quarta-feira, 30 de julho de 2008

Cancro pode matar 12 milhões em 2030

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Alerta: Organização Mundial da Saúde declara que 30% das mortes podem ser prevenidas
O cancro é a principal causa de morte no Mundo.
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Em 2007 morreram7,9milhõesde pessoas, 13 por cento do total das mortes. Dentro de apenas duas décadas o quadro pode ser ainda mais negro, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a prever que em 2030 o número de mortes ascenda aos 12 milhões por ano. O alerta ontem divulgado vem acompanhado com a boa notícia de que é possível prevenir trinta por cento das mortes por cancro.
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Os tipos de doença oncológica mais frequentes, de acordo com o número global de mortes, são os do pulmão, estômago, fígado, colo-rectal, esófago e próstata para o homem e para a mulher os cancros da mama, pulmão, estômago, colo-rectal e cervical.
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De acordo com a OMS, as mortes anuais por neoplasia são, respectivamente, do pulmão (1,4 milhões de casos), estômago (866 mil), cólon (677 mil), fígado (653 mil) e mama (548 mil).
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O cancro é o termo genérico para um grupo grande de doenças que afectam qualquer parte do corpo. Os factores de risco que causam o aparecimento são o excesso de pe-so ou obesidade, consumo reduzido de fruta, legumes e vegetais, falta de exercício físico, consumo de tabaco e álcool.
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Mas não são apenas estes factores que podem causar o tumor. Na origem podem estar ainda o sexo não protegido, poluição do ar em meio urbano, vírus das hepatites B e C e ainda o fumo produzido nas habitações proveniente dos combustíveis sólidos.
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Conhecer os factores de risco do cancro e reduzi-los ou evitá-los ajuda a prevenir o aparecimento da doença, cuja estratégia de combate passa não apenas pela prevenção mas também pela detecção precoce e aumento dos tratamentos.
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A OMS alerta ainda para a necessidade de se evitar os factores de risco, apostar na vacinação contra os vírus do papiloma humano e hepatite B, controlar os riscos profissionais e reduzir a exposição ao Sol.
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APONTAMENTOS
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ALTERAÇÃO DE CÉLULA
O cancro surge da alteração de uma única célula. As metástases são a maior causa de morte.
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EXTERNOS E GENÉTICOS
A alteração na célula pode ser causada por agentes externos ou por factores genéticos. (Correio da Manhã)
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terça-feira, 29 de julho de 2008

VIH

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Trinta e três milhões de pessoas tinham a doença em 2007
Número de infectados pelo VIH registou pequena descida nos últimos anos

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O número de pessoas contaminadas com o vírus VIH diminuiu ligeiramente nos últimos anos, uma descida que terá sido provocada pelo reforço dos esforços globais contra a doença, avançou hoje um relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas para o VIH/sida (ONUsida). No ano passado, o vírus contaminava 33 milhões de pessoas em todo o mundo, menos 200 mil que em 2006. O número mortes causadas pela doença também desceu, de 2,1 milhões em 2006 para dois milhões em 2007.
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De acordo com o ONUsida, em 2007 foram infectadas com o VIH 2,7 milhões de pessoas, um número inferior aos três milhões que se registava em 2001. Ainda segundo o programa, por cada dois doentes com VIH em tratamento existem cinco novos casos.
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A maioria dos infectados com o vírus está concentrada no continente africano, nomeadamente a sul do deserto do Sara.
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O ONUSida reconheceu hoje, pela primeira vez, que os esforços contra esta epidemia começam a ter resultados concretos, alertando, porém, que 7500 pessoas são ainda infectadas diariamente em todo o mundo.
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Apesar da diminuição do número de mortes e dos casos de novas infecções face a anos anteriores, o organismo considera que os níveis permanecem "inaceitáveis" e que o futuro é ainda "incerto".
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O relatório, que apresenta dados relativos a 147 países, avançou igualmente que existe um decréscimo dos contágios entre mãe e filho, bem como um aumento das pessoas em tratamento.
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Perto de 34 mil portugueses infectados em 2007
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O Programa Conjunto das Nações Unidas para o VIH/sida adiantou ainda que em Portugal, perto de 34 mil pessoas, com idades superiores a 15 anos, estavam infectadas no ano passado com o vírus do VIH, sendo que as estimativas mais baixas apontam para 20 mil e as mais altas para 63 mil.
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Em 2001, as estimativas do ONUsida para adultos e crianças falavam em 29 mil infectados no país, sendo que o melhor cenário apontava para 18 mil e o pior para cerca de 51 mil.
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O mesmo relatório adianta também que o número de mortes de adultos e crianças portuguesas no ano passado devido à doença foi inferior a 500.
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O mesmo documento coloca Portugal na lista de 16 países onde existe mais de 75 por cento de cobertura de tratamento antiretrovirico para adultos e crianças com a doença em estado avançado, juntamente com países como a Alemanha, Reino Unido, Irlanda, Dinamarca, Butão, Botswana, Chile, Costa Rica, Cuba, Chipre, Geórgia, Israel ou Namíbia.
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O relatório não adianta números sobre as crianças portuguesas que ficaram órfãs devido à doença ou qualquer caso de infecção em menores de 14 anos.
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Até ao final de Setembro do ano passado estavam registados em Portugal, segundo o Ministério da Saúde, mais de 32 mil casos de sida, com um anterior relatório das Nações Unidas a indicar que Portugal era o quarto país da Europa Ocidental com mais casos novos diagnosticados em 2006.
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Em Fevereiro deste ano, o Instituto Nacional de Estatística revelou que o número de casos de sida diagnosticados em território nacional tinha diminuído entre 2000 e 2006: enquanto em 2000 foram diagnosticados 1022 novos casos de infecção, em 2006 o número baixou para 577, um decréscimo de 56,5 por cento.
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Dados recentes do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge apontam para a existência de 35 mil pessoas infectadas com o vírus da imunodeficiência humana em Portugal.(Público)

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Falta informação para dadores de sangue

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Falta informação para dadores de sangue
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Um inquérito promovido pela Deco Proteste considera que o maior obstáculo à recolha de sangue reside no facto de os dadores considerarem que existe pouca informação sobre os riscos e benefícios da dádiva.
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A Associação de Defesa dos Consumidores, baseando-se nos resultados de um inquérito que realizou junto de 2400 portugueses, publicados na revista Teste Saúde de Agosto, revela que metade dos inquiridos considera-se mal informada sobre a doação de sangue e 71 por cento deles consideram não ter informações suficientes sobre a transfusão, "embora a maioria acredite que é segura".
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A maioria dos dadores (59 por cento) disse não ter recebido o documento de consentimento informado na última doação, enquanto 12 por cento dos que o receberam consideram-no pouco elucidativo, revela a Deco.
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Apesar da falta de informação, quase todos os dadores consideram a experiência positiva, mas só um quinto afirmou ter sido informado de que na dádiva há riscos, como por exemplo dor ligeira e tonturas, refere o mesmo inquérito.
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A Deco conclui ainda que 88 por cento dos inquiridos considerou satisfatórios os serviços de recolha de sangue e a maioria recomendaria o local, destacando-se como muito positiva a relação entre o dador e o profissional de saúde. Os pontos negativos apontados foram o tempo de espera, conforto da sala, dificuldades de parqueamento do carro e sinalização dos serviços nos hospitais.
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Perante estes resultados, a Deco recomenda uma maior promoção aos locais de recolha, uma maior aposta por parte das equipas que fazem a colheita no esclarecimento do dador, que o documento de consentimento informado seja "mais claro quanto aos riscos e benefícios" e que seja entregue uma cópia deste ao dador. (Correio da Manhã)
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sábado, 26 de julho de 2008

