as 19:00 horas, junto à Marina, no Jardim Manuel Bívar.
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A iniciativa de sensibilização, promovida pela Sociedade Portuguesa de Andrologia (SPA), tem em vista elucidar a população sobre a diabetes, a hipertensão, a disfunção eréctil e as suas causas e quebrar alguns dos tabus que estão associados a esta última.
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Assim, os utentes vão poder medir a pressão arterial e os níveis de glicemia, através do atendimento personalizado, anónimo e confidencial, efectuado por psicólogos e no gabinete de enfermagem.
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A iniciativa é agora alargada à Europa. De 5 de Maio a 15 de Junho, a Unidade Móvel Saúde em Movimento e a equipa de profissionais vão continuar a informar e aconselhar em cidades como Copenhaga, Estocolmo, Praga, Bratislava, Berlim, Munique ou Amesterdão.
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“É com grande satisfação que alargamos esta iniciativa ao resto da Europa. Iniciativas como esta são fundamentais para alertar e sensibilizar as pessoas para patologias tão presentes na nossa sociedade como a Diabetes, a Hipertensão e a Disfunção Eréctil. É imperativo que se informem e estejam conscientes das possibilidades de tratamento” refere o presidente da SPA, Lafuente de Carvalho. (Região Sul)

sábado, 12 de abril de 2008

Saúde: PCP exige medidas para combater falta de médicos no Baixo Alentejo

Saúde: PCP exige medidas para combater falta de médicos no Baixo Alentejo
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A Direcção da Organização Regional de Beja (DORBE) do PCP exigiu hoje que o Ministério da Saúde, através do Centro Hospitalar do Baixo Alentejo (CHBA), adopte "medidas urgentes" para combater a falta de médicos na região.
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A posição dos comunistas, expressa em comunicado enviado à agência Lusa, surge dois dias após o CHBA ter reconhecido que a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), afecta ao hospital de Beja, esteve inoperacional, em alguns períodos, entre 31 de Março e 08 de Abril, devido à falta de médicos.
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Em declarações à Lusa, Rui Sousa Santos, presidente do conselho de administração do CHBA, que gere o hospital de Beja, justificou a situação com "dificuldades em garantir médicos para completar a tripulação da VMER".
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A inoperacionalidade da VMER verificou-se também durante a operação de socorro a um casal de idosos, vítima de um incêndio ocorrido esta semana, em Beja, e que foi transportado em duas ambulâncias, uma dos bombeiros e outra do INEM, para o hospital da cidade, onde acabaram por morrer.
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Para a DORBE, situações como estas "são consequência da vergonhosa política governamental, que encara a saúde como um negócio e não como um direito consignado na Constituição da República". (RTP)

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Cardiologista sanjoanense lidera investigação inovadora

Cientistas descobrem solução para a doença do aperto da válvula aórtica. Investigação doutorou médico sanjoanense.
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Os milhares de idosos que sofrem da doença do aperto da válvula aórtica vêem agora a sua vida facilitada, graças à descoberta da equipa de cientistas liderada pelo sanjoanense Luís Moura. A investigação coordenada pelo sanjoanense foi apresentada recentemente nos Estados Unidos da América, no âmbito do Congresso do Colégio Americano de Cardiologia, sendo a única portuguesa com direito a comunicação oral.
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A solução encontrada pelos portugueses passa pela descoberta da medicação certa para desentupir a válvula, permitindo o melhor funcionamento do coração e prolongando a vida dos doentes. O estudo dos cientistas foi desenvolvido com base na observação de doentes internados no Hospital de São João, Porto, e no Pedro Hispano, Matosinhos.
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A presença em Chicago representa “um importante reconhecimento da comunidade científica, pois o grande número de participantes e de novidades em debate obriga a uma complicada gestão do tempo”, afirmou Francisco Rocha Gonçalves, um dos supervisores do projecto, em declarações ao jornal “24 Horas” do passado dia 1 de Abril.
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O Congresso do Colégio Americano de Cardiologia é um dos maiores eventos mundiais da especialidade, reunindo mais de 20 mil cardiologistas de todo o mundo.
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Luís Moura tem 42 anos e é cardiologista no Hospital Pedro Hispano e professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. A investigação apresentada nos Estados Unidos foi coordenada no âmbito do seu doutoramento. (Labor)

