sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Saiba o que causa stress aos médicos

Saiba o que causa stress aos médicos
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Recém-chegados a hospitais não estão preparados para condições de trabalho, diz psiquiatra
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Os médicos recém-chegados aos hospitais portugueses não estão, em muitos casos, preparados para as condições de trabalho e as lutas pelo poder nestas instituições, onde há critérios cada vez mais economicistas, afirma o psiquiatra Marcelo Feio, informa a Lusa.
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«Há uma grande diferença entre a formação e o exercício da profissão, pois muitas vezes é necessário trabalhar com barulho constante, em locais com um entra e sai de gente e sem acesso ao material que faz falta», assinalou o coordenador da Urgência de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria.
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Além destes causadores de ansiedade, há factores agravantes, que resultam também «da perda de espírito de grupo entre os médicos», disse o responsável, que se licenciou em 1981 e fez a especialização em 1990.
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O curso geral de Medicina é composto por seis anos, seguindo-se quatro ou cinco de especialização em que o novo médico fica sob a tutela de um especialista e é nesta fase que começam a surgir alguns problemas.
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«Se nos primeiros seis meses a um ano há alguma condescendência, a seguir a exigência acentua-se e nem sempre o novo médico tem segurança para tomar decisões com uma elevada componente de ambiguidade», afirmou Marcelo Feio, segundo quem, «pessoas menos confiantes ou mais susceptíveis» podem ficar pelo caminho.
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«Muitos médicos que não aguentam ambientes de tensão ou competição são marginalizados, não conseguindo entrar em determinadas equipas e ficando numa situação de exclusão que pode reflectir-se ao longo de toda a carreira», sublinhou o coordenador da Urgência Psiquiátrica, que também lecciona, dá consultas e faz alguns internamentos.
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Para o psiquiatra, de 52 anos, mais do que o confronto com casos chocantes, «como acidentados graves, crianças com neoplasias [que podem ser malignas, como alguns carcinomas] ou pessoas com malformações», os maiores causadores de stress nos médicos são problemas de índole laboral.
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Na opinião de Marcelo Feio, além de existir «uma grande variedade de vínculos laborais e até a ausência de qualquer vínculo», actualmente procura-se «rentabilizar ao máximo - e por vezes de forma desumana - o pessoal médico, o que origina rupturas».
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O coordenador da Urgência de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria revelou ainda que «há muitas lutas internas pelo poder e para subir na hierarquia dentro dos hospitais portugueses» e criticou que, na avaliação dos médicos, «critérios que no passado eram clínicos se tenham tornado quase exclusivamente quantitativos». (Portugal Diário)

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Estudo: eritropoietinas aumentam risco de coágulos sanguíneos e morte em pacientes

Estudo: eritropoietinas aumentam risco de coágulos sanguíneos e morte em pacientes
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Os resultados de uma meta-análise revelaram que os pacientes oncológicos que receberam agentes estimulantes da eritropoiese (ESA), para tratar a anemia, apresentaram um aumento estatisticamente significativo do risco de coágulos sanguíneos e morte, em comparação com aqueles que não receberam os fármacos.
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Na meta-análise, publicada na "Journal of the American Medical Association (JAMA)", os investigadores examinaram os dados de 51 ensaios clínicos que envolveram 13 611 pacientes com cancro. Os resultados demonstraram que aqueles que receberam os fármacos para a anemia, o Epogen (epoetina alfa) ou o Aranesp (darbepoetina alfa), da Amgen Inc., ou o Procrit (epoitina alfa), da Johnson & Johnson, apresentaram um risco 10 por cento mais elevado de morrer, em comparação com aqueles que não receberam os fármacos.
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Os dados também revelaram que os fármacos para a anemia aumentaram o risco de tromboembolismo venoso por 57 por cento, o que os investigadores afirmaram que confirma descobertas anteriores.
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O investigador principal, o Dr. Charles Bennett, oncologista da Universidade de Northwestern em Chicago, referiu que as descobertas sobre a mortalidade são novas e diferentes em relação a relatórios anteriores.Os resultados, em conjugação com estudos científicos, aumentam a preocupação relativamente ao facto de estes fármacos poderem estar a estimular o cancro e a reduzir a sobrevivência de pacientes oncológicos.
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O Dr. Bennett acrescentou que as recomendações actuais da agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) sustentam que estes fármacos são seguros para pacientes com cancro, desde que os níveis de hemoglobina não estejam demasiado elevados. Os dados desta análise não suportam essas afirmações.
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A anemia é uma complicação comum do tratamento oncológico. Milhões de pacientes com cancro e doença renal tomam ESAs, versões fabricadas de uma hormona humana chamada eritropoietina. Estes fármaco actuam ao estimular a produção de glóbulos vermelhos que transportam oxigénio.
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Em Novembro passado, a FDA já tinham lançado um alerta para a actualização da rotulagem de aviso dos fármacos para a anemia induzida por quimioterapia, devido a preocupações de segurança ligadas à utilização deste tipo de fármacos por pacientes oncológicos, como noticiou o farmacia.com.pt em "FDA emite novos alertas sobre fármacos para a anemia", no dia 12 de Novembro. (Farmácia)

Deixar de fumar

Acupunctura e hipnose não são eficazes para deixar de fumar
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Todos os médicos devem abordar a cessação tabágica com os doentes fumadores. As mulheres precisam de mais do que ajuda farmacológica.
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Os substitutos de nicotina (adesivos e pastilhas) estão entre os métodos mais eficazes para deixar de fumar. Já "a acupunctura e a hipnose têm efeito negligenciável ou nulo", afirmou o director do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência, da Faculdade de Medicina de Lisboa, António Vaz Carneiro, que coordenou um livro onde diz aos médicos o que resulta e o que não resulta em cessação tabágica."Não é opinião minha, nem opinião deste centro. É ciência", disse ontem o médico na apresentação de Norma de Orientação Clínica para Cessação Tabágica, um manual quefaz um resumo dos principais estudos científicos internacionais (foram incluídos 54) sobre a eficácia dos métodos para deixar de fumar.
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O livro pretende ser um manual pronto-a-usar para médicos que queiram levar os seus doentes a abandonar o vício ou mesmo promover consultas de cessação tabágica. O director-geral da Saúde, Francisco George, referiu que é um dever dos 35 mil médicos que exercem em Portugal abordar a questão com os doentes, não precisando de haver recurso a consultas da especialidade - existem apenas 200 no país.
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Vaz Carneiro sublinhou que basta uma conversa de cinco minutos com o médico de família para que a probabilidade de o doente deixar de fumar aumente em 30 por cento. Os métodos farmacológicos - substitutos de nicotina, ansiolíticos e antidepressivos - revelaram-se, nos estudos analisados, os mais eficazes.
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Mas há situações em que são precisos auxiliares. Por exemplo, as mulheres são um grupo em que é importante conjugar os medicamentos com outro tipo de apoios, lê-se.
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O manual também aborda métodos alternativos. No caso da acupunctura e técnicas relacionadas, como a auriculoterapia (que em vez de agulhas usa choques eléctricos), "não há evidência consistente de que sejam intervenções eficazes na cessação tabágica". Não foi possível concluir se os seus efeitos são diferentes do "efeito placebo", lê-se. O livro não deixa de se referir que os estudos seleccionados "apresentam inúmeras falhas metodológicas".
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Também o uso da hipnose para deixar de fumar "não demonstrou um efeito superior nas taxas de abandono do tabaco, aos seis meses, face a outras intervenções" ou mesmo "à ausência de tratamento". "Essas intervenções são basicamente inúteis, infelizmente", o que não quer dizer que não funcionem com algumas pessoas, ressalvou Vaz Carneiro.
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O coordenador do livro afirmou "que técnicas como a auto-ajuda [panfletos, meios audiovisuais ou programas de computador] são discutíveis" e que "o apoio telefónico perde-se ao fim de poucas semanas". A terapia de grupo é mais eficaz do que a auto-ajuda, mas exige do fumador "o tempo e o esforço necessários para participar nas reuniões".
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Responsáveis e técnicos na área da acupunctura e hipnoterapia contactados pelo PÚBLICO são unânimes: só o "desconhecimento" e a "má vontade" justificam que se diga que as técnicas são ineficazes.João Morais, hipnoterapeuta, sente que os resultados ontem apresentados se devem ao "descrédito com que a hipnose clínica tem sido tratada no meio académico", o que leva a que pessoas não credenciadas a pratiquem sem sucesso, "quando ela devia ser obrigatória nas licenciaturas na área da saúde".
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Carlos Machado Saraiva, da clínica NãoFumoMais, frisa que a auriculoterapia (próxima da acupunctura) "também se baseia na evidência": as 15 clínicas já receberam "mais de dez mil clientes com uma taxa de sucesso superior aos 90 por cento nos primeiros seis meses". O responsável diz que basta uma sessão para que o doente fique curado, "podendo pedir o dinheiro [370 euros] de volta se recair".
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Pedro Choy, responsável por 18 clínicas de acupunctura, diz que afirmações sobre a ineficácia da técnica têm a ver com "má vontade" da "medicina convencional" e "de órgãos de cúpula da medicina" e lembra que a Organização Mundial de Saúde a recomenda para várias patologias, entre elas o tabagismo, onde as taxas de eficácia atingem os 90 por cento. Em países como a Suécia e o Reino Unido, o tratamento é comparticipado pelo Estado, sublinha.
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Um dos pioneiros da técnica em Portugal afirma que hoje existem no país cerca de cinco mil pessoas a exercer e entre mil a duas mil clínicas.
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A Lei do Tabaco dá um "novo direito aos portugueses" e deixa poucas dúvidas, pelo que "não faz sentido discutir formas de a contornar", disse ontem o director-geral da Saúde, Francisco George. Defendeu que o diploma se aplica a todos os espaços colectivos, "quer sejam públicos, quer privados". Assim, a proposta da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto de transformar os estabelecimentos nocturnos em associações culturais e recreativas não é exequível, já que "não vão estar só os sócios" no espaço que, ao ser de "uso colectivo, está sujeito à lei". (Público)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