CGD quer comprar Hospital dos SAMS

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Saúde: Trabalhadores Sociais Democratas preocupados com possível alienação de equipamento do SAMS
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O secretário-geral dos Trabalhadores Sociais Democratas (TSD) enviou uma carta aos bancários social democratas a alertá-los para a possível alienação dos equipamentos médicos dos SAMS do Sindicato do Sul e Ilhas sem estudos prévios e privilegiando apenas um parceiro.
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"Considero um escândalo pretender-se alienar a parte mais rentável do nosso SAMS - Hospital, Centro clinico Ambulatório e Postos Periféricos - aos Hospitais Privados de Portugal (HPP), ficando o Sindicato em minoria", diz a carta, a que a agência Lusa teve acesso.
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"Considero ainda mais grave e uma irresponsabilidade inexplicável pretender-se fazer um negócio desses, sem primeiro se pedir a uma ou mais entidades especializadas e idóneas um estudo que habilite o Sindicato a tomar, de forma sustentada e transparente, as decisões que julge mais adequadas aos interesses dos bancários", acrescenta Arménio Santos na missina envida a cerca de 1.000 militantes dos TSD que são filiados no Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI).
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O SBSI tem tido vários contactos, ao longo de vários meses, com a HPP (do grupo Caixa Geral de Depósitos) que manifestou interesse em estabelecer uma parceria com o sindicato relativamente aos equipamentos médicos do Serviço de Assistência Médico-social (SAMS), que passaria pela obtensão da maioria do seu capital social.
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O secretário-geral dos TSD, Arménio Santos, que antes de ser deputado do PSD era bancário e dirigente sindical, disse à Lusa que é inaceitável que o SBSI dê o exclusivo da negociação neste processo a um só parceiro.
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"Não podemos, assim, dar qualquer tipo de cobertura a uma decisão destas", disse, reafirmando "a necessidade imprescindivel de serem feitos estudos prévios a qualquer opção relativa ao futuro dos SAMS".
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Arménio Santos acusou ainda os presidentes do SBSI e do SAMS, ambos da tendência sindical socialista, de terem "preparado sigilosamente" o negócio com a HPP, sem informarem a tendência social democrata, que está na direcção do SBSI em coligação com os socialistas.
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"Não tiveram a lealdade e a solidariedade de falar com a tendência social-democrata", acusou.
Os TSD estão a distribuir aos bancários em geral um folheto em que alertam para situação e divulgam a sua posição afirmando que não vão "embarcar em soluções unilaterais e pouco transparentes" em que "os SAMS partem numa situação fragilizada e minoritária".
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O documento salienta ainda que os SAMS são "uma rede apetecível para qualquer grupo privado que opere na área da saúde", porque tªêm 120 mil beneficiários utentes fidelizados.
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Os SAMS servem os sócios, e familiares, do SBSI, foram criados em 1976 e têm actualmente um hospital, um centro clinico ambulatório, 5 postos periféricos, 12 postos regionais e um lar de idosos.
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O SBSI disse sexta-feira à Lusa que ainda não está nada acordado com a HPP pois adirecção do sindicato só aceitou negociar um protocolo que enquadre todo o processo negocial.
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O sindicato também disse à Lusa que vai encomendar estudos para avaliar um eventual negócio de parceria com a HPP. (Jornal de Notícias)
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"Casa do Avô", em todos os concelhos, já!!!...

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Saúde: Vila Real Sto António inaugura "Casa do Avô" para cuidados básicos a idosos
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A Câmara de Vila Real de Santo António (VRSA) inaugurou hoje uma estrutura para prestar cuidados básicos de saúde a idosos e apresentou o "Cartão VRSA Social" que pagará até 20 por cento do valor da receita médica.
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A "Casa do Avô é um complexo ocupacional para a terceira idade onde se vão prestar os cuidados básicos de saúde, como a medição da tensão arterial, diabetes e colesterol", explicou à Lusa Luís Gomes, adiantando que até Setembro vão surgir mais duas unidades com o mesmo conceito no concelho, uma na freguesia de Montegordo e outra em Cacela.
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"Há gente do meu concelho que não se trata porque não tem dinheiro para pagar uma consulta de especialidade, nem dinheiro para fazer a viagem até Faro para realizar um exame médico", conta o autarca, que encontrou em algumas iniciativas simples uma forma de ajudar a população do seu concelho.
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"Uma Câmara Municipal não serve só para realizar infra-estruturas no seu concelho. Por muito importante que as mesmas sejam, e são-no, um autarca tem que se preocupar essencialmente com os seus munícipes, com o seu bem-estar", considera o presidente Luís Gomes (PSD).
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Além da "Casa do Avô", Luís Gomes apresentou também o "Cartão VRSA Social" cujo principal objectivo é ajudar a comparticipar nas receitas médicas.
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"A Câmara vai pagar até 20 por cento do valor das receitas", garantiu o autarca, que considera a medida solidária.
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O "Cartão Família", "VRSA Amiga" "Tarifário de água para as famílias numerosas", "Autocarro Social" ou consultas gratuitas pata terapia da fala são outras iniciativas que a autarquia apresentou hoje à população, em plena Praça Marquês de Pombal.
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Uma outra medida de cariz social que a autarquia de VRSA levou a cabo foi o pagamento das viagens de doentes até Cuba para serem operados a doenças de olhos.
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VRSA enviou para Cuba, nos últimos meses, 150 pacientes para serem tratados a doenças oftalmológicas, uma iniciativa seguida mais tarde por outros municípios, nomeadamente Aljezur, que mandou um grupo de quatro utentes. (RTP?
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sexta-feira, 25 de julho de 2008

Poluição atmosférica pode despoletar ataques cardíacos

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A poluição do ar pode ajudar a despoletar eventos cardiovasculares em pessoas de determinados grupos de risco, visto que respirar elevados níveis de poluição pode provocar ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais após 24 horas de exposição.
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Segundo o Dr. Gokhan Mutlu, da Faculdade de Medicina de Feinberg da Universidade Northwestern e do Hospital Northwestern Memorial, em Chicago, a exposição a elevados níveis de poluição pode revelar doenças cardíacas escondidas, mesmo que nunca se tenham sentido sintomas. As pessoas mais vulneráveis são aquelas que sofrem de doenças cardiovasculares ou apresentam factores de risco, tais como pressão sanguínea elevada, colesterol elevado, diabetes, obesidade, doença pulmonar ou o hábito de fumar regularmente.
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A investigação de Mutlu publicada no ano passado demonstrou que a poluição microscópica do ar, partículas menores do que um décimo do diâmetro de um cabelo humano, torna o sangue mais grosso e pegajoso. Quando os pulmões estão inflamados pela poluição, estes segregam uma substância, a interleucina-6, que provoca um aumento da tendência para o sangue coagular. Se os coágulos migrarem para os pulmões podem causar uma embolia pulmonar, ou seja, a obstrução repentina de uma artéria pulmonar, o que pode ser fatal. (Farmacia.com.pt)
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Remédios à unidose

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Saúde - Portaria estabelece regras para unidose
Remédios à unidade
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A unidose vai avançar para quatro classes de medicamentos: antibióticos, anti-histamínicos, anti-inflamatórios e paracetamol. Cada pessoa poderá comprar um máximo de 30 unidades. O tratamento individualizado depende da decisão do médico quando passa a receita mas o doente pode sempre optar por levar a caixa completa.
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O projecto de portaria do Ministério da Saúde, a que o CM teve acesso, foi enviado aos parceiros sociais para consulta e define as condições em que os remédios vão ser dispensados em quantidades individuais, consoante a necessidade de tratamento de cada doente. Num primeiro momento, comprar remédios à unidose só será possível nas farmácias que vão abrir nos hospitais.
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Podem ser vendidos à dose comprimidos em blister e saquetas mas também embalagens de grandes dimensões. Neste caso, serão as farmácias ou um "terceiro que disponha de autorização de fabrico para as operações a executar" a reembalar os remédios. Na nova caixa terá de constar a data da dispensa e o nome do director técnico do estabelecimento. O doente leva também a bula ou uma cópia.
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Prevista no acordo entre Governo e Associação Nacional de Farmácias, a venda de remédios à unidose é contestada pela indústria farmacêutica, considerando que a medida traz riscos para os doentes. Mas é exigida pelos donos das novas farmácias dos hospitais para avançar com o negócio.
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Não há arredondamentos
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O preço máximo de cada dose individual é calculado dividindo o custo da caixa pelo número de unidades. Mas as farmácias não podem arredondar o valor no acto da venda – a dose individual é cobrada ao centésimo. E não pode ultrapassar "o preço unitário mais baixo do mesmo medicamento". Uma caixa de 18 comprimidos do paracetamol Ben-U-Ron, por exemplo, custa 2,37 euros. Se vendidos à dose, passam a custar 13 cêntimos cada um. Nas comparticipações, aplica-se a mesma fórmula. Se um doente comprar cinco Ben-U-Ron e pagar 0,65 euros, a comparticipação do Estado é feita sobre o valor total.
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Medicamentos sem receita estão mais caros
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Os medicamentos não sujeitos a receita médica estão mais caros 5,2% em relação a 2005, quando o Governo permitiu a sua venda fora das farmácias. A conclusão é de uma avaliação da Deco publicada na revista ‘Teste/Saúde’. Depois de analisar os preços de 20 remédios, concluiu que aumentaram, em média, 1,7 por cento no último ano. "Ao contrário do que o Governo anunciou, não houve uma descida generalizada", diz a associação de defesa do consumidor. Em 20 medicamentos, apenas sete baixaram de preço.
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A Deco encontrou aumentos na ordem dos 45, 30 e 27 por cento. Segundo a revista, as farmácias e as parafarmácias registaram subidas de 11 por cento e 10 por cento, respectivamente. "Os hipermercados foram os únicos a inverter a tendência, com uma descida média de três por cento." (Correio da Manhã)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Novo medicamento combate cancro da próstata mais agressivo

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Investigadores ingleses
Novo medicamento combate cancro da próstata mais agressivo