Saúde 24 evitou mais de cem mil idas às urgências

Saúde 24 evitou mais de cem mil idas às urgências
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*Em onze meses de funcionamento, a Linha Saúde 24 terá conseguido evitar mais de 106 mil idas desnecessárias a uma urgência hospitalar. Anunciado, ontem, em jeito de balanço, este número é considerado satisfatório pelo director-geral da Saúde, Francisco George, mas ainda insuficiente. Uma opinião que encaixa na que tem sido veiculada pela ministra da Saúde sempre que é confrontada com a reforma das urgências a linha inaugurada a 25 de Abril de 2007 para ajudar as pessoas a gerir os seus problemas de saúde "não é suficientemente utilizada".
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E a prová-lo estão as estatísticas 40% das chamadas recebidas são provenientes do distrito de Lisboa. Setúbal é responsável por 15% dos telefonemas, enquanto Porto, Leiria, Faro, Braga, Coimbra e Aveiro estão abaixo dos 10%. No interior, a procura é quase inexistente. Ramiro Martins, responsável da empresa privada que gere a linha em parceria público-privada com a Direcção-Geral da Saúde (DGS), explica essa tendência pela facilidade com que a imprensa - e portanto a divulgação - chegam às populações das grandes cidades. A aposta no crescimento no interior passará por campanhas publicitárias, segundo os responsáveis.
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Quanto às urgências evitadas, trata-se do saldo entre os utentes que no início do contacto tencionavam deslocar-se a uma urgência e acabaram por não ir e aqueles que não pensavam ir e foram - por agravamento dos sintomas durante a conversa ou por desconhecerem a gravidade do caso - por ser encaminhados para lá pelos técnicos.
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Insatisfeitas, as autoridades de saúde querem transformar o atendimento da linha numa "verdadeira pré-triagem". O objectivo, insistiu Ramiro Martins, não é o de diminuir o acesso às urgências, mas de qualificar essas deslocações.
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"As capacidades deste serviço não estão esgotadas. É possível explorar ainda mais a linha", sublinhou, por seu lado, Francisco George, estando em negociação com o Ministério da Saúde novas "mais valias". Actualmente, quem se dirige a um centro de saúde e é referenciado para a urgência hospitalar tem prioridade no atendimento, excepto sobre casos mais urgentes. A ideia - que dependerá de decisão ministerial - é que o contacto prévio para a linha também seja entendido pelos profissionais de saúde como uma mais valia.
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Até porque, diz Ramiro Martins, "quem passa pela Saúde 24 tem, a garantia de que a sua situação está bem encaminhada" e "alguém que chegue a uma urgência tendo sido aconselhado e pré-triado [pela Saúde 24] é uma garantia de que vai com a prescrição adequada". Ligar é um acto de "bom senso" que garante "segurança" ao utente.
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À beira de completar um ano de funcionamento, as entidades apostam assim na divulgação e na necessidade de qualificação da triagem uma vez que, pelo menos para já, o "atendimento é rigorosamente o mesmo", acabou por admitir Ramiro Martins. Os responsáveis da Saúde 24 estão por isso a negociar novos serviços, um dos quais arrancou ontem, dirigido a problemas com alergias (ver texto em baixo). (Jornal de Notícias)

