Um novo relatório norte-americano salientou os riscos potencialmente graves para a saúde derivados da utilização de comprimidos dietéticos de prescrição médica importados, fabricados no Brasil, que combinam anfetaminas e outros medicamentos que requerem prescrição médica, tais como agentes ansiolíticos e antidepressivos.
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Os comprimidos para a perda de peso proibidos estão facilmente acessíveis através da Internet ou são trazidos do Brasil e vendidos em clínicas de emagrecimento, lojas de produtos naturais, ginásios ou cabeleireiros por brasileiras.
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O Dr. Pieter A. Cohen, da Cambridge Health Alliance e da Faculdade de Medicina de Harvard, em Boston, começou a ficar preocupado com a utilização deste tipo de comprimidos quando observou que muitos pacientes estavam a experienciar dores no peito inexplicáveis e outros sintomas. No final, alguns destes pacientes admitiram que estavam a utilizar comprimidos dietéticos importados.
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Na revista científica “Journal of General Internal Medicine”, o Dr. Cohen descreve uma paciente, de 26 anos, que consultou várias vezes o seu médico com queixas de dores no peito, palpitações, dores de cabeça, insónia, náuseas e fadiga. Os sintomas iniciaram pouco depois da paciente ter começado a tomar os comprimidos brasileiros numa tentativa de perder peso, após o nascimento da filha.
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Foram detectadas anfetaminas (estimulantes) e benzodiazepinas (fármacos ansiolíticos) na urina, e foi detectado nos comprimidos o estimulante específico fenproporex, proibido nos Estados Unidos e na Europa há muitos anos. Os danos causados à saúde por esta substância são tão graves que, em Portugal, já nem com receita médica é possível comprar anfetaminas.
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Após ter perdido 13 quilos, a paciente deixou de tomar os comprimidos e os sintomas desapareceram, embora refira que sentia falta dos comprimidos. Quando a paciente começou a recuperar o peso perdido, voltou a tomar os comprimidos, tendo os sintomas voltado.
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No Brasil, a prescrição destes comprimidos dietéticos compostos é geralmente obtida através de médicos de consultórios privados que frequentemente se promovem como peritos em obesidade. Contudo, nenhum destes medicamentos incluídos nestes comprimidos dietéticos está indicado para o tratamento da obesidade, segundo as directrizes de conduta normalmente aceites.
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Como estes comprimidos são prescritos por médicos, algumas pessoas assumem que devem ser seguros. De facto, uma vez que as rotulagens são enganadoras, as pessoas não fazem ideia do cocktail perigoso de medicamentos que estão realmente a tomar.(Farmacia.com.pt)
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