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Investigadores ingleses desenvolveram um novo medicamento que está a ter resultados satisfatórios contra o cancro mais agressivo da próstata. O químico inibe as hormonas que alimentam o cancro, e os resultados dos primeiros testes mostram uma regressão dos tumores.
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“Acreditamos que demos um passo muito importante no tratamento de cancros da próstata terminais”, disse Johann de Bono do “Institute of Cancer Research”, líder do grupo de investigação.
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Já se sabia que as hormonas sexuais eram o principal alimento deste tipo de cancro, por isso muitos tratamentos passavam pela inibição da produção da hormona nos testículos. Mesmo assim, o tratamento com quimioterapia não dava mais de 18 meses de vida aos pacientes.
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O que os cientistas descobriram foi que o cancro pode utilizar as hormonas sexuais vindas de vários tecidos do corpo, incluindo as hormonas que o próprio tumor produz. O novo medicamento, chamado Abiraterone, bloqueia a produção de todas estas hormonas.
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Segundo os investigadores, o químico pode tratar potencialmente 80 por cento dos pacientes que tenham esta forma de cancro. Em Inglaterra, 10.000 homens são afectados pelo cancro da próstata mais agressivo e a maioria não sobrevive.
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Os resultados mostraram que os tumores diminuíram, e houve descida do nível de uma proteína chave que é produzida pelo tumor, na maior parte dos pacientes. Muitos doentes reportaram que têm uma vida melhor e alguns deles deixaram de tomar morfina para as dores.
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Pensa-se que o fármaco possa ajudar pacientes com outros tipos de cancro, como por exemplo o cancro da mama.
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Fazer o balanço
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O estudo foi publicado na revista científica “Journal of Clinical Oncology” e descreve os primeiros resultados dos testes feitos a 21 homens com a doença. Já existe informação da resposta ao medicamento em mais 250 indivíduos em todo o mundo, e está a decorrer um teste maior em 1200 pacientes.
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Neste momento, nenhum paciente tomou a droga durante mais do que dois anos e meio, por isso ainda não se sabe quais é que são os efeitos a longo prazo.
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“Vai ser crucial ter em conta o balanço entre os benefícios e os efeitos adversos, antes de se tirar conclusões acerca do uso do novo químico”, explicou o investigador. Segundo Johann de Bono, muitas vezes os efeitos secundários importantes só se descobrem quando se fazem estudos em larga escala. (PÚBLICO)
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domingo, 20 de julho de 2008

Três milhões têm insónias

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Distúrbio: Problemas de noites mal dormidas cada vez mais frequentes
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Portugal gasta mais de 80 milhões de euros por ano em comprimidos para dormir. A insónia afecta mais de três milhões de portugueses. O elevado consumo de medicamentos para dormir coloca o País no topo do ranking dos que mais consomem, precisamente o segundo lugar entre os 27 da União Europeia. De acordo com os últimos dados disponíveis, cada português consumiu, em média, duas embalagens de calmantes em 2006, totalizando 20 milhões de caixas.
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A insónia é a desordem mais comum do sono e estima-se que entre 30 a 45 por cento da população mundial não consiga ter uma noite reparadora do sono sem recorrer a um comprimido.
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A neurologista Teresa Paiva afirma ao CM que os distúrbios do sono são muito frequentes. 'Existem 88 doenças do sono e os problemas de uma noite mal dormida são cada vez mais frequente, o que faz com que se gastem 80 milhões de euros, por ano, na compra de medicamentos hipnóticos e ansiolíticos.
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O elevado consumo de calmantes e sedativos leva o Ministério da Saúde a querer reduzir esse consumo bem como a despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma vez que são medicamentos comparticipados pelo Estado.
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Segundo o Alto Comissariado da Saúde, entre 2002 e 2006, o consumo de ansiolíticos, hipnóticos, sedativos e antidepressivos no SNSaumentou 14,7%. No entanto, entre 2005 e 2006, registou-se uma ligeira diminuição no consumo (0,5%).
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As causas da insónia são diversas, sublinha a especialista Teresa Paiva. Algumas doenças podem estar na origem das insónias, como por exemplo a fibromialgia, doenças neurológicas (dores de cabeça, Parkinson) e neurodegenerativas (do sistema nervoso central). Também os estilos de vida roubam horas ao sono, tal como o consumo de certos produtos estimulantes, como as bebidas energéticas ou o café.
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As consequências da insónia – perda de memória, de reflexos e falta de concentração – têm sido alvo de alerta da neurologista, que chama a atenção para o risco acrescido de depressão, que surge após três meses de noites mal dormidas.
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HORÁRIOS MUDAM COM A IDADE
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Não há uma duração adequada que se aplique a toda a gente. Nem a todas as idades. Ao longo da vida, a necessidade de dormir vai variando. Os recém-nascidos precisam de quase 20 horas, os adultos entre sete e nove. Aos 45 anos reduz-se aquilo a que os especialistas apelidam de eficiência do sono – a proporção entre o sono efectivo e o tempo que se passa na cama.
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Ao longo da noite, passa-se por várias fases. Quando adormecemos, entramos num sono mais leve, há um relaxamento dos músculos, os batimentos cardíacos abrandam e o corpo prepara-se para entrar num sono profundo. Uma hora e meia depois entra-se na fase dos sonhos, os olhos movem-se para a frente e para trás, num período chamado REM (Rapid Eye Movement).
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O MEU CASO
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'NÃO CONSIGO DORMIR SEM AJUDA', ANA MARIA QUINTAS
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Ana Maria Quintas, 56 anos, sabe o que é passar uma noite em claro ou mal dormida. A leitura, até às duas ou três horas da madrugada, ajuda a sonolência, mas não consegue 'pregar olho' sem recorrer à ajuda de medicamentos.
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'Há anos que tenho problemas com o sono. Antigamente passava horas sem conseguir dormir por causa da falta de ar – bronquite asmática – mas agora já tenho esse problema controlado. Hoje em dia, não consigo dormir sem a ajuda de um medicamento, indutor do sono, por causa de preocupações familiares', refere ao CM.
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Ana Maria Quintas já experimentou passar a noite sem recorrer a remédios, mas o resultado, lembra, não foi nada satisfatório: 'Só tinha pesadelos e passava a noite muito agitada. Se não conseguir dormir bem, passo o dia seguinte com muito cansaço, não fico bem.
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PERFIL
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Ana Maria Quintas, tem 56 anos e é reformada. Com recurso a medicamentos consegue controlar a bronquite asmática de que sofre e a qual contribuiu para a sua aposentação. Colabora com a Associação Portuguesa de Asmáticos, no Porto.
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CONTRAPONTO
CUIDADOS MAIS IMPORTANTES
BEBIDAS
Evitar bebidas com cafeína, sobretudo nas seis horas antes de ir para a cama. As bebidas alcoólicas também podem dificultar o sono, assim como as refeições pesadas (antes da hora de descanso) ou o tabaco.
AMBIENTE
Retire do quarto a televisão ou jogos de computador. Tente criar um ambiente confortável, relaxante e acolhedor.
HORA CERTA
Se não conseguir adormecer, não tente forçar o sono, porque o efeito pode ser exactamente o contrário. Levante-se e pegue num livro ou faça outra actividade relaxante até que o sono chegue.
LUZ
A entrada de luz não ajuda quem quer dormir. No quarto use persianas ou cortinados grossos. Se viajar, leve uma venda para tapar os olhos. A temperatura deve ser amena, a rondar os 22º/23º.
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
CONSEQUÊNCIAS

Dormir menos do que as oito horas necessárias tem consequências na qualidade de vida e cria uma sensação de sonolência, irritação, cansaço e apatia. A médio e longo prazo, a falta de horas de descanso deixa sequelas na saúde física e psicológica.
MULHERES
São mais afectadas. Uma das razões é o perfil hormonal – sofrem de tensão pré-mestrual e costumam dormir mal nos dois ou três dias que antecedem a menstruação. O fenómeno é também comum na menopausa.
CAUSAS
As perturbações do sono aparecem muitas vezes na sequência de preocupações e problemas pessoais, familiares ou profissionais. Mas, mesmo quando os problemas já estão resolvidos, a insónia pode manter-se. O corpo habitua-se a dormir mal. Uma pessoa sabe que tem problemas em adormecer, fica ansiosa e aumenta a probabilidade de não dormir. Uma sesta ao início da tarde produz efeitos positivos: restaura as forças e reforça as faculdades intelectuais.
DOENÇAS
Há estudos que ligam a falta de sono ao aparecimento de diabetes. Sem descanso vários dias, o sistema nervoso central torna-se mais activo. E o pâncreas não produz a insulina – a hormona que permite digerir a glicose – de forma adequada. (Correio da Manhã)
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NECESSIDADES DE SONO AO LONGO DA VIDA
IDADE / SONO
BEBÉS

0-2 meses / 10,5-18,5
2-12 meses / 14-15
12-18 meses / 13-15
CRIANÇAS
1,5 - 3 anos / 12-14
3-5 anos / 11-13
5-12 anos / 9-11
ADOLESCENTES
Adolescentes / 8,5-9,5
ADULTOS
Adultos (média) / 7-9
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sábado, 19 de julho de 2008

Hospitais ainda sem farmácias

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Remédios - postos de venda dentro do SNS ainda por criar
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As primeiras farmácias de venda directa ao público nos hospitais deviam ter aberto este mês, de acordo com o anúncio do Ministério da Saúde. Contudo, nenhum dos seis hospitais que lançaram concursos públicos para a criação destes estabelecimentos vai cumprir o prazo. Leiria é o que está mais adiantado, mas continua em fase de obras e a inauguração demorará "algumas semanas", adianta fonte oficial da unidade.
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Em Março, a ministra Ana Jorge anunciou que as primeiras farmácias iriam surgir "em Julho". Mas quando há uma semana esteve no Parlamento, Ana Jorge corrigiu para "alguns meses" o prazo para a criação destes estabelecimentos.
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Este é apenas um dos atrasos na concretização da medida. Em Maio de 2006,o primeiro-ministro José Sócrates prometeu aos doentes que fossem ao hospital a possibilidade de comprar, no próprio edifício, os seus remédios, 24 horas por dia. Isto porque iriam ser criadas farmácias "em nove meses": 26 meses depois, ainda não é possível fazê-lo.
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Da abertura destas farmácias está ainda dependente outras das promessas do Executivo: a venda de medicamentos à unidose, que vai avançar a título experimental nestes locais. Leiria, S. João (Porto), Santa Maria (Lisboa), Faro, Padre Américo (Amarante) e Centro Hospitalar de Coimbra são as unidades que vão ter farmácias. (Correio da Manhã)
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sexta-feira, 18 de julho de 2008