quinta-feira, 10 de abril de 2008

ADDB - Associação dos Doentes com Disfunção da Bexiga

A partir de agora, todos os doentes que sofrem de incontinência urinária e de cistite intersticial (CI) podem obter ajuda técnica e científica na Associação dos Doentes com Disfunção da Bexiga (ADDB).
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Trata-se de uma nova instituição, que foi anunciada na semana em que se assinalou o Dia da Incontinência Urinária.
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As principais finalidades da Associação são informar sobre os sintomas inerentes à CI e à IU; divulgar as alternativas existentes para tratamento da IU; alertar para a adopção de medidas que poderão ter impacto na eficácia dos tratamentos, na melhoria de sintomas e, consequentemente, na qualidade de vida dos pacientes; incentivar um maior intercâmbio entre as instituições de saúde, e entre estas e os pacientes; facilitar a partilha de experiências de vida entre os membros associados.
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A Drª Lígia Almeida, impulsionadora e presidente da ADDB, explicou: "Ao longo dos últimos tempos, verificámos que existe uma grande necessidade de consciencializar e educar as pessoas para estas patologias. Hoje em dia, muitos doentes sentem constrangimento e vergonha em procurar ajuda médica".
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Sendo assim, "não podemos cruzar os braços perante a IU. É fundamental alertar as entidades governamentais para os problemas da disfunção da bexiga, nomeadamente, para incontinência urinária".
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Por fim, Lígia Almeida referiu que "os médicos de Clínica Geral desempenham um papel fundamental no diagnóstico e seguimento dos doentes que sofrem de incontinência urinária". (Saúde Pública - Expresso)

quarta-feira, 9 de abril de 2008

OSTEOARTROSE pode afectar qualquer articulação

A osteoartrose é uma doença degenerativa das articulações que afecta principalmente a cartilagem articular e o osso subjacente..
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Segundo o Dr. Rui André Santos, presidente eleito da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), "a cartilagem desgasta-se e o osso desenvolve-se, acabando por se transformar numa estrutura que deixa de cumprir a sua principal função, ou seja, permitir e facilitar o movimento com o mínimo atrito".
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"Qualquer articulação pode ser afectada por este problema . No entanto, as mais atingidas são os joelhos, as mãos, as ancas, os pés e a coluna vertebral, em particular as regiões cervical e lombar".
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Quais são as principais causas da osteoartrose? Rui André Santos responde que "a doença pode aparecer devido a duas situações específicas: ou porque uma determinada articulação é submetida a um esforço anormal ou porque a articulação usada apresenta uma forma ou materiais deficientes, como é o caso de uma escoliose e/ou desvios axiais dos membros".
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Os sistemas da osteoartrose são a dor, a rigidez e a diminuição da mobilidade articular. "Estes sintomas provocam dificuldade na utilização da articulação, com disfunção e incapacidade".
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Actualmente, existem três grandes áreas para o tratamento da osteoartrose. "O tratamento não farmacológico assenta na fisioterapia (calor, frio e água) e na cinesioterapia (exercícios e movimentos). Por sua vez, o tratamento cirúrgico registou enormes avanços com a substituição das articulações doentes por próteses. Dentro do tratamento médico, deve-se separar os fármacos com acção sobre os sintomas daqueles que actuam na estrutura da articulação doente atrasando a progressão".
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Em relação a novidades terapêuticas, o especialista salienta que, "neste momento, existem novos dados referentes a analgésicos e a combinações de analgésicos, em anti-inflamatórios mais seguros do ponto de vista digestivo, nas infiltrações intra-articulares de derivados do ácido hialurónico e em novos modificadores da estrutura da doença. Na minha opinião, compreendem-se cada vez melhor as razões dos resultados positivos de modalidades terapêuticas antigas", informa, acrescentando:
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"Ainda não existem provas claras da eficácia da glucosamina, em geral, na doença. As novas informações estão relacionadas com o sulfato de glucosamina que, na sua fórmula original, tem vindo a demonstrar de uma forma consistente resultados positivos sobre os sintomas e até um atraso na progressão da doença, com uma tolerabilidade excelente. Não existem, por enquanto, trabalhos científicos que confirmem o seu papel na prevenção, mas sabe-se que será tão mais eficaz conforme a precocidade do início do tratamento".
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Rui André Santos aproveita a oportunidade para frisar que "existem várias profissões de risco que podem levar ao aparecimento de osteoartrose ou artrose. Falo, por exemplo, dos agricultores e dos mecânicos que trabalham com máquinas pesadas".
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O desporto recreativo, em geral, não danifica as articulações saudáveis, mas antes da prática de exercício "é essencial realizar uma avaliação médica prévia para detectar possíveis anomalias articulares. De seguida, deve-se partir para uma prescrição adequada de exercício e repouso de forma equilibrada. Contudo, não é completamente descabido o uso de certos suplementos nos grupos mais exigentes, desde que esteja salvaguardada a segurança do tratamento". (Saúde Pública - Expresso)