PROZAC não é eficaz na maioria dos doentes de depressão

Trabalho analisou tanto os resultados dos ensaios clínicos publicados como outros que as empresas farmacêuticas não divulgaram. Os fabricantes já criticaram o estudo.
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Se encara o popular Prozac e outros antidepressivos da sua classe como panaceia para qualquer estado de depressão, do mais grave ao mais moderado, então pode andar enganado. Pelo menos, é o que conclui a equipa de cientistas que analisou os resultados de 47 ensaios clínicos, uns publicados, outros que as empresas farmacêuticas decidiram nunca tornar públicos, dizendo que esta nova geração de antidepressivos só ajuda os casos mais graves. Nos outros doentes, é como tomar placebos, comprimidos sem qualquer acção biológica, como se fossem açúcar.
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A equipa de cientistas, liderada por Irving Kirsch, da Universidade de Hull, no Reino Unido, publicou ontem o seu estudo de análise de outros estudos na revista PLoS Medicine, de acesso livre na Internet.
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Ao abrigo da legislação de acesso à informação, pediram os resultados dos ensaios clínicos submetidos, entre 1987 e 1999, à Food and Drug Administration (FDA), a entidade norte-americana responsável pelos medicamentos, relativos a antidepressivos conhecidos por "inibidores da recaptação da serotonina".
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Quem está deprimido tem baixos níveis de serotonina, um mensageiro químico importante na comunicação entre as células cerebrais e no estado de espírito. Estes antidepressivos aumentam os níveis de serotonina, impedindo que torne a ser captada pelos neurónios que a libertam e que chegue àqueles que a devem receber.
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Quatro antidepressivos - a fluoxetina, celebrizada pelo nome comercial de Prozac, a paroxetina, a venlafaxina e a nefazodona - foram incluídos no estudo de Kirsch e de colegas dos EUA e do Canadá. Só o Prozac, o mais vendido no mundo, é tomado por 40 milhões de pessoas.
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Pela primeira vez, a equipa pensa estar na posse da informação completa sobre os quatro antidepressivos, incluindo aquela que as empresas farmacêuticas cederam à FDA para obter autorização de venda - mas que não foi divulgada publicamente. Os cientistas queriam estes dados, pois poderia dar-se o caso de terem ficado por publicar resultados desfavoráveis quanto à eficácia dos antidepressivos.
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Ao compararem todos os dados, repararam que os doentes moderadamente deprimidos, tratados com os antidepressivos, não apresentavam melhorias significativas em relação aos doentes que recebiam placebos.
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Só um grupo muito restrito de doentes, extremamente deprimidos, parece ter beneficiado dos antidepressivos e ultrapassado o chamado "efeito de placebo", um fenómeno que faz com que as pessoas se sintam melhor porque pensam que estão a tomar um medicamento que lhes faz bem.
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"Embora os doentes melhorem quando tomam antidepressivos, também melhoram quando tomam placebos e a diferença não é muito grande. Isto significa que as pessoas deprimidas podem melhorar sem tratamentos químicos", diz Irving Kirsch, citado numa nota de imprensa.
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Perante estes resultados, acrescenta a equipa, excepto quanto os tratamentos alternativos não funcionam, parece haver poucas razões para prescrever antidepressivos, a não ser aos doentes gravemente deprimidos.
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A Eli Lilly, fabricante do Prozac, reagiu em comunicado: "Estudos e experiência médica vastos mostraram que a fluoxetina é um antidepressivo eficaz. Desde a sua descoberta em 1972, tornou-se dos medicamentos mais estudados.
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" Também a GlaxoSmithKline, fabricante do Seroxat (paroxetina), considerou: "Só foi examinada uma pequena parte da informação, enquanto as autoridades do mundo inteiro já conduziram vastas avaliações de todos os dados. É só um estudo, que não deve ser usado para causar alarme nos doentes." (Público)

Hospital dos Covões com cirurgia para diabetes tipo II

Técnica inclui tratamento para obesidade
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O Hospital dos Covões, em Coimbra, já algum tempo que realiza cirurgias designadas laparoscópicas, utilizadas para o tratamento da diabetes tipo II.O director do hospital, Carlos Magalhães, explicou que «o que está em causa não é a cura da diabetes, mas sim o seu tratamento cirúrgico».
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Esta diferença existe porque em ambas as situações ainda não está estabelecido quais os resultados a longo prazo em relação a esta patologia, mas a «grande maioria dos doentes deixa de necessitar de insulina ou baixam significativamente as doses utilizadas» explicou o director do hospital.
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A equipa do Hospital dos Covões, liderada por Carlos Magalhães, utiliza duas técnicas cirúrgicas, que são, primeiramente decididas, de acordo com a situação clínico-metabólica dos pacientes.
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A cirurgia para os diabéticos é baseada nas hormonas intestinais que regulam a homeostase da glicose, que fica reservada a estes pacientes que sofram de patologias ligadas à vascular periférica, neurológica e ou oftálmica.Segundo adianta o Diário As Beiras, a outra é direccionada para uma cirurgia gastrectomia vertical, para pacientes que sofram de obesidade.
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Carlos Magalhães explicou ainda que «trata-se de um procedimento cirúrgico que associa a uma diminuição do tamanho do estômago à retirada da parte deste que segrega a grelina, também chamada a hormona do apetite».(Fábrica de Conteúdos)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Fármaco para hiperactivos triplica vendas

O consumo de medicamentos para as perturbações do défice de atenção mais do que triplicou em quatro anos em Portugal. O metilfenidato (substância activa) é um medicamento estimulante que actua ao nível do sistema nervoso central, aumentando a atenção e concentração e reduzindo os comportamentos impulsivos.
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Segundo o pediatra Miguel Palha, especialista em doenças de comportamento, o aumento do uso destes medicamentos explica-se, sobretudo, pelos seus "eztraordinários benefícios". Mas o aumento das vendas justifica-se também com a comparticipação de uma terceira marca do medicamento em 2006, o que terá contribuído, de acordo com o Infarmed, para que as vendas de 207 ultrapassassem as 100 mil embalagens, quando em 2006 foram contabilizadas pouco mais de 70 mil.
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De acordo com Miguel Palha, haverá em Portugal entre 100 mil e 120 mil crianças e jovens com hiperactividade com défice de atenção. (Público)

Conheça os sinais de alarme do enfarte e do AVC

Conheça os sinais de alarme do enfarte e do AVC
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Os outdoors não deixam ninguém indiferente. Um coração e um cérebro, parcialmente cortados, são a imagem de marca de uma campanha de sensibilização pública, que arrancou no passado dia 15 de Janeiro, e cujo objectivo é alertar a população para as doenças cardiovasculares.
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“Mais rápido que…” um acidente vascular cerebral (AVC) e um enfarte agudo do miocárdio (EAM) é o slogan de uma campanha, promovida pela Coordenação Nacional das Doenças Cardiovasculares do Alto Comissariado da Saúde, que, desde 15 de Janeiro, está nas ruas de todo o País. Em vários locais públicos, foram espalhados cartazes e outdoors com um objectivo cirúrgico: reduzir a mortalidade cardiovascular em Portugal.
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“É possível ganhar vidas se o tratamento for instituído a tempo, mas, para que tal aconteça, é preciso que a população conheça os sinais de alerta, de modo a poder accionar, através do 112, o sistema médico pré-hospitalar”, explica o Prof. Ricardo Seabra Gomes, coordenador nacional para as doenças cardiovasculares.
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Para servir este propósito, foram criadas as Vias Verdes que, como descreve Ricardo Seabra Gomes, “são estratégias organizadas de diagnóstico, encaminhamento e tratamento expedito, sobretudo na fase pré-hospitalar”. Mas, para que o doente seja encaminhado rapidamente para o hospital mais adequado, “é preciso actuar com urgência”.
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O factor tempo é, aliás, uma condição essencial para que a terapêutica seja administrada dentro das três primeiras horas, após o início das queixas. Só assim será possível “abortar” o evento cardiovascular e impedir eventuais sequelas que, no limite, podem conduzir à morte.
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“A primeira reacção do doente é esperar que os sintomas passem”, lamenta o coordenador nacional para as doenças cardiovasculares. E apela à população para que não se dirijam pelos seus próprios meios ao hospital, já que, através das Vias Verdes, os doentes beneficiam de um acesso directo e em tempo útil às unidades de intervenção mais apropriadas.
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Sinais de alerta
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Segundo Ricardo Seabra Gomes, perante uma dor forte no peito, suores, náuseas ou vómitos, o doente não deve ignorar os sintomas, principalmente se os mesmos persistirem por mais de 5 minutos. “O primeiro passo é ligar o 112”, afirma.
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O Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) – local onde são recebidas as chamadas de emergências médica – “conhecedor das queixas, desloca os meios necessários a casa do doente”. Tratando-se de um enfarte, “o objectivo é realizar, rapidamente, um electrocardiograma: um exame que poderá ser feito no domicílio ou na ambulância”.
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Confirmado o diagnóstico, o INEM transporta o doente para o hospital mais adequado, podendo iniciar o tratamento antes mesmo da chegada ao Hospital.
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A instalação súbita de boca de lado, a dificuldade em articular palavras e a falta de força num dos membros são sinais que, à partida, podem denunciar a ocorrência de um AVC. Contudo, neste caso particular, será necessário realizar uma TAC, em ambiente hospitalar, para confirmar se o evento é de origem trombolítica, ou seja, se resulta do entupimento de uma artéria. Para se proceder à realização deste exame, o INEM encaminha os doentes para um dos hospitais, definidos pela coordenação, onde exista uma unidade de AVC. “É preciso ressalvar que, em ambos os casos, deve ser accionado o INEM, através da linha 112. Com o mecanismo das Vias Verdes, o doente carimba directamente o passaporte para as unidades de tratamento especializado”, completa.Fonte: Jornal do Centro de Saúde