TC atrasa Hospital de Cascais

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Acórdão: TC diz que estado e doentes ficaram prejudicados
Chumbo atrasa Hospital de Cascais
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Tal como está, o novo Hospital de Cascais não avança. O Tribunal de Contas (TC) considera que os doentes e o Estado saem prejudicados do acordo que o Governo fez com os Hospitais Privados de Portugal (HPP) para a gestão da nova unidade. Prevista para 2009, a inauguração do hospital pode agora atrasar-se, já que o prazo estipulado é de dois anos após a aprovação do TC, o que não aconteceu. Os ministérios da Saúde e das Finanças reagem, declarando que a parceria "não está em causa" e dizem estar disponíveis para fazer alterações ao contrato. No entanto, não excluem a possibilidade de recorrer da decisão.
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São três as razões apontadas para o chumbo do TC. Foram retirados cuidados de saúde que estavam previstos inicialmente, como o tratamento de doentes com cancro e com VIH/sida – estes são os cuidados mais caros que um hospital presta. O Estado deixou de poder multar a entidade gestora e tem menos meios para fiscalizar se o contrato é cumprido. E ainda alteraram as regras a meio do jogo, prejudicando os outros concorrentes que queriam gerir o hospital.
Diz o acórdão que, depois de ser escolhido um vencedor, foram feitas alterações na fase de negociação directa com os HPP. Estas mudanças não só são ilegais como tiveram um único prejudicado: o Estado, deixado com "condições menos vantajosas e mais gravosas".
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José Miguel Boquinhas, responsável pelos HPP, disseao CM que "estão disponíveis" para rever o acordo e integrar os cuidados de oncologia. Mas refere que os termos do contrato implicaram duas partes, não foram feitos só pelo grupo e que "cabe à entidade contratante" decidir o que fazer. Uma decisão a ser estudada pelos gabinetes jurídicos das Finanças e da Saúde. Apenas dizem que vão "procurar integrar as preocupações" do TC. Em reacção, o presidente da Câmara de Cascais, António Capucho, disse que "não vai entrar em alarmismo" e espera resposta rápida do Governo. (Correio da Manhã)
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quinta-feira, 17 de julho de 2008

Domésticas e idosos obesos

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Excesso de peso - Inquérito inédito em Portugal identifica riscos
Domésticas e idosos obesos

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Os idosos e as domésticas são os novos obesos, de acordo com um estudo que tirou as medidas aos comportamentos dos portugueses. Em poucas décadas, estão mais sedentários e trocaram as sopas e os legumes por alimentos ricos em gorduras e açúcares.
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As consequências já estão à vista, com a subida dos índices de massa corporal e das doenças associadas ao excesso de peso, como a diabetes e a hipertensão. A conclusão é do inquérito feito pela Plataforma contra a Obesidade da Direcção-Geral da Saúde a 800 pessoas de todo o País.
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Miguel Rego, nutricionista e um dos coordenadoresdo estudo, explica que os números reflectem uma contradição bem conhecida dos especialistas.Asclassescommenospodereconómico têm mais dificuldade em manterhábitos saudáveis, porque a indústriaalimentar consegue lançar produtos baratos, mas ricos em gorduras e açúcares. Contudo, alerta:"Mesmo com reformas baixas, há escolhas saudáveis que podem ser feitas."
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Os idosos têm dificuldades de mobilidade e de autonomia, o que dificulta a prática de exercíciofísico.As domésticas têm tendência a alguma "monotonia alimentar" e, além disso, "estão mais preocupadascom a casa e os filhos". O nutricionista sublinha a necessidade de adaptar a actividade física aos gostos de cada um e encontrar planos fáceis de executar. Por exemplo, quinze minutos de caminhada diária.
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PREGUIÇA É UM MAL COMUM
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Os portugueses admitem que são preguiçosos. Este é uma das razões mais apontadas no inquérito para não fazerem exercício físico – 55% admite que não faz qualquer actividade que implique esforço.
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Miguel Rego diz que o inquérito vem provar que a população "é muito sedentária e tem muita dificuldade em conseguir pensar em como se tornar mais activa". O nutricionista sublinha a necessidade de as cidades serem adaptadas ao exercício físico, porque os espaços que hoje existem não ajudam.
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"As ciclovias, por exemplo, estão nas zonas de lazer, são para passear ao fim-de-semana, não para ir trabalhar." E há todo um trabalho para motivar as pessoas. "Antes de melhorar, os índices de obesidade ainda vão piorar", refere. A Plataforma espera conseguir resultados na população em 2015.
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RESULTADOS
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Excesso de peso

São 65,3% as domésticas com problemas de peso. Nos idosos a percentagem é de 66%, quando na população geral é de 51%.
Exercício físico
A maioria das mulheres que estão em casa (61%) não pratica actividades físicas. Nos mais velhos, o valor é de 62%.
Alimentação
Comer alimentos que não devem ser utilizados é a razão mais apontada por estas pessoas para o excesso de peso.
Doenças
Quase metade das domésticas (47%) tem patologias associadas. (Correio da Manhã)
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terça-feira, 15 de julho de 2008

Como um parasita torna os glóbulos vermelhos pegajosos

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As células infectadas pela malária parecem bolinhas de velcro. A máquina do parasita começou a ser desvendada
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A malária é a mais mortal de todas as doenças parasitárias que afligem os seres humanos. Para não a apanharmos quando visitamos um país onde ela é endémica, tomamos quinino e tentamos evitar as picadas de mosquitos com redes e insecticidas. Porque é de facto um mosquito, o Anopheles, que é responsável pela transmissão entre seres humanos do parasita da malária, o Plasmodium falciparum. Este microscópico bichinho entra no organismo do mosquito a bordo dos glóbulos vermelhos quando o insecto se alimenta do sangue de uma pessoa infectada, reproduz-se na sua barriga e, quando o mosquito pica uma pessoa não infectada, passa para o organismo desse novo hóspede. Rapidamente infecta o fígado, onde se multiplica e, passadas umas semanas, é libertado no sangue. Aí, aloja-se novamente nos glóbulos vermelhos do sangue, onde continua a multiplicar-se. E assim sucessivamente. Embora existam vários parasitas do mesmo tipo que infectam os humanos, o P. falciparum é de longe o mais comum, sendo responsável por cerca de 80 por cento dos casos e 90 por cento das quase três milhões de mortes anuais, principalmente de crianças, que a malária causa nas regiões tropicais húmidas do globo.
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Um dos aspectos principais da virulência de P. falciparum é que ele consegue operar uma remodelação radical dos glóbulos vermelhos. Antes de mais, torna-os mais rígidos, dificultando a circulação sanguínea. Mas não se fica por aí: uma vez dentro destas células, fabrica umas moléculas pegajosas que fazem com que os glóbulos vermelhos adiram à parede interna dos vasos sanguíneos, como se fossem autênticas bolinhas de velcro. Este fenómeno é responsável por uma série de graves complicações associadas à malária, como tromboses e hemorragias - e talvez ainda pela forma cerebral da doença, que pode ser mortal em poucos dias, se não for tratada.
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A aderência dos glóbulos vermelhos à parede dos vasos confere também ao parasita a capacidade de fugir às defesas imunitárias do organismo, uma vez que os glóbulos vermelhos infectados não chegam a ser evacuados para o baço, onde seriam eliminados juntamente com o parasita.
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Como é que P. falciparum consegue essa façanha? Uma equipa de cientistas, liderada por Alan Cowman, do Instituto de Investigação Médica Walter e Eliza Hall de Melbourne, na Austrália, conseguiu agora começar a desvendar os pormenores do processo - e descobriu que era muito mais complexo do que se pensava até aqui.
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Mas, longe de desalentar os especialistas, a descoberta é considerada uma esperança, pois abre a porta a um mundo de possibilidades a quem tenta encontrar formas eficazes de travar os estragos da malária.Desligando os genes um a um .Já se sabia que, uma vez dentro dos glóbulos vermelhos, o P. falciparum fabrica uma proteína com propriedades adesivas chamada PfEMP1, que migra para a membrana das células e que fica com uma extremidade de fora, como um espinho. É ela que se irá fisicamente espetar na parede dos vasos sanguíneos.
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Por sua vez, essa proteína-espinho permanece solidamente presa à membrana dos glóbulos vermelhos graças a protuberâncias (em inglês, knobs) igualmente pegajosas e também cortesia do parasita, formadas por uma outra proteína, chamada KAHRP. Sem esses knobs, os picos de PfEMP1 não resistiriam à força do fluxo sanguíneo e as células infectadas seriam rapidamente varridas do seu esconderijo.
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Porém, pouco se sabia até aqui sobre o que o parasita fazia para assegurar o transporte das moléculas de proteína PfEMP1 até à membrana dos glóbulos vermelhos infectados, ou sobre a forma como se orquestrava a montagem correcta dos knobs dentro da estrutura dessa membrana. Foi isso que os cientistas australianos quiseram determinar.Começaram por compilar uma lista de 83 genes do parasita suspeitos de terem algum papel no processo. A seguir, desenvolveram 83 estirpes mutantes de P. falciparum, cada uma com um desses genes "a menos" - ou seja, onde um desses genes tinha sido selectivamente desactivado, levando à ausência da proteína correspondente.
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"Foram cinco anos de trabalho com muita gente envolvida", disse ao PÚBLICO Maria Mota, especialista de malária do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa, em conversa telefónica, que acha que os resultados agora publicados na revista Cell são "uma peça fundamental na investigação da malária"."Até agora", explicou Maria Mota, "pensava-se que um conjunto de genes muito parecidos entre si assegurava o processo. Mas no fundo é algo de extremamente complexo, há um conjunto enorme de moléculas envolvido. É uma máquina de tipo industrial, com muitos componentes." A equipa internacional que assina a descoberta introduziu cada uma das estirpes de parasitas mutantes em culturas de glóbulos vermelhos humanos e esse rastreio in vitro saldou-se pela identificação de oito proteínas que são indispensáveis para o transporte das moléculas de PfEMP1 até à membrana dos glóbulos vermelhos e à montagem das protuberâncias.
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Os cientistas também descobriram uma série de proteínas que contribuem para aumentar a rigidez dos glóbulos vermelhos. "Esta descoberta vai dar um empurrão à investigação", salienta Maria Mota, "porque abre imensas portas."É possível estimar quando é que um medicamento com base na descoberta poderá surgir no mercado? "É difícil dizer", responde-nos a cientista.
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"Por enquanto, trata-se de um conhecimento muito básico. O trabalho foi realizado em eritrócitos [glóbulos vermelhos] humanos em cultura. Agora vai ser preciso passar ao modelo animal, em roedores. Depois, tudo dependerá do interesse dos laboratórios farmacêuticos." Uma coisa parece certa, porém: a estratégia de luta contra a doença que poderá advir dos resultados agora obtidos será inédita no campo da malária. "Vai ser preciso desenvolver drogas contra vários alvos ao mesmo tempo", diz Maria Mota. "As terapias contra o HIV vieram mostrar-nos a importância disso." As futuras eventuais terapias também não serão destinadas a erradicar totalmente o parasita, mas a mantê-lo sob controlo.
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Hoje erradica-se o P. falciparum tomando medicamentos como a cloroquina. Mas quando o tratamento é interrompido, se a pessoa for novamente exposta ao parasita, não tem qualquer defesa contra ele. O que se pretende agora é que a pessoa continue infectada, mas livre da doença, salienta Maria Mota. "Não se trata de matar o parasita, mas de desenvolver imunidade contra ele." Alan Cowman: "Talvez haja maneira de inibir esses processos com medicamentos ou com uma vacina viva." (Público)
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Há cada vez mais medicamentos falsificados