OSTEOPOROSE : uma doença silenciosa

A osteoporose é uma doença metabólica que atinge especialmente mulheres após a menopausa.
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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1/3 das mulheres brancas, com mais de 65 anos, são portadoras de osteoporose. No entanto, estima-se que um homem branco com 60 anos tem tem 25% de hipóteses de contrair uma fractura osteoporótica.
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Segundo a Drª Viviana Tavares, reumatologista, "calculamos que, em Portugal, cerca de 600 mil pessoas sofrem de osteoporose. Estima-se que, todos os anos, ocorrem 40 mil fracturas".
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Geralmente, a osteoporose é pouco sintomática. Em determinados casos manifesta-se através de uma fractura. Hoje em dia, os especialistas consideram-na como uma "doença silenciosa".
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O diagnóstica da osteoporose "pode ser suspeitado através de uma avaliação da história clínica e de um exame físico. De forma concreta, podemos recorrer à densitometria óssea para determinar a extensão da perda de osso e também para verificar a eficácia da prevenção e/ou tratamento".
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No entanto, "mais importante do que medir a massa óssea é avaliar o risco fracturário do doente", explica Viviana Tavares, sublinhando:
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"Hoje em dia, a realização de uma densitometria óssea não é suficiente para se poder chegar a um diagnóstico preciso do risco. Os médicos devem ter em conta uma série de factores de risco clínicos que são independentes da massa óssea, mas que, de forma geral, aumentam o risco fracturário do doente".
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Os factores de risco são o "tabagismo, alcoolismo, vida sedentária e índice de massa corporal baixo", bem como a história familiar de osteoporose, menopausa precoce e o envelhecimento".
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Viviana Tavares termina dizendo que "quando um doente tem mais de 65 anos e uma densitometria que indica a existência de osteoporose deve ser ponderado o tratamento".
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Se for uma pessoa que já tenha sofrido uma fractura prévia, ou com história familiar de fractura, ou fumadora, ou que esteja a fazer medicação com corticóides, ou que tenha doenças que provoquem osteoporose secundária, também deve fazer terapêutica. Estes são alguins dos critérios que devem levar um médico a iniciar terapêutica". (Saúde Pública - Expresso)

segunda-feira, 7 de abril de 2008

1230 medicamentos de marca mais baratos




1.230 medicamentos de marca mais baratos

---------------------------------------------------Photo Credis: Trommetter



Paralelamente à descida de preço de 1.800 genéricos, a ministra da Saúde, Ana Jorge, anunciou também a redução em cerca de 1.230 medicamentos de marca. Segundo a governante, a descida está definida, porém, os novos preços só serão sentidos após o escoamento do stock existente nas farmácias.

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) explicou que os medicamentos cujos preços vão baixar “são os não genéricos que têm um preço superior à média praticada pelos quatro países que Portugal usa como referência (Espanha, França, Itália e Grécia)”, concretizando que “a redução média do preço destes medicamentos será de 8%.”

Ressalvando que a baixa dos preços aplica-se aos fármacos de marca não abrangidos nos Grupo Homogéneos (GH) do Sistema de Preços de Referência, o Infamerd esclareceu que “cada Grupo Homogéneo é constituído pelo conjunto de medicamentos com a mesma composição qualitativa e quantitativa em substâncias activas, forma farmacêutica, dosagem e via de administração, no qual se inclua pelo menos um medicamento genérico existente no mercado.”

Em vigor desde Março de 2003, o Sistema de Preços de Referência (SPR) aplica-se aos medicamentos comparticipados incluídos em grupos de medicamentos com a mesma composição qualitativa e quantitativa em substâncias activas.

De acordo com a Autoridade Nacional do Medicamento, o escoamento de um produto pode demorar "no máximo dois meses". O Infarmed estima que a redução dos preços nos medicamentos de marca possa “permitir uma poupança anual de 10,5 milhões de euros para os utentes e 20 milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).”