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Mulheres pós-menopausa ignoram hipertensão



Após a menopausa, as mulheres ficam mais vulneráveis a um conjunto de doenças, mas desconhecem ainda que nesta fase a hipertensão é um factor agravante da sua condição de saúde. Isto porque de acordo com a prática clínica, após a menopausa a hipertensão torna-se progressivamente mais frequente e mais intensa em mulheres do que em homens, fazendo delas as maiores vítimas das doenças cardiovasculares. Esta foi uma das matérias abordadas no 2º Congresso Português de Hipertensão.
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As razões para as diferenças relativas aos valores da tensão arterial e na incidência de hipertensão entre os dois sexos ainda são especulativas. Uma possibilidade, ainda não comprovada, é que os estrogénios naturais são responsáveis pelos níveis de pressão arterial mais baixos, observados em mulheres jovens, assim como a sua diminuição contribui para a maior incidência de hipertensão após a menopausa.
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“Com a menopausa, a mulher hipertensa toma uma terapêutica de substituição que não aumenta o risco cardiovascular. Mas, à medida que a mulher se afasta da menopausa, o risco em mulheres sob terapêutica de substituição é superior do que as que não a fazem”, declara a Dra. Paula Alcântara, especialista de Medicina Interna no Hospital de Santa Maria e membro da Direcção da Sociedade Portuguesa de Hipertensão.
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Até esta fase, as mulheres hipertensas são as mais controladas, as que mais tempo dedicam à saúde, indo regularmente às consultas e, por isso, são diagnosticadas precocemente, ao contrário dos homens. Denota-se uma maior incidência de mulheres tratadas e controladas relativamente à hipertensão. Apesar disso, as mulheres têm maior mortalidade do que os homens, sobretudo morte de doença cardiovascular.
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“Na generalidade durante a infância, as raparigas têm uma pressão arterial mais elevada do que os rapazes e a, partir da adolescência, esta relação inverte-se. Também durante a idade adulta, a prevalência de hipertensão tende a ser superior nos homens do que nas mulheres. Contudo, após a menopausa, as mulheres têm uma prevalência de hipertensão igual ou superior à dos homens”, acrescenta a mesma especialista.
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A hipertensão arterial é o maior factor de risco para a doença cardiovascular. contribuindo significativamente tanto para a morbilidade como para a mortalidade globais. Considerando a população geral, os homens têm níveis de pressão arterial mais elevados do que as mulheres, como também têm a maior prevalência de hipertensão arterial.
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De acordo com dados divulgados em 2007 pela Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares, em 2003 - último ano com dados apurados - as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 37,6% de todas as mortes em Portugal. A cada 14 minutos que passam morre um português de doença cardiovascular (estatísticas da Saúde INE,2005).(Farmácia)

Abusos na infância podem originar obesidade mórbida


Os abusos de infância poderão estar na origem de muitos dos casos de obesidade mórbida que afectam actualmente 300 mil portugueses. Um estudo realizado pelo Departamento de Psicologia da Universidade do Minho indica que, quando assim é, a banda gástrica não soluciona o problema e a cirurgia pode mesmo ser prejudicial se não for acompanhada de apoio psicológico.

O trabalho de investigação, da autoria da estudante Susana Silva e conduzido pela psicóloga Ângela Maia, permitiu observar índices elevados de experiências adversas na infância em adultos com obesidade mórbida. Segundo explicou a investigadora, citada pelo jornal Público, foi o facto de terem constatado que "comer de uma forma compulsiva pode ser uma forma de tentar resolver os problemas" que as levou a averiguar se na origem da obesidade mórbida estão experiências adversas na infância. "Comer dá imenso jeito para resolver questões mal resolvidas", acrescentou.

Através deste trabalho, as responsáveis pretenderam fazer uma caracterização das histórias de vida das pessoas obesas, sempre acompanhadas pela suspeita de que "a cirurgia bariátrica [colocação de uma banda gástrica] não resolve tudo".

O resultado do estudo, acedido pela Lusa e divulgado pelo Público e que avaliou a prevalência de experiências adversas na infância numa amostra de 75 obesos mórbidos (com peso médio de 118,57 quilogramas) candidatos a cirurgia bariátrica, indica que a esmagadora maioria (88 por cento) dos participantes relatou a existência de pelo menos uma experiência adversa. A maioria (51 por cento) dos inquiridos relatou pelo menos quatro experiências de adversidade.

Face aos dados recolhidos o estudo refere que o comportamento alimentar de cada indivíduo "deve ser compreendido tendo em consideração a totalidade de vida do sujeito". Nesse sentido, Ângela Maia salienta a importância de os doentes obesos terem um acompanhamento psicológico, antes, durante e após a colocação de uma banda gástrica contra a obesidade mórbida.

O trabalho de investigação visou apurar se os obesos em questão foram expostos a abuso emocional, físico ou sexual, bem como a violência doméstica, abuso de substâncias no ambiente familiar, divórcio ou separação parental, prisão de um membro da família, doença mental ou suicídio, negligência física e emocional.

As conclusões indicam que "existe uma elevada prevalência de experiências adversas ocorridas durante a infância". "A maior parte dos sujeitos não era obeso durante a infância, o que reforça a ideia de que a obesidade está associada a factores ambientais e relacionais". (Farmácia)

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Aumento da obesidade e do risco de AVC nas mulheres de meia-idade



Problema mais grave que nos homens
EUA: aumento da obesidade e do risco de AVC nas mulheres de meia-idade

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As mulheres de meia-idade estão hoje mais obesas e têm mais possibilidade de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do que há uma década atrás, revela um estudo divulgado na conferência internacional da Associação Norte-americana de AVC, em Nova Orleães.

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Uma análise dos níveis de prevalência de AVC nos Estados Unidos entre 1999 e 2004 revelou que as mulheres de meia-idade, entre os 35 e os 54 anos, tinham mais do dobro de hipóteses do que os homens da mesma idade de sofrerem um AVC, segundo Amytis Towfighi, o investigador do Departamento de Neurobiologia da Universidade da Califórnia do Sul, em Los Angeles que liderou este trabalho.

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Os investigadores analisaram dados dos institutos nacionais de Saúde norte-americanos em dois períodos, entre 1988-1994 e 1999-2004, para tentarem perceber se era um fenómeno novo e para explorarem as potenciais contribuições de factores de risco vascular para a prevalência dos níveis de AVC. Descobriram que enquanto 1,79 por cento das mulheres com idade entre os 35 aos 54 que participaram na segunda amostra relataram que tinham tido um AVC, apenas 0,63 por cento das mulheres das mesmas idades que participaram na primeira amostragem relatarem um AVC.

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Os investigadores compararam os dois grupos segundo variáveis baseadas em historiais médicos (se são ou não fumadoras, diabetes, ataque cardíaco, hipertensão), uso de medicação e marcadores clínicos.

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Não descobriram diferenças significativas quanto à presença de factores de risco cardiovasculares convencionais, como a pressão sanguínea, colesterol total, colesterol lipoproteico (conhecido como ‘mau colesterol’), tabaco, doença cardíaca, alta pressão sanguínea e diabetes.

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No entanto, a evolução dos marcadores clínicos mostrou um aumento da média de peso e da massa corporal (IMC) e também que mais mulheres do grupo mais recente tomavam medicação para controlar a pressão sanguínea e o colesterol.

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De facto, 14,8 por cento das mulheres no segundo grupo relataram usarem medicação para baixar a pressão sanguínea, comparadas com 8,9 por cento do primeiro grupo, e quase quatro por cento das mulheres do segundo grupo usavam medicação para baixar o colesterol, contra 1,4 por cento de mulheres do primeiro grupo.

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“As mulheres do segundo grupo eram também significativamente mais obesas do que as mulheres de uma década atrás, com uma média de massa corporal de 28,67 kg/m2, contra os 27,11 kg/m2 da década anterior”, disse Towfighi.

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Um IMC de 25,0 a 30,0 é considerado sobrepeso, enquanto um IMC de 30,1 ou mais é considerado obesidade. As mulheres do segundo grupo tinham uma média de medida de cintura quase quatro centímetros superior à das mulheres do primeiro estudo e ainda tinham uma mais elevada média de hemoglobina glicosada (um indicador de pouco controlo do nível de açúcar no sangue).

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Os investigadores concluíram que, apesar de os factores de risco tradicionais, como a pressão sanguínea elevada, não serem mais altos hoje do que nos anos 90, a obesidade e os marcadores dos níveis de açúcar no sangue estão a aumentar entre as mulheres de meia-idade, relacionando este crescimento com o aumento de AVC no mesmo grupo etário.

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“A obesidade abdominal é conhecida por predizer a possibilidade de um AVC nas mulheres e deve ser considerado um maior factor de risco para os AVC que atingem as mulheres”, disse Towfighi, salientando a “necessidade de intensificar esforços em restringir a epidemia da obesidade”.

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Dados do estudo

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Apresentação: realizada no dia 20 de Fevereiro, durante a Conferência Internacional sobre AVC, realizada em Nova Orleães pela Associação Americana de AVC.