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Ásia e África vítimas de tratamentos inúteis
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A malária é uma doença cruel, porque pode voltar uma e outra vez, sem que se ganhe imunidade. Mas os homens podem ser ainda mais cruéis do que a doença, pois mais de um terço dos medicamentos contra a malária vendidos na Ásia e em África são falsificados; mesmo tomando-os, os doentes morrem.
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Um estudo divulgado em Maio testou medicamentos antimaláricos vendidos em seis países africanos, na zona onde a malária é mais grave e mais espalhada: Gana, Tanzânia, Uganda, Ruanda, Nigéria e Quénia. Os resultados, publicados numa das revistas editadas pela Public Library of Science (acessível gratuitamente a partir do site http://www.plos.org ) são preocupantes: 35 por cento das amostras não tinham uma quantidade suficiente do medicamentos para serem eficazes. Quem as tomasse poderia morrer.
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Igualmente preocupante, 33 por cento eram compostos apenas por medicamentos à base de artemisinina, a mais recente arma terapêutica contra a malária, que a Organização Mundial de Saúde recomenda que seja utilizada sempre em combinação com outras drogas, para não facilitar o surgimento de resistências.
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Até agora, não foi detectada resistência às artemisininas, mas o que aconteceu com outras drogas ilustra o perigo.
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Na Tailândia, por exemplo, a sulfadoxina-pirimetamina era 100 por cento eficaz, quando foi introduzida, em 1977. Mas, dez anos depois, curava apenas dez por cento dos casos de malária.
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O problema dos medicamentos falsificados está apenas a começar em África - em 2006.
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No Sudeste asiático é que é um problema já bem conhecido, desde 1998. Aí fala-se de uma epidemia de falsificações: entre 38 e 52 por cento dos antimaláricos disponíveis na região podem ser falsificados.
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Só em Abril deste ano, a Interpol desmantelou uma rede que tinha 240.000 embalagens de artemisininas falsificadas. C.B. (Público)
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sábado, 12 de julho de 2008

Aos 11 anos, as crianças portuguesas estão entre as mais baixas e gordas da Europa

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Estudo europeu Pro Children
Aos 11 anos, as crianças portuguesas estão entre as mais baixas e gordas da Europa

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Aos 11 anos, as crianças portuguesas são "significativamente mais baixas" do que a maior parte das suas congéneres da União Europeia e também mais pesadas do que o padrão de referência para a idade. Deste cruzamento resulta que, em conjunto com as crianças espanholas, as portuguesas são aquelas que têm um Índice de Massa Corporal mais acima da norma para a idade, segundo revela o estudo europeu Pro Children, financiado pela UE e concluído em 2007.
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Em vez de 17,68 (raparigas) e de 17,48 (rapazes) dados como padrão para a sua idade, as meninas portuguesas de 11 anos subiam para os 19,1 e os rapazes para os 19,4. Dos nove países avaliados no âmbito do Pro Children - Áustria, Bélgica, Dinamarca, Islândia, Holanda, Noruega, Portugal, Espanha e Suécia -, que em Portugal foi coordenado pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação do Porto, só o país vizinho apresenta um desvio parecido. Mas a situação é mais grave por cá. Com base em inquéritos enviados para as escolas e que foram entregues depois aos pais para estes responderem, entre Outubro e Dezembro de 2003, o Pro Children confirmou que o passo seguinte já fora também dado. Dos nove países estudados, Portugal era o que apresentava uma maior prevalência de crianças que, aos 11 anos, tinham peso a mais ou já eram obesas: 30,6 por cento de rapazes e 21,6 por cento de raparigas cabiam numa daquelas duas categorias.
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João Breda, coordenador da Plataforma Nacional contra a Obesidade da Direcção-Geral da Saúde, frisa que a prevalência do excesso de peso entre as crianças é hoje uma característica do Sul da Europa. "Está relacionada com a perda dos valores da alimentação tradicional de características mediterrânicas, e também com o baixo nível educacional dos pais", explica, chamando também a atenção para o facto de os países do Norte terem acordado para o problema bem mais cedo. Segundo dados da International Obesity Task Force, no Sul da Europa a prevalência da obesidade infantil situa-se entre os 20 e os 35 por cento, enquanto no Norte está entre os 10 e os 20 por cento.
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Pior do que os prognósticos
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Em todo o mundo, esta "epidemia do século XXI", como já foi classificada e que, segundo os especialistas, tem vindo a ultrapassar os piores prognósticos, abrangerá 155 milhões de crianças. Na Europa, a expectativa é de que o seu número (22 milhões já terão excesso de peso) aumente ao ritmo de mais 400 mil por ano.
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A obesidade é já responsável por seis por cento das despesas de saúde. Em Portugal, dados da DGS situam este patamar nos 3,5 por cento: 235 milhões de euros. No futuro será pior. Um dos principais especialistas portugueses em diabetes, Davide Carvalho, prevê que, devido à obesidade crescente, em 2025 Portugal será o quatro ou quinto país com mais casos daquela doença.
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Apesar dos dados já disponíveis, João Breda considera que o diagnóstico da situação em Portugal ainda não está completo. Por essa razão, acrescenta, a DGS tem em mãos três estudos "de grande envergadura e representatividade nacional" que "finalmente permitirão dados fiáveis relativos às crianças em idade pré-escolar, dos seis aos 10 anos, em adolescentes dos 11 aos 16".
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Até ontem, o Ministério da Educação ainda não divulgara se e como aplicará o novo programa contra a obesidade anunciado esta semana pela Comissão Europeia, que vai disponibilizar 90 milhões de euros por ano para promover a distribuição gratuita de fruta e legumes nas escolas do 1.º ciclo. Entre as fundamentções para esta acção constam as conclusões do Pro Children, a que o PÚBLICO teve agora acesso. Inquéritos realizados no âmbito daquele estudo mostram que em média só 17,6 por cento das crianças com 11 anos comem a quantidade recomendada pela OMS (400 gramas/dia). Portugal e a Áustria, com 265 gramas, são os que apresentam melhores resultados. O consumo de sopa é um dos grandes responsáveis por esta performance de Portugal que, no entanto, não lhe garante um lugar entre os menos obesos. Os próximos estudos permitirão talvez apurar as razões para esta discrepância, sendo certo que não é a sopa a culpada. (Público)
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sexta-feira, 11 de julho de 2008