Em declarações à Lusa, a ministra da Saúde adiantou que dos 1.230 medicamentos de marca que baixaram de preço, "400 são de venda nas farmácias da comunidade e os outros de uso hospitalar", considerando que a medida constitui "um grande benefício para os cidadãos."Raquel Garcez Pacheco (Farmácia)

Rede de vigilância de mosquitos


Rede de vigilância de mosquitos pronta para começar
Programa visa detectar vírus com impacto na saúde pública
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O director-geral da Saúde anunciou hoje que as equipas da rede de vigilância de mosquitos em Portugal estão prontas para começar a funcionar. O programa visa detectar os vírus que representam ameaças à população, como é o caso da malária e o dengue.
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"Foi decidido criar um sistema de detecção e acompanhamento da população de vectores [mosquitos que transmitem doenças] para saber se representam ameaças à população portuguesa. É possível limitarmos localmente, resolvermos o problema na fonte e impedirmos a sua propagação", declarou Francisco George na cerimónia comemorativa do Dia Mundial da Saúde, que este ano é dedicado às alterações climáticas.
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A rede de vigilância estará em todo o território nacional e funcionará pelo menos durante um ano com a colaboração das administrações regionais de saúde responsáveis pela colheita de mosquitos, que serão depois analisados pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).
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A especialista do INSA Sofia Núncio explicou numa entrevista anterior à Lusa que foi dada formação aos profissionais das administrações regionais de saúde, e que serão também fornecidas as armadilhas, equipamentos próprios para capturar os insectos.
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A incidência de doenças infecciosas como a gripe das aves, dengue, malária, doença de Lyme ou Creutzfeldt-Jakob aumentou nas últimas décadas ou ameaça aumentar, e começam, por isso, a merecer uma atenção especial por parte de investigadores e autoridades europeia.
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A malária tem uma incidência anual de cerca de 120 milhões de casos clínicos e, segundo a Organização Mundial de Saúde, mata a cada 30 segundos uma criança, sobretudo em África.
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Na Região Autónoma da Madeira houve há dois anos o ressurgimento de um mosquito que transmite a febre amarela e o dengue, mas não há até ao momento casos clínicos de infecções, segundo explicou outra investigadora do INSA, Maria João Alves.
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No ano passado, em Itália, reapareceu um mosquito (aedes albopictus), que foi também detectado na Catalunha, e que é um bom vector também para o dengue, febre amarela e outras doenças emergentes.
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O crescimento demográfico, as alterações climáticas, a imigração e a resistência aos antibióticos são factores referidos pelas investigadoras do INSA como potenciadores destas doenças. (Jornal de Notícias)

domingo, 6 de abril de 2008

Cafeína tomada diariamente protege o cérebro

Cafeína tomada diariamente protege o cérebro

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--------------------Photo Credits: basak

Estudo sugere que o café pode reduzir o risco de demência através do bloqueio de colesterol que danifica o corpo.

A bebida já havia sido associada com a diminuição do risco da doença de Alzheimer, algo que foi explicado por uma equipa de cientistas norte-americanos.
Uma barreira vital entre o cérebro e o principal condutor de sangue do corpo em coelhos alimentados com uma dieta rica em gorduras foi protegida naqueles que foram administrados com um suplemento de cafeína. Segundo peritos britânicos, esta foi a melhor prova dos benefícios do café registada actualmente.

Estudos realizados anteriormente demonstraram que níveis elevados de colesterol no sangue podem diminuir a eficácia dessa "barreira". Os investigadores da doença de Alzheimer sugerem que este aspecto torna o cérebro mais vulnerável a danos que podem contribuir para a doença.

A University of North Dakota utilizou o equivalente a apenas uma chávena de café por dia nas suas experiências em coelhos. Após o período de 12 semanas de uma dieta rica em colesterol, os investigadores notaram que a "barreira" encontrava-se bem mais intacta naqueles que receberam o suplemento de cafeína.

"A cafeína parece bloquear diversos efeitos do colesterol", afirmou o médico Jonathan Geiger, líder da pesquisa.