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Autores: Amytis Towfighi, M.D, professor assistente de neurologia da Universidade da Califórnia do Sul; Daniel T. Lackland, Ph.D., professor de epidemiologia da Universidade da Carolina do Sul. (Público)

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Stress pode aumentar risco de cancro de útero

Stresse pode aumentar risco de cancro de útero
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O stresse pode aumentar o risco das mulheres desenvolverem cancro de útero, sugere um estudo publicado na revista científica Annals of Behavioural Medicine. Segundo os cientistas do Fox Chase Cancer Centre, nos Estados Unidos, o sistema imunológico de mulheres que sofrem de stresse apresentam dificuldades de combater o vírus que causa a maioria dos tipos de cancro cervical.
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A maioria dos casos de cancro de colo do útero é provocada por uma infecção causada pelo vírus HPV, sexualmente transmissível.Estudos anteriores já haviam mostrado que a resposta do sistema imunológico das mulheres pode determinar o agravamento da infecção em um câncer no colo do útero.
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Para realizar o estudo, os cientistas fizeram um questionário para 78 mulheres que apresentaram anormalidades nos exames de colo de útero com perguntas sobre a rotina diária de stresse no mês anterior ao exame. O questionário também trazia perguntas sobre eventos importantes que poderiam contribuir para o stresse nas mulheres, como divórcios e outros incidentes.
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Depois da análise, os cientistas mediram as reacções do sistema imunológico das mulheres quando confrontado com o vírus HPV e compararam os resultados com os de 28 mulheres que haviam tido resultados normais nos exames de colo de útero.
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Os resultados da pesquisa indicam que a reacção do sistema imunológico das mulheres que tinham uma rotina diária de stresse era mais fraca do que nas mulheres que tinham uma vida mais tranquila."As mulheres com alto nível de stresse têm uma resposta fraca ao HPV16. Isso significa que elas têm um risco maior de desenvolver cancro cervical porque o sistema imunológico não consegue combater os vírus que causam este tipo de cancro", afirma Carolyn Fang, que liderou o estudo.
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Apesar dos resultados, o estudo não comprovou que o stresse pode ser a causa do cancro cervical. Os cientistas também admitem que, pela proporção do estudo, não é possível afirmar que o stresse prejudica o sistema imunológico ou é apenas um dos factores para o seu enfraquecimento.
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Segundo um porta-voz da ONG Cancer Research UK, o estudo precisa de mais pesquisas para comprovar a relação do stresse com o cancro. "Nós sabemos que um resposta eficaz do sistema imunológico contra certos tipos de HPV podem prevenir o câncer cervical - isso ajudou o desenvolvimento de vacinas contra este vírus", afirma."Este estudo pequeno não traz provas suficientes para comprovar que uma vida stressante pode suprimir as reacções do sistema imunológico. É preciso que os cientistas realizem mais pesquisas para determinar esta relação", afirma o porta-voz. (Diário dos Açores)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Cuidados Continuados

Investimento de 15 milhões de euros
Cuidados continuados contarão com cinco mil camas até final do ano

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A ministra da Saúde admitiu hoje serem insuficientes as camas de cuidados continuados existentes em Portugal, mas afirmou que até ao final do ano deverá haver 5000 vagas neste regime, mais do dobro das actuais. O investimento no sector será de 15 milhões de euros.
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De acordo com Ana Jorge, que hoje cumpre a sua primeira visita oficial ao Algarve, existem actualmente cerca de 1800 camas de cuidados continuados, prevendo-se que até ao final de Março sejam 2300 e até ao final do ano 5000.
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A titular da pasta da Saúde salientou, ainda, que há um ano e meio "não havia nenhuma cama aberta" e disse que a meta de 5000 camas poderá ser alcançada através de um concurso que abre no próximo mês e que envolve apoios financeiros de 15 milhões de euros.
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A Unidade de Cuidados Continuados de Média Duração e Reabilitação de Tavira, com cerca de 20 camas e que é gerida pelo núcleo local da Cruz Vermelha Portuguesa, entrou em funcionamento em Dezembro de 2007.
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Segundo dados do Ministério da Saúde, prevê-se que até ao final do ano o Algarve tenha 405 camas integradas na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, quando actualmente há 195 camas.
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Destas 195 camas, 42 são de convalescença, 43 de média duração e reabilitação e 74 de longa duração e manutenção, havendo ainda 36 camas em Unidades de Internamento de Centros de Saúde.
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Questionada sobre o avanço do Hospital Central do Algarve, a instalar no Parque das Cidades, a ministra da Saúde afirmou que tudo corre a "bom curso" e que serão "provavelmente" mantidos os prazos que prevêem o arranque das obras em 2009 e conclusão em 2012. "O programa funcional está aprovado e em breve terão notícias", concluiu a ministra, que aprovou o programa no final da passada semana, cumprindo as intenções do seu antecessor, que previa fazê-lo até ao final do mês de Fevereiro. (Público)

Hepatite C - terapêutica única trata recidivas

Nova esperança para 150 mil portugueses com Hepatite C: terapêutica única trata recidivas
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A Comissão Europeia aprovou a primeira e única terapêutica combinada de peginterão alfa-2b e ribavirina para doentes adultos com Hepatite C crónica, cujo tratamento prévio não obteve os resultados pretendidos.
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Esta terapêutica combinada é uma excelente alternativa para os doentes com hepatite C que necessitam de ser retratados. Isto significa que são doentes que não apresentaram resultados positivos e continuados, isto é registou-se uma recidiva após o fim do tratamento.
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Agora, a Comissão Europeia afirma que a terapêutica combinada de peginterão alfa-2b e ribavirina permite obter uma resposta sustentada em doentes com Hepatite C que precisam de retratamento. Esta terapêutica combinada é igualmente eficaz em doentes com hepatite C não respondedores, ou seja, aqueles cuja terapêutica primária falhou em termos de resposta sustentada.
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A aprovação por parte da Comissão Europeia é válida para os 27 países da União Europeia, e ainda para a Islândia e a Noruega.
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O tratamento de peginterão alfa-2b e ribavirina constitui «uma segunda oportunidade e alternativa de sucesso para o grande número de doentes com Hepatite C», afirmou Nadine Piorkowsky, Presidente da Associação Trans-Europeia para Doentes do Fígado (ELPA – European Liver Patient Association).
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As estimativas indicam que a Hepatite C crónica afecte mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo, metade dos quais na Europa. A Hepatite C é ainda a primeira causa de doenças crónicas hepáticas e uma das razões mais comuns para transplantes de fígado. Em Portugal, esta patologia afecta mais de 150 mil pessoas. (Farmácia)

Cancro da mama

Cancro de mama é responsável por um quarto dos novos casos de cancro
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Segundo dados recentemente revelados a incidência do cancro de mama está aumentar a cada ano pelo mundo inteiro, sendo actualmente responsável por aproximadamente 23% dos novos casos de cancro. Actualmente, são diagnosticados por ano cerca de 1100,000 mulheres com cancro de mama pelo mundo fora e 360 mil só na Europa, onde morrem cerca de 130 mil mulheres vítimas desta doença. Também na Europa, o risco de desenvolver cancro de mama é de uma em cada dez mulheres, e a incidência está a aumentar sendo responsável por mais de um quarto dos novos casos de cancro.
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Entre 11 países, a incidência de cancro de mama é maior na Dinamarca, que conta com 144,2 casos com 1390 mortes, seguida da Irlanda com 96,2 casos e 688 mortes, estando em terceiro lugar a Suécia com 148,1 novos casos e 1516 mortes.
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De acordo com a Sociedade Portuguesa de Senologia, todos os dias morrem quatro a cinco mulheres devido a cancro de mama e anualmente são diagnosticados mais de 3800 novos casos, um alerta constante já que apesar dos avanços em diagnóstico e tratamento, o cancro da mama é o mais frequente, sendo a principal causa de morte nas mulheres entre os 35 e os 55 anos. Além disso, o cancro da mama é a forma mais comum de cancro na mulher e as taxas de incidência têm vindo a subir na segunda metade deste século. Calcula-se que uma em cada 12 mulheres vão desenvolver este tipo de cancro ao longo da vida e mais de 1500 pessoas vão morrer anualmente vítimas desta doença.
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O cancro da mama é um processo oncológico em que as células da glândula mamária proliferam multiplicando-se descontroladamente formando o tumor.
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Na maior parte dos cancros, se o diagnóstico for feito precocemente existem abordagens terapêuticas curativas. Outros como a recente geração de fármacos chamados inibidores da aromatase, são capazes manter o doente livre de manifestações dessa doença para o resto da vida. No combate ao cancro, estes fármacos podem ter um papel fundamental pela sua função de inibir a aromatase, a enzima que metaboliza a passagem de androgénios a estrogéneos.
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Dois a três anos de uma terapêutica mais antiga, passando para mais dois anos de terapêutica com inibidores de aromatase, é o que aconselham os especialistas por motivos diversos entre os quais se destaca a redução em 17% do risco de morte em 56 meses de tratamento combinado. Num tratamento médio de 34 meses e meio, demonstra-se uma diminuição de risco de recorrência de cancro de mama na ordem dos 35%.
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Os inibidores da aromatase são uma nova classe de medicamentos que bloqueiam a enzima aromatase, , actuando não apenas na redução do risco mas também na qualidade e longevidade da sua vida.
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No tratamento do cancro da mama, os inibidores da aromatase são melhor tolerados, sendo administrados por via oral. Em Portugal estão indicados para o cancro da mama na pós-menopausa, refractário aos anti-estrogénios e no cancro da próstata. Os inibidores da aromatase são globalmente indicados no tratamento das mulheres na pós-menopausa, que tenham já realizado a terapêutica entre dois e três anos com um medicamento da anterior geração. (Farmácia)