Dieta rica em gorduras pode prejudicar pós-operatório do cancro da próstata

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Estudo nos EUA
Dieta rica em gorduras pode prejudicar pós-operatório do cancro da próstata

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O avanço do cancro da próstata pode sofrer um impulso se o paciente seguir uma dieta rica em gorduras saturadas. Um estudo do M. D. Anderson Cancer Center, da Universidade do Texas, que acompanhou homens a quem as próstatas cancerosas foram removidas (prostatectomia), verificou que os pacientes que consumem quantidades mais elevadas de gorduras saturadas – essencialmente bifes, hambúrgueres, queijo, gelados, molhos de saladas e maionese – correm risco redobrado de sofrerem uma regressão na doença após a cirurgia, em comparação com os homens que consomem menos gorduras.
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“A dieta seguida antes da cirurgia, em especial com gorduras saturadas, pode modelar a recuperação do paciente após a operação”, disse à Reuters Sara S. Strom, membro da equipa de investigadores que, no estudo, também verificou que a taxa de sobrevivência após a prostatectomia é menor em homens que consomem mais gorduras saturadas.
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Para chegarem a estas conclusões, publicadas no “International Journal of Cancer”, os investigadores recorreram a questionários nutricionais para acompanhar o consumo de gorduras de 390 homens nos doze meses que antecederam as respectivas cirurgias. Foram também estudados os históricos médicos dos pacientes e das suas famílias para detectar outros factores que pudessem influenciar a recuperação no pós-operatório.
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Todos os 390 homens eram caucasianos e tinham idades à volta dos 60 anos. Diariamente consumiam entre 600 e 5000 calorias: 293 obtinham cerca de 10 por cento da energia diária a partir de gorduras saturadas, enquanto nos restantes essa taxa era de 14 por cento. Homens obesos com consumo elevado de gorduras saturadas registaram o menor tempo de sobrevivência livre de cancro (19 meses), enquanto os que comiam poucas gorduras viveram em média 42 meses livres de cancro. Esta diferença foi verificada também nos homens não obesos: 29 meses para os que consumiam mais gorduras saturadas, 46 meses para os restantes.
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Sara S. Strom defende que sejam aprofundados os estudos sobre as ligações entre as dietas no pós-operatório e a progressão das doenças nesse período. (Publico - Peso & Medida)
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Registar o que se come em cada dia auxilia perda de peso

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Conclusão de estudo norte-americano
Registar o que se come em cada dia auxilia perda de peso

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Manter um diário nutricional – um descritivo detalhado do que se come e bebe diariamente das respectivas calorias – é uma ferramenta que pode ajudar pessoas a perderem peso, afirmam investigadores norte-americanos num estudo que será publicado em Agosto no “American Journal of Preventive Medicine”.
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A pesquisa envolveu 1685 homens e mulheres de meia-idade, durante seis meses, e permitiu concluir que aqueles que mantinham um diário nutricional perderam até duas vezes mais peso que os que não registavam diariamente o que ingeriam. Os resultados confirmam os de estudos anteriores que apontavam no mesmo sentido.
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“Para quem está a cumprir um programa para perder peso, a anotação de tudo o que se come é uma técnica bastante poderosa. Ajuda os participantes a verem onde consomem as calorias extra e depois desenvolverem planos mais específicos para lidarem com essas situações”, afirmou à Reuters um dos investigadores – Victor Stevens, do Kaiser Permanente's Center for Health Research, em Portland, EUA – realçando que este método também ajuda quem está a seguir um plano nutricional a manter um melhor controlo da quantidade de calorias que ingere.
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O estudo envolveu quatro cidades norte-americanas: Portland (Oregon), Baltimore (Maryland), Durham (Carolina do Norte) e Baton Rouge (Luisiana).
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Em média, os participantes perderam seis quilogramas. Mas manter diários nutricionais, durante seis ou sete dias por semana, permitiu perder oito quilos, o dobro do registado no grupo de participantes que não fazia esse registo.A média de idades dos participantes era de 55 anos. Foi-lhes pedido para comerem menos gorduras e mais vegetais, frutos e cereais integrais, fazerem 180 minutos semanais de exercício, sobretudo marcha, participarem em reuniões de grupo e manterem um diário nutricional.
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Dos participantes, 44 por cento eram afro-americanos, um grupo que, segundo os investigadores, corre mais riscos que os caucasianos de desenvolverem doenças secundárias relacionadas com a obesidade, como diabetes tipo 2 e problemas cardíacos.
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“Manter um diário nutricional não tem de ser uma coisa forma. Basta apontarmos o que comemos num ‘Post-it’ ou enviarmos a nós próprios uma mensagem de correio electrónico ou uma mensagem SMS [serviço de mensagens curtas]”, vincou Keith Bachman, outro investigador do Kaiser Permanente's Center for Health Research. ( Público - Peso & Medida)
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quarta-feira, 9 de julho de 2008

Fumar relacionado com dor de costas

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Os fumadores sofrem mais de dor de costas crónica do que os não fumadores, segundo os investigadores do Instituto Robert Koch Smokers, de Berlim. Os resultados foram publicados na "Deutsches Arzteblatt International".
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Os investigadores do Instituto Robert Koch entrevistaram mais de 8 mil pessoas em 2003 sobre temas sociais e demográficos, assim como de saúde e estilo de vida. Monique Zimmermann-Stenzel e colegas analisaram os resultados dos questionários e descobriram que os fumadores e antigos fumadores sofriam de dor de costas crónica muito mais frequentemente do que os não fumadores.
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Os indivíduos que consumiram tabaco durante mais de 16 anos apresentaram uma probabilidade duas vezes maior de sofrer de dor de costas crónica do que aqueles que fumaram durante menos de 10 anos. A probabilidade de dor de costas multiplicou-se nos indivíduos que fumaram durante mais de 26 anos. Por outro lado, a frequência do consumo de tabaco e as quantidades fumadas não foram considerados.
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Os autores revelaram que o consumo de tabaco não provoca necessariamente dor de costas crónica, é tão possível que as pessoas que têm dor de costas crónica fumem para aliviar as dores. A associação exacta entre fumar e a dor de costas terá de ser clarificada em estudos apropriados.(Farmacia.com.pt)
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Vírus do Papiloma Humano de alto risco detectado no leite materno

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Resultados de um estudo revelaram que o Vírus do Papiloma Humano tipo 16 (VPH-16), relacionado com o cancro cervical, pode ser detectado no leite materno recolhido durante o período inicial após o parto, segundo investigadores finlandeses.
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Segundo a líder do estudo, a Dra. Stina Syrjanen, patologista da Universidade de Turku, na Finlândia, é possível que o ADN do VPH presente no leite materno seja transmitido ao bebé durante o aleitamento. Em estudos anteriores, a Dra. Syrjanen e colegas descobriram indícios de transmissão do VPH de mães infectadas para os recém-nascidos.
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No actual relatório, publicado na "Pediatric Infectious Disease Journal", a equipa de investigadores procurou o VPH em esfregaços cervicais de 223 mães, e em esfregaços orais das mães e de 87 pais após o parto aos 2, 6 e 12 meses. Também procuraram o VPH expresso no leite materno no terceiro dia pós-parto.
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O ADN do VPH de alto risco foi detectado em 10 amostras de leite (4,5%). A sequenciação do ADN de nove amostras confirmou que o vírus era o de alto risco, o VPH-16.A taxa de detecção do VPH de alto risco foi de 12 a 15 por cento em amostras cervicais, de 20 a 24 por cento em amostras orais das mães, e de 21 a 26 por cento em amostras orais dos pais.
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A equipa também observou uma ligação significativa entre o VPH no leite e a presença do vírus de alto risco nos esfregaços orais obtidos nos pais.A investigadora teorizou que, se existem partículas virais no leite materno, o bebé pode adquirir infecção oral do VPH via leite materno durante o aleitamento. (Farmacia.com.pt)
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Pesquisa pode ter revelado novo tratamento para Alzheimer

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Segundo descobertas publicadas na revista Nature, os moduladores de gama-secretase (GSM) podem representar uma nova forma de tratamento para a doença de Alzheimer, actuando directamente com a proteína beta-amilóide.
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"A forma como os GSM's actuam directamente na beta-amilóide pode aumentar o leque de possibilidades sobre o que certos fármacos podem conseguir, sendo importante no desenvolvimento de medicamentos para combater as mais diversas doenças", afirmou Todd Golde, autor do estudo.
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Os investigadores acrescentaram ainda que estes resultados sublinham a possibilidade dos GMS's serem bastante úteis no tratamento de pacientes com Alzheimer.
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Informações provenientes da fase III de testes clínicos com Flurizan deverão ser apresentadas durante o Verão. (Farmácia.com.pt)
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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Mulheres obesas perderam peso de forma mais consistente