"É uma substância segura e fácil de arranjar como medicamento, e as suas propriedades observadas nesta pesquisa revelam que pode ter um papel importante em terapias contra distúrbios neurológicos", afirmou o investigador. (Farmácia)

Nenhum suplemento para emagrecer resulta, revelam estudos científicos


Não há garantias de que o conteúdo dos suplementos para emagrecer corresponde ao descrito nos rótulos

Produtos não têm controlo e comportam riscos
Nenhum suplemento para emagrecer resulta, revelam estudos cientificos
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Todos os estudos científicos realizados a suplementos alimentares para emagrecer são unânimes: nenhum resulta. No entanto, todos os meses surge um novo no mercado. Sem qualquer controlo, estes produtos comportam sérios riscos para quem os toma.
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O alerta foi lançado pelo secretário-geral da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO), Pedro Teixeira, que garante não existir “nenhum suplemento no mercado para ajudar a emagrecer que seja útil, eficaz e seguro”.
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“Já foram realizados vários estudos científicos e até agora comprovou-se que nenhum resulta”, disse à Lusa Pedro Teixeira, salientando que não existe qualquer fiscalização sobre estes produtos, pelo que não há garantias de que o conteúdo dos frascos corresponde ao descrito nos rótulos.
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Todos os meses surge no mercado um novo suplemento que é anunciado como sendo a fórmula mágica para perder os quilos indesejados. De venda livre, os suplementos “seduzem quem desespera por perder peso”, lembra Carlos Oliveira, responsável da Associação de Doentes Obesos ou Ex-Obesos em Portugal (ADEXO).
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“Dizem que servem para perder peso, mas é pura ficção. Servem apenas para tirar dinheiro às pessoas e até podem ter o efeito inverso, ou seja, fazer pior”, alerta Carlos Oliveira, lembrando que quase sempre são tomados sem acompanhamento de um especialista, podendo levar a situações de sobredosagem.
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O consumo excessivo de suplementos pode provocar intoxicações. O secretário-geral da SPEO sublinha que o risco de abuso é real até porque “as pessoas pensam que se um bocadinho faz bem, um bocadinho mais faz ainda melhor”.
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E quem controla o que está dentro da embalagem? “Ninguém”, avisa Pedro Teixeira. “Nenhuma entidade avalia a composição química destes suplementos nem verifica se o que está lá dentro corresponde ao que está na rotulagem”.
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Por isso, a recomendação do responsável da SPEO é que as pessoas com excesso de peso ou obesas recorram sempre a um profissional de saúde que pode avaliar a eficácia e segurança dos suplementos e até apresentar dietas alternativas.
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A venda do suplemento alimentar Depuralina foi terça-feira suspensa, na sequência da notificação de três casos de reacções adversas graves, que podem estar associadas ao consumo do produto.
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Num comunicado conjunto da Direcção-Geral da Saúde, Gabinete de Planeamento e Políticas do Ministério da Agricultura e Infarmed, foi oficialmente divulgada a suspensão imediata da venda do suplemento alimentar devido a “fortes suspeitas de associação causal entre a utilização” do produto e o aparecimento de episódios tóxicos graves.
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De acordo com um relatório recente da Worldwatch Institute, existem mais de 300 milhões de pessoas obesas em todo o mundo. Em Portugal, 34,4 por cento das mulheres têm excesso de peso e 13,4 por cento são obesas, de acordo com um estudo publicado em Dezembro do ano passado sobre a prevalência da obesidade entre 2003 e 2005. No caso dos homens, o estudo português revela que o excesso de peso abrange 45,2 por cento da população masculina, sendo que 15 por cento dos homens portugueses são obesos. (Público)
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Portugueses compram por ano 850 mil embalagens de suplementos para emagrecer

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Diabéticos perdem apoio na compra das tiras-teste

Diabéticos perdem apoio na compra das tiras-teste
Os diabéticos que estão integrados em subsistemas de saúde, como a ADSE, não estão a beneficiar, desde dia 1 de Abril, da habitual comparticipação de dispositivos essenciais ao controlo da sua doença, como as tiras que medem os valores da glicemia. O novo protocolo assinado entre a tutela, a indústria e as associações de farmácias excluiu os subsistemas, deixando muitas pessoas sem acesso à comparticipação de 85%. Ontem, a situação ficou resolvida com a assinatura de uma portaria.