LAGOA: Rapaz atacado por "pitbull"

Lagoa: Rapaz atacado por "pitbull" sofre ferimentos nos braços e perde um dedo
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Um rapaz de 12 anos foi hoje atacado por um cão de raça 'pitbull' em Lagoa, Algarve e ficou gravemente ferido nos braços, com amputação de um dedo, mas não corre perigo de vida, disse fonte hospitalar.
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O ataque do animal à criança registou-se no centro da cidade, na rua Coronel Figueiredo (centro da cidade de Lagoa), cerca das 15H00.
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A criança foi transportada para o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA) com ferimentos graves num dedo e no pulso. Segundo fonte do CHBA, a criança ficou "em observação" e está "estável", e será transferida em breve para uma intervenção de cirurgia plástica, mas a mesma fonte disse desconhecer se se trata da reimplantação do dedo.
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Uma fonte da GNR adiantou que o cão já foi transportado para o canil municipal e, como os proprietários "não tinham seguro", vai ser levantado um auto de contra-ordenação aos donos. O 'pitbull' estaria preso numa propriedade privada e terá fugido, encontrando-se à solta na cidade, altura em mordeu ao rapaz adiantou a mesma fonte policial.
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Este ataque de um cão a uma criança é o segundo caso registado no Algarve este mês, tendo a primeira ocorrência sido registada a 14 de Fevereiro, quando um cão de raça "rottweiler" atacado uma criança de 20 meses e a deixou em estado grave.
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A menina de 20 meses saiu dos Cuidados Intensivos para a unidade de internamento de Pediatria esta semana e está a recuperar "muito bem", disse fonte do Hospital de Faro.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Hipertensão

Abordagem da hipertensão no contexto do risco global

As novas recomendações europeias da HTA, apresentadas em Junho de 2007, estabelecem as regras de diagnóstico e tratamento dos doentes hipertensos, com base no cálculo do “risco cardiovascular global”.
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Não se vê, não se sente, mas a verdade é que, quando não controlada, pode conduzir à morte. Fala-se, pois, da hipertensão arterial (HTA), tantas vezes denominada de “assassina silenciosa”. Devido à ausência de sintomas, muitos doentes deixam que a situação se arraste, porque, simplesmente, desconhecem os níveis da sua pressão arterial.
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Através do último estudo epidemiológico nesta área, patrocinado pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão e apresentado pelo Prof. Mário Espiga de Macedo, chegou-se à conclusão de que cerca de 40% da população portuguesa é hipertensa e metade da qual ignora sofrer deste problema. Mas os números não ficam por aqui: do total dos doentes hipertensos, apenas 11% têm os níveis da sua pressão arterial controlados.
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“É, de facto, uma matéria preocupante, principalmente se pensarmos que Portugal, comparativamente aos restantes países da Europa Ocidental, tem muito mais acidentes vasculares cerebrais (AVC): a principal causa de mortalidade no nosso País”, diz o Dr. José Nazaré, chefe de serviço de Cardiologia do Hospital de Egas Moniz.
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Por estar intimamente ligada à ocorrência de AVC, a pressão arterial elevada deve ser alvo de uma “vigilância apertada”. Assim, como afirma o cardiologista, “para que se possa diagnosticar, é necessário que as pessoas façam medições regulares da pressão arterial, nas farmácias, em casa ou no consultório médico”.
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As últimas recomendações europeias da HTA, elaboradas pela Sociedade Europeia de Hipertensão, em parceria com a Sociedade Europeia de Cardiologia, fixam as normas de diagnóstico e tratamento dos doentes hipertensos, enquadradas num contexto de risco cardiovascular global. “Olhar para a hipertensão como um factor de risco isolado não é suficiente. É preciso considerar outros elementos, nomeadamente se se trata um doente diabético, se tem outros factores de risco associados ou se já teve, previamente, um evento cardiovascular”, prossegue.
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Segundo o especialista, o conceito de normalidade da pressão arterial depende do tipo de doente e do número de factores de risco associados. “Se estivermos perante um doente apenas com HTA, sem outras complicações, o objectivo da terapêutica é alcançar valores abaixo dos 140/90 mmHg. Mas, se por outro lado, for um doente diabético, se tiver insuficiência renal ou houver registo de antecedentes de enfarte ou AVC, a meta será atingir níveis inferiores a 130/80 mmHg.
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”Muito embora os medicamentos sejam uma “ferramenta fundamental” na normalização dos níveis de pressão arterial, o cardiologista defende que os resultados terapêuticos não devem depender, em exclusivo, da sua administração. A modificação dos estilos de vida, de onde se inclui a cessação tabágica, prática de exercício físico regular (recomenda-se andar a pé 30 a 40 minutos diários), redução do peso e uma alimentação equilibrada, com baixo teor de sal, são medidas complementares que, em simultâneo, concorrem “para a diminuição dos níveis da pressão arterial e aumentam a eficácia dos medicamentos anti-hipertensivos”.
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Classificação da PA (segundo as recomendações europeias)
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-Pressão arterial “óptima”: - valores abaixo dos 120/80 mmHg (milímetros de mercúrio: unidade de medição da pressão arterial);
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-Pressão arterial normal: valores situados entre os 120/80 e os 130/85 mmHg;
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-Pressão arterial “média alta”: quando os valores se situam no intervalo de 135/85 e 140/90. Segundo o especialista, “este grupo tem uma maior probabilidade de, nos anos seguintes, evoluir para uma situação de verdadeira HTA”. Recomenda-se, por isso, especial atenção para a modificação do estilo de vida e uma medição mais frequente da pressão arterial;-
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-Pressão arterial alta: valores acima dos 140/90. Dentro deste grupo, a HTA pode classificar-se como ligeira ou grave; nas palavras de José Nazaré, este grupo “necessita de instituição de terapêutica com fármacos”. Fonte: Jornal do Centro de Saúde

PJ investiga venda ilegal de anfetaminas

Na segunda-feira foi preso em Lisboa um "correio" com 110 mil cápsulas,
a maior quantidade apreendida de uma só vez em Portugal
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Uma parte significatiava das clínicas de emagrecimento e lojas de venda de produtos naturais e dietéticos de todo o Algarve, são suspeitos de serem utilizados como locais de venda de anfetaminas. Este tipo de droga, utilizada normalmente para melhorar os desempenhos físicos, chega a Portugal por via aérea, quase sempre proveniente do Brasil, e depois de embalada e vendida a preços que possibilitam margfens de lucro de quase 80 por cento - um negócio que rende quase tanto como o da cocaína.
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A Polícia Judiciária (PJ), por intermédio da Direcção Central de Investigação ao Tráfico de Estupefacientes (DCITE), está a investigar dezenas de estabelecimentos suspeitos, depois de na segunda-feira, no Aeroporto da Portela, em Lisboa, ter detido, numa acção preventiva de rotina, uma mulher de 57 anos, residente em Lagos, que transportava em duas malas, 110.500 cápsulas de anfetaminas.
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As cápsulas não possuíam qualquer tipo de etiquetagem nem outros elementos relativos à sua composição, sendo convicção da PJ que se trata de um produto fabricado num laboratório clandestino. O Brasil, de acordo com alguns investigadores da DCITE, é um dos maiores produtores mundiais de anfetaminas.
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Os inspectores da PJ já apuraram que a mulher que detiveram na Portela, numa operação a que chamaram Manter a Linha, não será mais do que um "correio" utilizado para o transporte da droga. Admitem que os empresários ligados a ginásios e estabelecimentos de produtos naturais possam ser os líderes de uma ou mais redes a actuar em Portugal, país onde o culto do físico associado a medicamentação perigosa e proibida tem vindo a aumentar.
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A sofisticação das redes portuguesas não é menosprezada pela PJ, que lhes reconhece grande capacidade de distribuição (admitem-se eventuais ligações a Espanha) e logística que, entre outros, lhes possibilita fazer a etiquetagem e embalagem do produto, como se o mesmo já viesse originalmente nessas condições.
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A progressão deste tipo de crime a nível nacional está demonstrada estatísticamente pela própria PJ, a qual enfatiza, nos seus relatórios anuais, os números relativos às apreensões de cápsulas ou comprimidos de anfetaminas. Enquanto em 2005 e 2006 as apreensões não ultrapassaram a centena de unidades, no primeiro semestre do ano passado este número disparou, com um total de 33.870 comprimidos apreendidos. (Público)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