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Estudo revela benefícios de um pequeno-almoço rico em hidratos de carbono
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Comer um pequeno-almoço rico em hidratos de carbono e proteínas, seguido de uma dieta pobre em carbo-hidratos e calorias ao longo do dia, é uma forma eficaz e sustentável de perder peso, sugere um estudo apresentado na conferência anual da Endocrine Society, trabalho que se baseou no acompanhamento de 84 de mulheres obesas e sedentárias, submetidas a dois tipos de regime: um com pequeno-almoço com mais hidratos de carbono, o outro pobre açúcares complexos.
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Uma equipa do Hospital de Clínicas, em Caracas, Venezuela, liderada por Daniela Jakubowicz, trabalhou neste estudo em conjunto com cientistas da Virginia Commonwealth University, em Richmond, EUA. Ambas a dietas testadas tinham baixo índice calórico, mas a composição nutricional era diferente.
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As 46 mulheres submetidas à dieta baixa em carbo-hidratos consumiram 1085 calorias por dia, com 17 gramas de hidratos de carbono, 51g de proteínas e 78g de gorduras. O pequeno-almoço era a refeição com menos calorias: 290. As mulheres só podiam consumir sete gramas de carbo-hidratos no pequeno-almoço (pão, fruta, cereais e leite) e 12g de proteínas (carne e ovos) durante a manhã.
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Em contraste, as 48 mulheres com o “grande pequeno-almoço” consumiam 1240 calorias por dia. Pobre em gorduras (46g), esta dieta incluía consumos diários de 97g de hidratos de carbono e 93g de proteínas. Ao pequeno-almoço eram consumidas 610 calorias (58g de carbo-hidratos, 47g de proteínas e 22g de gorduras), ao almoço 395 (34g de hidratos de carbono, 28g de proteínas e 13g de gorduras) e ao jantar 235 (5g de carbo-hidratos, 18g de proteínas e 26g de gorduras).
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Quatro meses depois do início da dieta, não se registaram diferenças significativas entre os dois grupos: o de baixo índice de hidratos de carbono perdeu uma média de 12,7kg e o outro 10,4kg. Mas, aos oito meses, o primeiro grupo voltou a ganhar peso – média de 8,2kg – enquanto o segundo continuou a perder peso, em média 7,5kg. Ou seja, ao longo do estudo, o primeiro perdeu apenas 4,5 por cento do peso corporal, o segundo reduziu 21 por cento.
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E, de acordo com Jakubowicz, as mulheres do “grande pequeno-almoço” relataram que sentiam menos fome, principalmente no período antes do almoço, o que diminuía os desejos por carbo-hidratos. “A maioria dos estudos sobre perda de peso determinou que as dietas com escassez de hidratos de carbono não são um bom método para reduzir o peso. Aumentam o desejo por carbo-hidratos e reduzem o metabolismo. Como resultado, após um curto período de perda de peso, regista-se um regresso rápido à obesidade”, afirmou Jakubowicz num comunicado divulgado durante a conferência da Endocrine Society, que decorreu em São Francisco, EUA.(PÚBLICO)
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domingo, 6 de julho de 2008

Jovens combatem anorexia e bulimia

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Prevenção - movimentos pró e contra na internet
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Há quem já lhes chame activistas pelo corpo. Indiferentes à designação, grupos de jovens uniram-se, nos Estados Unidos, para lutar contra os movimentos que, através da internet, defendem que a anorexia e a bulimia são um direito. Apesar de a guerra estar longe do fim, algumas batalhas já se saldaram com vitória da facção antianorexia e bulimia.
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Uma das maiores iniciativas, a ‘Body Project’ (Projecto Corpo, em tradução literal), reuniu mais de mil adolescentes com o objectivo de explicar como o ideal de magreza lhes foi ‘vendido’ por uma sociedade que valoriza padrões cada vez mais difíceis de alcançar e a um preço muitas vezes alto de mais: o da vida.
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Os actos do chamado "terrorismo antitranstornos alimentares" multiplicam-se, desde as mensagens escritas e publicadas em livros de dietas, revistas de moda, jornais, às inúmeras cartas enviadas para diferentes destinatários, como os fabricantes de bonecas com medidas irreais. A este movimento juntou-se outro: o Student Bodies, que reúne jovens que, através da internet, se juntam para conversar sobre a alimentação saudável.
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E segundo um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Washington, este tipo de iniciativas resulta. Os especialistas acompanharam jovens em risco de desenvolver transtornos alimentares e verificaram que a maioria, com o recurso a este tipo de iniciativas, não ficou doente. Segundo uma das autoras do trabalho, Jamie Manwaring, ainda é cedo para garantir que este tipo de movimentos possa ser a melhor prevenção para o problema, mas não tem dúvidas de que "ajuda as mulheres que se sentem mal com o seu corpo".
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Para Adelaide Braga, da Associação dos Familiares e Amigos dos Anorécticos e Bulímicos, os sites pró-anorexia e bulimia "não conseguiram atingir os objectivos que pretendiam". "Estamos a tratar de uma doença e não de influências. É claro que a influência em quem está predisposto pode ser maior, mas não são os sites que provocam a doença", refere. A associação aguarda por uma reunião com o director-geral da Saúde, para debater os mecanismos de luta. Só falta uma data. (Correio da Manhã)
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sábado, 5 de julho de 2008

Saúde: Pedopsiquiatras vão estudar influência da depressão paterna no comportamento emocional dos filhos

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Pedopsiquiatras portugueses vão investigar a influência da depressão paterna no comportamento e desenvolvimento emocional das crianças nos primeiros anos de vida, uma vez já ter sido comprovado que o estado emocional das mães pode afectar o bebé.
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A experiência vivida na consulta de "Bebés Irritáveis" da Unidade de Primeira Infância do Hospital D. Estefânia levou os médicos a quererem investigar a relevância que poderá ter os sentimentos depressivos vividos pelo pai quando a criança nasce no comportamento do filho.
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"Uma das situações que temos verificado e que tem um peso importante é que muitos dos bebés irritáveis têm uma relação com a depressão materna", disse em entrevista à agência Lusa o pedopsiquiatra Pedro Caldeira da Silva, responsável pela unidade de saúde mental para crianças, criada há 25 anos.
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Os efeitos da depressão paterna ainda são pouco conhecidos, mas Pedro Caldeira da Silva adiantou que a equipa já constatou essa influência nalguns casos que chegaram à consulta.
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"Se a depressão materna é pouco considerável, a depressão paterna então é completamente desqualificada e parece-nos que tem alguma relevância como temos vindo a verificar nas consultas e que queremos confirmar através de uma investigação", sustentou.
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O médico argumentou que "o sentimento depressivo e de exclusão que os pais experienciam quando um bebé nasce pode ter mais relevância, directa ou indirectamente através da mãe, no desencadear destas situações".
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Mas, segundo o pedopsiquiatra, é mais difícil chegar aos homens, porque têm "mais dificuldade em aceitar ou reconhecer que possam ter algum tipo de problema emocional ou afectivo".
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Apesar de os pais terem um papel cada vez mais interveniente na vida dos filhos, "em termos teóricos e clínicos, há muito a tendência para esquecê-los", acrescentou o médico à Lusa. (RTP)
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quinta-feira, 3 de julho de 2008

Disfunção eréctil pode ser prevenida com maior frequência de relações sexuais

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Estudo do Hospital da Universidade de Tampere
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Uma maior frequência de relações sexuais pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de disfunção eréctil, segundo um estudo hoje publicado numa revista médica norte-americana – um problema que só em Portugal afecta cerca de 500 mil homens.
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Depois de analisarem durante cinco anos 989 homens, com idades entre 55 e 75 anos, investigadores do Hospital da Universidade de Tampere, na Finlândia, concluíram que uma maior frequência de relações sexuais implica menores riscos de contrair a doença.
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Os homens que afirmaram ter relações sexuais menos de uma vez por semana, em média, comparativamente com os que disseram ter uma vez por semana, registaram o dobro da incidência de disfunção eréctil segundo o estudo, publicado na edição de Julho da revista “American Journal of Medicine”. Além disso, os investigadores observaram que o risco de disfunção eréctil está inversamente relacionado com a frequência das relações sexuais.
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Outros factores que podem afectar a incidência da doença – e que foram incluídos na análise dos dados – foram a idade, as afecções crónicas (diabetes, doença cardíaca, hipertensão, doença cerebrovascular e depressão), o índice da massa corporal e o tabagismo.
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A incidência de disfunção eréctil foi de 79 casos em mil homens que disseram ter relações sexuais menos de uma vez por semana, baixando para 32 em mil nos que afirmaram tê-las uma vez por semana e para 16 em mil nos que admitiram tê-las três ou mais vezes por semana.
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"A regularidade das relações sexuais tem um papel importante na preservação da função eréctil entre os homens idosos", escreve no artigo o Juha Koskimäki, professor do Departamento de Urologia do Hospital da Universidade de Tampere. "A actividade sexual continuada diminui a incidência da disfunção eréctil em proporção directa com a frequência coital", acrescenta. O estudo indica claramente que a regularidade das relações sexuais protege os homens de contrair disfunção eréctil o que, por sua vez, pode ter impacto na saúde em geral e na qualidade de vida, um razão para os investigadores aconselharem os médicos a apoiar a actividade sexual dos seus pacientes.
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Dados da Sociedade Portuguesa de Andrologia apontam para a existência em Portugal de cerca de 500 mil homens com disfunção eréctil, um problema que afecta cerca de 150 milhões de homens em todo o mundo. (Público)
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Estudo revela que incidência do cancro baixou