O ministério pretende que os subsistemas passem a articular-se directamente com as farmácias e não através do Serviço Nacional de Saúde, que era quem adiantava as verbas até agora. No entanto, esta situação ainda não estava regulada, o que levou as farmácias associadas à ANF a pedir aos doentes o valor global das tiras-teste (30 euros, em vez de pouco mais de três).

De acordo com Luís Gardete, presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, "há doentes a quem tem sido negada a venda de tiras; outros, têm de pagar a totalidade do valor e houve até um caso em que foi cobrado mais do que devia", refere ao DN, acrescentando que já recebeu inúmeras queixas de doentes.

Desde 2006 que a ANF tem vindo a alertar o ministério para a exclusão dos subsistemas de saúde dos protocolos, segundo vários documentos a que o DN teve acesso. A Associação Nacional das Farmácias frisou que "já mostrou disponibilidade para encontrar uma solução para este problema, mas nunca teve uma resposta do ministério".

Ontem, o problema da falta de regulação foi resolvido e as farmácias vão mesmo passar a ter de se articular com os sistemas de saúde. O director-geral da Saúde, Francisco George, disse ao DN que "houve uma alteração à lei, através de uma portaria assinada" ontem.

O objectivo é uniformizar os pagamentos de comparticipações, para que as tiras sejam pagas como os restantes medicamentos", explica. A medida surgiu após uma recomendação do Tribunal de Contas, que apontava "a falta de controlo destas despesas".

Fonte da ANF disse que ainda não tinha tido conhecimento desta portaria e que, até lá, vai continuar "a não comparticipar estes doentes". Luís Gardete lamenta que esta falta de diálogo esteja a prejudicar doentes de todo o País, que "começam a ter dificuldades em controlar a diabetes e a sentir muita ansiedade". Apesar do despacho, "muitos doentes podem ainda ter de esperar alguns dias para que a situação seja resolvida".

O protocolo de colaboração assinado entre o Ministério de Saúde, associações de farmácias e indústria prevê a redução dos preços dos dispositivos, a garantia do acesso a eles pelos diabéticos e novas regras de facturação. No dia 2, a tutela informava que todos os diabéticos tinham os mesmos benefícios. (Diário de Notícias)

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Mulheres hipertensas com maior risco de diabetes

Independentemente de terem ou não peso a mais
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As mulheres hipertensas correm até tres vezes mais riscos de desenvolver um tipo de diabetes, relativamente às mulheres que têm uma tensão sanguínea normal, segundo um estudo divulgado quinta-feira e que a Lusa noticia.
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Este risco é independente do peso a mais que favorece a ocorrência da forma mais comum de diabete (o chamado tipo 2) e é também independente de outros factores que favoreçam doenças cardiovasculares (tabaco, excesso de gordura sanguínea, por exemplo) ou a diabetes (falta de exercício ou antecedentes de diabetes).
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O estudo foi conduzido pelo cardiologista David Cohen, da Harvard Medical School, e abrangeu 38 mil profissionais de saúde, seguidas durante dez anos. No início do estudo, em 1993, nenhuma destas mulheres sofria de diabetes ou de doenças cardiovasculares.
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Cohen afirma que apesar de haver alguns estudos, há pouca informação no que respeita a relação entre hipertensão e desenvolvimento desta forma de diabetes nas mulheres. A obesidade é também um factor de risco independente da diabetes de tipo 2.
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«No entanto, a análise estatística mostra que a relação entre a hipertensão e o surgimento de diabetes de tipo 2 é similar entre as mulheres, quer elas tenham o peso normal, peso a mais, ou sejam obesas», explica Cohen.
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Segundo o estudo, que surge no European Heart Journal, uma revista da sociedade europeia de cardiologia, a associação entre a hipertensão e a diabetes não se pode explicar apenas pelo peso a mais.
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Para os autores do estudo, o risco acrescido de diabetes ligado a uma hipertensão, e à progressão para a hipertensão, oferece uma oportunidade de prevenção precoce, em particular pelo controlo dos níveis de açúcar no sangue, (que aumentam em caso de diabetes).
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A hipertensão favorece ataques cerebrais e as complicações da diabetes podem ser muito graves, desde ataques cardíacos, a amputações, diálise ou transplante de rins. (Portugal Diário)