NOVA TÉCNICA PARA TRATAR INFERTILIDADE

CIÊNCIA: ESPERMA INJECTADO NOS ÓVULOS
São muitos os casais que mantêm vivo o sonho de ser pais, mesmo quando o corpo diz não ao desejo de ter um filho. Viram-se para a medicina, que procura respostas através de técnicas capazes de corrigir o que está menos bem com a natureza humana. Foi com esse objectivo que um grupo de cientistas chineses e da Universidade de Bona, na Alemanha, realizou um estudo em 124 mulheres, capaz de vir a dar esperança a casais que esgotaram todas as alternativas para engravidar.
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Quando tudo o resto parece falhar, para muitos a injecção intracitoplasmática de espermatozóides é a última possibilidade. Apesar disso, apenas um em cada três casais que recorrem ao método consegue alcançar o objectivo. No trabalho realizado na Alemanha os especialistas foram capazes de duplicar a taxa de sucesso.
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“O método é recomendado quando o homem produz poucos espermatozóides”, revela Markus Montag, um dos autores do trabalho. O que os médicos fazem é extrair do tecido testicular espermatozóides funcionais, posteriormente injectados nos óvulos, com o trabalho do homem a terminar quando começa o da mulher, submetida a um tratamento hormonal para que se dê a maturação de óvulos no ovário.
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“Injectamos o esperma em cada um dos óvulos”, explica o médico. “Depois são necessárias mais de 26 horas para se formar um embrião.” O passo seguinte é escolher qual o óvulo fertilizado que será implantado no útero.
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Para seleccionar os dois candidatos “é feita uma observação da membrana do óvulo ao microscópio, através da qual se consegue ver um anel alaranjado. Quanto mais forte e uniforme for o seu brilho maior a probabilidade de concepção”. E por meio de um software desenvolvido por Montag e pelos colegas tornou-se possível analisar as imagens obtidas através do microscópio e determinar quais as células mais e menos adequadas.
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Para Isabel Torgal, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução, “a principal dificuldade consiste na escolha do melhor espermatozóide e não do melhor óvulo”, explica ao CM. Apesar de, acrescenta, “nos últimos anos terem aparecido vários programas informáticos que se dizem muito inovadores, a verdade é que na prática clínica não se tem observado efeitos positivos significativos”. Por isso, afirma, o melhor mesmo é “esperar para ver”.
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No caso de os resultados do estudo se confirmarem, a novidade é vantajosa, “pois com a tendência para se transferir menos embriões em cada ciclo de tratamento (para evitar a gravidez múltipla) tudo o que ajude a identificar os embriões com maior probabilidade de se serem implantados poderá ser altamente positivo”.
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À ESPERA DE FINANCIAMENTO
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Foi esperada durante muito tempo, mas a sua chegada, ainda que inicialmente saudada, não convenceu todos os que durante anos ansiaram por uma lei capaz de regulamentar a procriação medicamente assistida, que se desenvolveu e estende pelo País durante anos sem qualquer tipo de orientação. Depois de discutida, aprovada na Assembleia da República e promulgada pelo Presidente da República, foi há dias publicado o decreto que regula as técnicas de procriação medicamente assistida. E esclarece que “os centros públicos autorizados são financiados através de contratualização com a Administração Central do Sistema de Saúde”, enquanto “o Ministério da Saúde pode acordar com os centros privados autorizados o financiamento da utilização de técnicas”.
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VINTE POR CENTO DA POPULAÇÃO NÃO CONSEGUE TER FILHOS
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Foi no final da década de setenta que a ciência renovou a esperança dos casais inférteis espalhados pelo Mundo. O nascimento do primeiro bebé proveta da história, a britânica Louise Brown, foi um marco na luta contra a infertilidade. Desde então milhares de bebés nasceram através da mesma técnica, que se refinou e evoluiu, que se espalhou pelo Mundo e ajudou a realizar muitos sonhos. Como estas, surgiram outras técnicas de procriação medicamente assistida, desenvolveram-se novos métodos, diferentes tecnologias, mas para muitos casais a vontade de ter um filho permanece adiada. Diz a medicina que a infertilidade existe quando, após um ano de tentativas sem recurso a métodos contraceptivos, a cegonha continua por chegar. E dizem as estatísticas que 15% a 20% da população em idade reprodutiva integra a lista dos que se vêem por várias razões impossibilitados de conceber. Homens e mulheres partilham uma taxa de infertilidade semelhante, com 80% dos casos de incapacidade para ter um filho a resultarem de problemas de ambos os elementos do casal. Hoje, diz quem sabe, é cada vez mais difícil ter um filho. Os hábitos sedentários, o consumo de álcool, o tabaco, a correria do dia-a-dia, a poluição, o sucessivo adiar da maternidade são factores que ajudam a explicar por que para alguns concretizar o desejo de procriar é quase impossível.
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MÉTODOS QUE AJUDAM A ENGRAVIDAR
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A medicina já tem à sua disposição formas de ultrapassar muitos dos problemas que impedem os casais de ter um filho. A eles chamam-lhe técnicas de procriação medicamente assistida.
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ESTIMULAÇÃO DOS OVÁRIOS
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Quando o problema tem a ver com a ovulação e não há problemas masculinos, o tratamento hormonal pode ser a solução. Com recurso a medicamentos, pretende-se estimular os ovários.
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INSEMINAÇÃO INTRA-UTERINA
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Quando um casal não consegue ter um filho e a mulher tem trompas saudáveis, este tratamento, que consiste em colocar espermatozóides no interior da cavidade uterina, usando para isso um cateter, pode ser a solução. É usado nos casos em que há problemas de ejaculação, alterações do esperma, entre outros.
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FECUNDAÇÃO IN VITRO
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Uma das técnicas mais conhecidas, aqui os ovócitos são recolhidos a partir dos ovários, fecundados com espermatozóides em laboratório e os embriões que daqui resultam são transferidos para o útero. É usado quando há casos de infertilidade inexplicados ou ainda se ocorre obstrução ou ausência de trompas.
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INJECÇÃO INTRACITOPLASMÁTICA DE ESPERMATOZÓIDES
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Desenvolvida por cientistas europeus, esta técnica, em que é microinjectado um único espermatozóide no ovócito, originando um embrião, obteve grande sucesso. É realizada nos casos em que o homem tem número reduzido de espermatozóides, quando todas as outras técnicas falharam, como por exemplo, em doentes com cancro, que congelaram esperma. (Correio da Manhã)

Telemóveis inofensivos

Telemóveis não provocam cancro no cérebro
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Estudo efectuado no Japão sugere que o uso do telemóvel não aumenta o risco de contrair tumores no cérebroA pesquisa foi a primeira a observar os efeitos dos níveis de radiação em diferentes partes do cérebro.
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A universidade médica para mulheres em Tóquio não encontrou quaisquer sinais que contribuíssem para aumento do risco dos três principais tipos de cancro do cérebro entre os utilizadores de telemóveis.
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O estudo comparou 322 pacientes com cancro do cérebro e 683 pessoas consideradas saudáveis, sendo que os investigadores classificaram os pacientes consoante o tempo que tinham vindo a utilizar o telemóvel, bem como o número de horas que o utilizam diariamente.
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Analisaram ainda os níveis de radiação emitidos pelos diversos tipos de telemóveis, colocando-os em um de entre quatro categorias, consoante o nível de radiação.
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"Recorrendo a novas técnicas descobrimos que não existe qualquer associação entre a utilização do telemóvel e o cancro do cérebro", afirmou Naohito Yamaguchi, investigador responsável pela pesquisa.
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Investigações conduzidas previamente haviam sugerido que estes resultados são contraditórios. No entanto, a maioria dos estudos efectuados sobre os efeitos do telemóvel não provaram que aumentava o risco de cancro."
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Até agora, nenhum estudo demonstrou quaisquer provas que o uso do telemóvel fosse prejudicial, mas não podemos estar completamente seguros relativamente aos seus efeitos a longo prazo", afirmou Lesley Walker, da Cancer Research UK. (Farmácia)

Células estaminais

Células estaminais oferecem esperança contra fracturas
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Cientistas britânicos acreditam que as células estaminais dos pacientes podem ser utilizadas para reparar fracturas nos ossos e cartilagens danificadas.
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Os investigadores têm vindo a desenvolver uma forma de proteger as células estaminais, encorajando-as a crescerem no osso ou na cartilagem do paciente assim que são implementadas no corpo.
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A Universidade de Edimburgo acredita que esta nova técnica, que utiliza células estaminais provenientes do sangue ou da medula óssea, possa vir a ser testada em pacientes dentro de dois anos.
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Diversos peritos da área da saúde vieram já demonstrar o seu entusiasmo com esta possibilidade, podendo ainda ter um impacto no tratamento de certas condições, como a osteoporose, e ainda ser utilizada por cirurgiões para reparar certos danos demasiado severos para serem curados.
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Brendon Noble, médico da Universidade de Edimburgo, afirma que a chave para o sucesso será encontrar a "receita" que permitirá o crescimento eficaz das células estaminais naqueles que são considerados como "ambientes difíceis".
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"Estamos a viver mais tempo e queremos manter-nos activos mais tarde na nossa vida, por isso certos problemas como a osteoporose irão ser cada vez mais frequentes", afirmou Brendon Noble, acrescentando ainda que cerca de metade das pessoas irão recorrer a cirurgias ortopédicas durante a sua vida. (Farmácia)

Consultas de cessação tabágica

Consultas de cessação tabágica aumentaram 25% em 2007
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Sem ajuda médica, apenas 7% dos fumadores estão abstinentes ao fim de um ano. O IPO de Coimbra realizou mais consultas de cessação tabágica em 2007 relativamente ao ano anterior.
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Lourdes Barradas, responsável pela consulta de cessação tabágica do IPO de Coimbra comenta que “em 2007, realizámos cerca de 437 consultas de cessação tabágica o que representa um aumento de 25% em relação ao ano anterior”. “As campanhas de sensibilização para os malefícios do tabagismo têm ajudado ao trabalho dos profissionais de saúde, que cada vez estão mais alertados para esta temática”, assegura Lourdes Barradas.
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Esta especialista lembra que “as consultas de cessação tabágica são a melhor forma de deixar de fumar, pois está provado que dos fumadores que deixam de fumar sem ajuda médica, apenas 7% estão abstinentes ao fim de um ano.
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Sendo o acompanhamento médico fundamental para o sucesso das tentativas de abstinência tabágica”.Sobre a epidemia do Tabagismo:O tabagismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo.
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Um terço da população mundial adulta é fumadora. Todos os anos ocorrem cerca de 5 milhões de mortes devido a doenças provocadas pelo tabaco prevendo-se que esse numero venha a aumentar para 10 milhões em 2030 se esta epidemia não for travada. (Farmácia)