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Europa. Portugueses contestam queda dos casos
Especialista luso nega diminuição da incidência e defende mais prevenção
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Diminuição da incidência do cancro e da sua mortalidade e um aumento de doentes que sobrevivem mais de cinco anos a doenças cancerosas são as principais tendências observadas na Europa, de 1990 a 2000, e publicados num estudo, no European Journal of Cancer. Mas a primeira destas conclusões é surpreendente e até polémica.
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O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), Vítor Veloso, discorda abertamente dos dados que indicam diminuição da incidência de cancros na Europa. "Pelo contrário, a incidência tem aumentado em todos os países, de acordo com a Organização Mundial de Saúde e todas as autoridades ligadas ao sector", garantiu ao DN, sublinhando que "este estudo deve ser lido, por isso, com muita cautela". E avisa: "Não devemos tirar ilações triunfantes destes dados, sobretudo nós, portugueses, que temos de investir muito ainda em prevenção nesta área".
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Realizado na Universidade de Erasmus, em Roterdão e coordenado por Jan Willem Coebergh, o estudo avaliou 17 tipos diferentes de cancro e conclui que, à excepção dos tumores malignos ligados à obesidade e ao tabaco, a mortalidade causada pelas doenças cancerosas também diminuiu, o que pode ser atribuído a maior prevenção, diagnósticos precoces e a tratamentos mais eficazes.
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Estas tendências positivas são sobretudo válidas para os países da Europa do Norte e Ocidental, se se excluírem os cancros ligados à obesidade. Neste caso, o seu aparecimento pode ter a ver com má alimentação e pouca actividade física.
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Outro dado que contraria as outras observações optimistas da avaliação tem a ver com as doenças malignas causadas pelo tabaco. Embora a incidência e a mortalidade te- nham ambas diminuído nos homens da Europa do Norte, Ocidental e do Sul, na Europa Central, ela aumentou em ambos os sexos. Por outro lado, os cancros de pulmão e laringe causados pelo tabaco aumentaram nas mulheres europeias.
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Os autores atribuem as tendências positivas a uma prevenção mais eficaz, que permite o diagnóstico da doença numa fase mais precoce e uma intervenção em tempo útil, em termos de sobrevivência do doente.
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Em relação à diminuição da mortalidade causada pelas doenças cancerosas na Europa, Vítor Veloso concorda que "tem de facto havido melhorias, sobretudo devido aos diagnósticos mais precoces".
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A Europa registou uma diminuição entre 10% e 20% na mortalidade causada pelas doenças cancerosas, nos últimos anos, mas "em Portugal ainda não estamos a esse nível", diz Vítor Veloso. "Também estamos a melhorar, porque já há alguma prevenção, e porque os tratamentos são idênticos ao de qualquer outro país desenvolvido", adianta o especialista. Mas, sublinha, "é preciso apostar mais na prevenção e resolver o nosso maior problema, que é o das listas de espera nos hospitais, que é impeditivo do acesso ao diagnóstico e ao tratamento cirúrgico necessário."(Diário de Notícias)
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Novas regras facilitam acesso à saúde na UE

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Medidas só devem entrar em vigor dentro de dois anos
Assistência sem carácter de urgência fica fora desta directiva
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A Comissão Europeia aprovou ontem, em Bruxelas, uma proposta de lei para facilitar o acesso à saúde de cidadãos europeus em todos os Estados membros. O Tribunal Europeu de Justiça já tinha confirmado que os europeus têm o direito de procurar assistência médica em qualquer um dos 27 países, mas, na prática, as regras de aplicação do reembolso dos custos dos tratamentos ainda diverge de país para país.
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A directiva estabelece, assim, que o pagamento dos cuidados de saúde obtidos num estado-membro, que não aquele onde o cidadão beneficia de segurança social, será adiantado pelo doente e, depois, reembolsado pelas autoridades do país de residência. O reembolso é feito até ao montante que seria pago pelos mesmos cuidados no país de origem.
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O sistema vai aplicar-se para os cuidados médicos de urgência, quando, por exemplo, um cidadão da União Europeia passa férias num dos estados-membros e necessita de recorrer a um hospital. Para os casos sem carácter de urgência, cada país pode estabelecer uma autorização administrativa prévia, de forma a garantir que os cuidados sejam posteriormente reembolsados ao doente pela segurança social.
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A directiva terá de passar o crivo dos ministros da Saúde dos 27 e do Parlamento Europeu e deverá levar dois anos até entrar em vigor. (Diário de Notícias)
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terça-feira, 1 de julho de 2008

Saúde: mais vagas em medicina e contratações de estrangeiros para reforçar o sector público

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Relatório Primavera 2008
Saúde: mais vagas em medicina e contratações de estrangeiros para reforçar sector público
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O governo quer aumentar o número de médicos no sector público da Saúde através da abertura de mais vagas nas universidades, da identificação de estudantes portugueses no estrangeiro e da contratação de médicos de outros países, anunciou hoje a ministra da Saúde, Ana Jorge, durante a apresentação do Relatório Primavera 2008, do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, que alerta para a saída de muitos profissionais para o sector privado.
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Segundo o relatório “daqui a poucos anos não haverá recursos humanos para manter o serviço público de saúde” pois verifica-se “falta de atenção pelos profissionais”. Alem disso, os autores do documento adiantam que "não são de certeza as formas contratuais que pouco a pouco se vão instalando nos hospitais públicos que vão criar condições para a fixação de profissionais necessários ao serviço público".
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Perante estas conclusões, a titular da pasta da Saúde lembrou que se está, neste momento, "a sofrer as consequências do número diminuto de alunos que entrou para as faculdades de Medicina nos anos 80 e no início dos anos 90, ao mesmo tempo que se faz sentir um número elevado de pedidos de reformas antecipadas, a que legitimamente os profissionais têm direito".
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De acordo com a governante, está a aumentar "o número de alternativas para o exercício privado da medicina, principalmente nos grandes centros urbanos, que se tornam financeiramente atractivas para os médicos, enquanto permanece a indefinição do seu futuro profissional no sistema público".De acordo com o Governo, a resposta para este problema passa por "aumentar progressivamente o número de alunos nos cursos de medicina e ter a capacidade de atrair mais médicos ao (...) Serviço Nacional de Saúde, seja pela identificação de estudantes portugueses no estrangeiro ou pela contratação de médicos provenientes de outros países", disse Ana Jorge.
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Cuidados primários pouco desenvolvidos
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No auditório da Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Lisboa, e perante uma audiência pouco concorrida, a ministra realçou a importância da revitalização do exercício da profissão nas instituições públicas, o que espera conseguir "através da actualização das carreiras médicas, que se encontra em estudo". "Estamos também a trabalhar no desenvolvimento da organização da actividade hospitalar, com reflexos na produção, para adaptar a esta realidade princípios com provas dadas nas estruturas dos cuidados primários", disse.
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Sobre os cuidados de saúde primários - a propósito dos quais o Observatório considera que "não existiu um trabalho consistente de abertura de Unidades de Saúde Familiar (USF)" em 2007 e lamenta que apenas 13 por cento da população sinta os efeitos desta reforma - a ministra anunciou que, até ao final do ano, existirão 150 USF em funcionamento, as quais serão "capazes de responder, com equidade, às diferentes necessidades dos cidadãos". "Os ritmos podem, por vezes, parecer lentos, sabendo nós que esta reforma há muito deveria ter sido iniciada", afirmou.
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No final da cerimónia, Ana Jorge disse aos jornalistas que o documento lança algumas críticas, mas também enaltece algum do trabalho desenvolvido. "Há coisas boas e algumas falhas, o que é natural", disse.
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Privados defendem que Estado apenas tem de garantir acesso
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O presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) lembrou hoje que compete ao Estado disponibilizar os cuidados de saúde e não obrigatoriamente prestá-los, numa reacção às conclusões do relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde. O relatório considera que a oferta privada dos serviços de saúde é "geralmente de maior qualidade", mas apenas viável porque o Estado a financia "quase na sua totalidade", em vez de investir no sector público.
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O presidente da APHP, Teófilo Ribeiro Leite, disse que de acordo com a Constituição Portuguesa compete ao Estado disponibilizar os cuidados de saúde aos cidadãos, mas não obrigatoriamente a sua prestação. Este responsável referiu-se também à Lei de Bases da Saúde onde está "inequivocamente expresso que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) congrega o próprio SNS bem como os prestadores privados e os sociais".
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Com base nestas explicações, Teófilo Ribeiro Leite disse não ter ficado surpreendido com a conclusão do relatório, aconselhando o seu autor a ler a Constituição e a Lei de Bases da Saúde. O presidente da associação garantiu, por outro lado, que a instalação e equipamentos das "unidades privadas de saúde têm sido implantadas com financiamento de capitais próprios". Os custos dos tratamentos têm sido suportados pelos "privados públicos, 20 por cento por utentes com seguros de saúde e ainda por entidades convencionadas".
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Teófilo Ribeiro Leite explicou que os trabalhadores do Estado podem usufruir do sector privado através da ADSE. Este responsável lembrou, ainda, que mais de 90 por cento dos meios complementares de diagnóstico são prestados por privados, convencionados pelo Estado.(Público)
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