Saúde: Recusa dos tratamentos biológicos


Doentes incitados a apresentar queixa

As cinco doenças crónicas são altamente incapacitantes. As associações de doentes com artrite reumatóide, espondilite anquilosante, artrite idiopática infantil e psoríase estão a incentivar os doentes que vejam recusado nas farmácias hospitalares o Enbrel, medicamento biológico para o tratamento destas doenças crónicas que custa 695 euros por embalagem, a fazerem uso dos livros de reclamações.
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“Sempre que se dirigirem a uma farmácia hospitalar e virem recusados os tratamentos peçam o livro de reclamações e denunciem o caso às associações para que a tutela possa actuar”, sublinhou ontem a presidente da Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide, Arsisete Saraiva.
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Há pelo menos oito hospitais que não cumprem o despacho do secretário de Estado da Saúde, de Novembro, que dita a dispensa gratuita dos medicamentos nas farmácias hospitalares, quer as receitas sejam passadas por médicos do sector público ou do privado, desde que prescritas em consultas especializadas. O Hospital de São João (Porto), o Amadora-Sintra, os Hospitais da Universidade de Coimbra, o São Teotónio (Viseu), e os hospitais de Bragança, Portimão e Figueira da Foz estão, segundo as associações de doentes, nessa lista.
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Há doentes que fazem dezenas de quilómetros para terem acesso aos tratamentos. Em Viseu, uma jovem de 24 anos com artrite reumatóide viu duas vezes recusado o acesso aos fármacos. Segundo Arsisete Simões, a farmacêutica disse-lhe: “Vai-te embora e não venhas cá mais porque eu não te vou dar esse medicamento.” Viu-se obrigada a fazer 62 quilómetros até Lamego, o único hospital na região que facultou o tratamento.
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No Hospital Amadora-Sintra, o problema repete-se: “Dizem que o doente e o médico não pertencem ao hospital e que, por isso, não sabem quem paga”, diz a dirigente, lembrando que o próprio despacho garante que o pagamento é feito pela Administração Regional de Saúde.
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No Hospital da Figueira da Foz, a mesma médica prescreveu o tratamento a vários doentes. “Foi recusada a medicação a todos, excepto a uma doente que era funcionária do hospital”, disse João Cunha, presidente da Associação Portuguesa da Psoríase. (Correio da Manhã)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Insuficiência Renal Crónica (IRC)

Anos à espera para poder crescer
DIANA MENDES
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15 crianças esperam por um rim em Portugal
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Duarte e Dinis são iguais. O seu nome começa pela mesma letra, nasceram exactamente no mesmo dia e nada os distingue diante do espelho. Entre os dois, há apenas uma diferença de seis centímetros. Com três anos, Duarte é insuficiente renal crónico, uma doença que o faz depender de uma máquina mais de dez horas por dia e que é a única culpada pelo atraso de crescimento em relação ao irmão gémeo. Como ele, havia 234 crianças com a doença em 2006, metade das quais dependia de diálise ou de um transplante. Nesta altura, havia crianças à espera de um rim há cinco ou seis anos, apurou o DN.
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A insuficiência renal crónica (IRC) aumenta com a idade e afecta 14 mil portugueses actualmente, nove mil dos quais estão a fazer diálise e quatro a cinco mil estão transplantados, disse ao DN Carlos Silva, o presidente da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais. A perda total da função dos rins, que obriga a fazer terapêutica de substituição, é a situação mais grave, visto que um em cada dez portugueses sofrem de doença renal.
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Se a doença tende a aumentar com a idade, associada a outras como a diabetes ou hipertensão arterial e a diversos problemas como as infecções dos rins, existe uma minoria preocupante e que merece cuidados especiais: as crianças.
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De acordo com dados da Lusotransplante, há 15 crianças em lista para serem transplantadas esperando 17 meses em média, contra os 54 dos adultos. Em Novembro de 2007, a lista contemplava mais três crianças, de acordo com Helena Jardim, presidente da secção de nefrologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria. Em 2006, os hospitais fizeram nove transplantes a crianças.A espera continua a ser grande, apesar de, até aos 18 anos, os doentes serem receptores prioritários. "Muitas vezes não surge dador compatível devido à situação clínica do dador", diz Helena Jardim. "Sempre que possível, deve ser dador pediátrico, o que só por si é mais difícil. Se for um dador jovem, até aos 30 anos, por exemplo, faz sentido. Acima disso, não é aconselhável", acrescenta Hélder Trindade, presidente da Lusotransplante.
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Dados recolhidos pela pediatra apontam, por exemplo, esperas desde 2000 ou 2001, mas há casos de apenas seis meses. Às vezes, é uma questão de sorte. A idade média destes doentes é de 11,7 anos, mas há meninos de quatro ou cinco anos. E até de três, o caso do Duarte, que ainda não reúne condições.
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Se 234 crianças têm insuficiência renal crónica, metade ainda não reúne as condições para diálise ou transplante. Optam antes por um tratamento conservador à base de medicamentos - que controlam os níveis de potássio, cálcio, proteínas - , mas também pelos suplementos nutricionais, nem sempre comparticipados.
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Em todo o caso, a diálise deve ser evitada ou feita o mínimo de tempo possível. "É uma grande agressão e altera a estabilidade das crianças. Há risco de infecção e alteração da estabilidade hemodinâmica. Não crescem e chegam a ser alimentadas com sondas", lembra Helena Jardim.
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A IRC significa que os rins não estão a funcionar. Um problema que dificulta a extracção de substâncias tóxicas do corpo, o controlo da água, cálcio e sais minerais, a produção de glóbulos vermelhos e de hormonas que intervêm na pressão arterial.
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No caso das crianças, há várias causas que levam à IRC, "como as malformações congénitas. Muitas são detectadas na gravidez e podem ter tratamento, como o refluxo urinário. Há ainda causas neurológicas, como a espinha bífida, ou causas imunológicas", explica António Pina, cirurgião da equipa de transplantação do Hospital de Santa Cruz, em Lisboa. (Diário de Notícias)

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Clube "Rei Coração"

Cardiologia: Fundação Portuguesa de Cardiologia reaviva Clube "Rei Coração" face a incidência de acidentes coronários
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Os acidentes coronários continuam a provocar por ano, em Portugal, perto de 4.500 mortes imediatas, razão que levou a Fundação Portuguesa de Cardiologia a reavivar o Clube "Rei Coração" tornando-o um grupo de intervenção comunitária.
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O clube foi criado em 1997, mas perante a estabilização do número de doentes coronários, em vez da sua diminuição, a Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) decidiu relançar hoje o projecto, na véspera do Dia Nacional do Doente Coronário, transformando o clube num grupo de intervenção comunitário, com a prevenção como objectivo fundamental.
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"Vai ser lançado um jornal do coração que vai ser inserido em vários órgãos de informação de âmbito nacional e vai ter uma distribuição pelos hospitais e centros de saúde (...), vamos ter iniciativas de âmbito de formação, vamos alertar as pessoas para o problema da tensão arterial, do colesterol elevado, para o problema do tabagismo e para o problema da obesidade. E vamos, claro, continuar com os rastreios", explicou à Lusa o coordenador-geral do Clube "Rei Coração", Carlos Catarino.
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Durante a apresentação do projecto relembrou-se a forma como as doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte, doença e custos em saúde na população portuguesa.
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"Ocorrem - é um número estimativo - cerca de 29 mil acidentes coronários em Portugal por ano, dentro dos quais 9.000 são totais (fatais). Metade dos que morrem, morrem imediatamente ou na primeira hora", revelou o presidente da FPC, Manuel Carrageta.
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De acordo com o presidente da FPC, os 4.500 casos de mortes imediatas são explicados com as pessoas que têm um enfarte do miocárdio em casa ou na rua e cujo cérebro fica sem irrigação mais de seis minutos.
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É por este motivo que, para Manuel Carrageta, faz todo o sentido apostar na prevenção das doenças coronárias.
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"Faz todo o sentido, não apenas a prevenção em termos de vacinas, mas também do enfarte do miocárdio que pode ser fatal logo inicialmente. Depende do estilo de vida, temos de ter um estilo de vida muito saudável, em termos de alimentação, uma dieta mediterrânica, dieta rica em vegetais, fruta, azeite, peixe, vinho com moderação à refeição, pouca gordura animal, actividade física regular, sendo suficiente a marcha, cerca de meia hora por dia e não fumar", defendeu o presidente da FPC.
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Presente na cerimónia, o subdirector-geral de saúde José Robalo admitiu que as doenças coronárias ficam caras ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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"É evidente que estas doenças têm um peso muito grande, quer os AVC [Acidente Vascular Cerebral] quer as doenças coronárias, têm um peso muito significativo porque são as causas principais de morte em Portugal e, sendo as causas principais de morte, representam quer em termos de internamentos, quer em termos de medicação um peso muito significativo", adiantou José Robalo.
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De acordo com o subdirector-geral da Saúde, a medicação sozinha não consegue controlar este tipo de doenças, razão pela qual a DGS tem como "objectivo principal" para este ano "desenvolver e promover de uma forma muito significativa a luta quer contra a obesidade quer contra os fumadores passivos".
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No que diz respeito ao fumo, a principal medida tem que ver com a entrada em vigor da Lei do Tabaco, enquanto que no caso da obesidade, o plano passa por uma plataforma na DGS com atenções viradas quer para a prevenção primária quer para os casos de obesidade mórbida.
(RTP)

Medula óssea


Centro de Histocompatibilidade do Centro quer contribuir em 2008 com dez mil potenciais dadores
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O Centro de Histocompatibilidade do Centro, que celebra 25 anos na quinta-feira, quer contribuir este ano com dez mil colheitas para o registo do Centro Nacional de Dadores de Medula Óssea (CEDACE), revelou hoje uma responsável.
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"O grande objectivo este ano é dar um maior contributo para o CEDACE. Vamos tentar ultrapassar as dez mil colheitas de potenciais dadores de células de medula óssea", disse hoje à agência Lusa a directora do Centro de Histocompatibilidade do Centro (CHC), Maria Luísa Pais.
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Segundo a directora do CHC, trata-se de "um objectivo ambicioso"."Vamos fazer um grande esforço, em articulação com outras entidades, para contribuirmos, de uma forma mais efectiva, para aumentar o registo de potenciais dadores do CEDACE", adiantou.
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Segundo Maria Luísa Pais, brigadas de colheita e sessões de esclarecimento são algumas das iniciativas previstas para atingir este objectivo, que mais que duplicaria os mais de 4500 dadores inscritos por este centro regional em 2007.
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Conselho Empresarial do Centro e Associação Portuguesa contra a Leucemia são algumas das várias entidades que se articularão nesta tarefa, estando também prevista a abordagem de associações de dadores de sangue e de empresas, entre outras, para colaborarem.
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O CHC comemora 25 anos na quinta-feira com um programa em que junta actuais e antigos colaboradores do organismo e em que são também esperados os directores dos Centros de Histocompatibilidade do Sul e do Norte - disse ainda Maria Luísa Pais.
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Na ocasião, vai ser homenageada a primeira directora do Centro de Histocompatibilidade do Centro, Henriqueta Breda.
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"Queremos juntar todos os colaboradores que, ao longo destes 25 anos, contribuíram para o desenvolvimento do Centro e para o que ele é hoje", adiantou a mesma responsável.
Os três centros de histocompatibilidade, situados em Lisboa, Porto e Coimbra, foram criados por Decreto-Lei datado de 21 de Fevereiro de 1983.
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Neles são estudados os candidatos a transplante de tecidos, órgãos ou células, e os dadores, e é feita a monitorização das terapêuticas e dos pacientes transplantados.
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Entre as suas competências figuram, entre outras, a realização de tipagens tecidulares a candidatos a transplantação e aos dadores e o estudo imunológico de doentes candidatos ou já transplantados - segundo é referido no sítio do Centro de Histocompatibilidade do Sul.
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A transplantação de medula óssea "é uma prática terapêutica reconhecida, que permite muitas vezes a cura de doenças graves e que podem ser frequentemente mortais", é ainda referido no mesmo sítio na Internet.
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"É muito difícil encontrar duas pessoas com características genéticas compatíveis para realizar o transplante de medula óssea", salientou a directora do CHC.
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A doação, num primeiro momento, pressupõe uma recolha de sangue de uma veia do braço.
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Para a inscrição como dador de medula é necessário ter entre 18 e 45 anos e um bom estado geral de saúde.( Lusa - RTP)

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Alcochete - atenção à qualidade da água da rede pública

Água sai das torneiras em tom acastanhado
Água barrenta desaconselha banhos e preparação de refeições


A qualidade da água da rede pública em Alcochete está a deixar preocupados muitos munícipes, depois de, nos últimos dias, se repetirem as situações em que a água que sai das torneiras com um tom acastanhado. O descontentamento dos moradores aumenta porque esta anomalia acontece quase sempre à hora do jantar, privando-os de cozinhar, efectuar a higiene pessoal e lavar roupa.
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"A situação é muito incómoda", desabafa Olga Quadrado ao JN, revelando que da última vez que a água apresentou aquele tom foi obrigada a "cozinhar com água de garrafão" e a "limpar as crianças com toalhitas". Quanto à roupa que tinha na máquina, referiu, "ficou completamente preta, encardida".
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Outro morador, Emanuel Fernandes, lamenta que a Câmara de Alcochete não tenha lançado "nenhum comunicado sobre o que está a acontecer". É que mesmo que a água tenha qualidade para cozinhar, "o seu aspecto impede as pessoas de o fazer", sustenta.
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Confrontado com as queixas, António Luís Rodrigues, vereador da câmara de Alcochete, disse ao JN que espera ver a situação será resolvida em breve. Adiantou que a autarquia vai proceder à contratação de uma empresa para proceder à limpeza de todas as redes de abastecimento em alta e em baixa das freguesias de Alcochete e S. Francisco. Os trabalhos, orçados em cerca de 80 mil euros, vão ter início em Março e têm um prazo de execução de um mês.
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Segundo o autarca, o tom acastanhado da água deve-se "à existência de manganês - um composto químico existente na composição da água - em valores abaixo dos limites máximos". Aquela substância, em contacto com o ferro, provoca uma reacção química que cria uma película, chamada bio-filtro, que se agarra às paredes da tubagem.
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O autarca garante, porém, que a água da rede pública tem qualidade, apesar do aspecto não ser o mais agradável em algumas ocasiões.A limpeza da rede vai incidir sobre cerca de sete quilómetros de condutas entre 450 e 250 milímetros de diâmetro e 20 quilómetros de condutas com diâmetros até 110. (Jornal de Notícias)

SAÚDE - Manifestantes exigem escola pública

Saúde: Utentes e autarquias de Almada, Seixal e Sesimbra querem escola pública
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Almada, Setúbal, 14 Fev (Lusa) - As Comissões de Utentes e as autarquias de Almada, Seixal e Sesimbra propuseram hoje a construção de uma escola de formação para profissionais de Saúde na Península de Setúbal para combater as más condições deste sector.
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A ideia surgiu no âmbito da manifestação organizada hoje pelas Comissões de Utentes de Saúde de Almada, Seixal e Sesimbra no Parque Urbano de Almada para reivindicar mais e melhores condições de saúde nestes três concelhos.
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O representante da Comissão de Utentes do Seixal, João Madeira, propôs a medida, apoiada pelos presidentes de Câmara de Almada e Seixal, que pretende colmatar a falta de profissionais de Saúde da região e do país.
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Para Maria Emília Neto de Sousa, autarca de Almada, "a região já mostrou ter gente com inteligência e seria muito importante para descongestionar Lisboa, maior pólo universitário do país", trazendo valências "fundamentais" para a zona.
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Uma posição subscrita pelo presidente da autarquia seixalense, Alfredo Monteiro, que acrescentou ainda que a solução já está contemplada no PEDEPS (Plano Estratégico de Desenvolvimento da Península de Setúbal) e que "traria novas respostas às necessidades da região".
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De acordo com o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Alfredo Monteiro, as medidas de reestruturação da área da Saúde a nível nacional terão provocado na região "uma das piores situações do país, senão a pior".
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Em causa estão o encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) de Corroios e do Seixal, a redução do horário de funcionamento do SAP de Almada e o adiamento da construção do Hospital do Seixal, que este ano não está contemplado no PIDDAC.
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Cerca de 300 pessoas acompanharam o protesto, que ficou marcado pelas posições das autarquias representadas, mas também das Comissões de Utentes de Saúde dos três concelhos, todas elas presentes.
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A concentração visou a defesa dos direitos e necessidades das populações dos três concelhos, nomeadamente exigindo a reabertura dos SAP encerrados, a construção de novos Centros de Saúde e do Hospital do Seixal e ainda a implementação de outras valências na organização.
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De acordo com um estudo realizado pela Escola de Gestão do Porto, a nova unidade hospitalar do distrito deverá ser de dimensão reduzida e apresentar valências tais como um hospital de dia, serviços ambulatórios, de reabilitação e uma unidade materno-infantil, justificada pelo constante crescimento demográfico e consequente aumento da população jovem nos concelhos envolvidos.
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No entanto, os responsáveis camarários e comissões pretendem que o hospital funcione também em regime nocturno e de urgências, bem como com possibilidade de internamento, propostas que não estão contempladas no projecto.
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Para os envolvidos, Corroios, Cova da Piedade, Feijó ou Quinta do Conde são as freguesias que necessitam "prementemente" de novas instalações de saúde, "propostas que já foram prometidas e com as quais membros do Governo já assumiram compromissos que não foram cumpridos", acusou Alfredo Monteiro.
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Da manifestação saiu a elaboração de uma moção de reivindicação dos pontos referidos anteriormente e que será entregue ao Ministério da Saúde, Presidente da República e Assembleia da República, uma medida que visa sensibilizar a nova ministra, Ana Jorge, para as condições de saúde na região.(Lusa-Rtp)

Vacina contra a tuberculose

Sanofi-Aventis aposta no desenvolvimento de vacina contra a tuberculose
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O grupo farmacêutico francês Sanofi-Aventis vai trabalhar em colaboração com o laboratório dinamarquês Statens Serum Institut (SSI) para desenvolver uma vacina contra a tuberculose que deverá conter um adjuvante produzido pela Intercell, revelaram as empresas esta quinta-feira. O investimento é justificado pela falta de medicamentos que permitam eliminar a doença.
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"Os recursos médicos existentes são inadequados para combater a tuberculose", afirmou Wayne Pisano, director da divisão de vacinas da Sanofi, citado pela Reuters.Segundo avançou o mesmo responsável, o objectivo é desenvolver uma vacina que cause um impacto global ao nível da saúde, prevenindo uma doença que afecta uma pessoa a cada segundo em todo o mundo.
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A Intercell, empresa austríaca de biotecnologia, afirmou em comunicado que a vacina, composta por anticorpos descobertos pelo SSI e pelo adjuvante IC31 da Intercell, estava a ser avaliada em ensaios clínicos.
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A única vacina actualmente disponível contra a tuberculose tem mais de 80 anos de existência e é principalmente eficaz na imunização de crianças. A doença mata 1,5 milhões de pessoas por ano.Marta BilroFonte: Reuters,

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Teste do cancro do ovário eficaz a 99 por cento

Investigadores da Universidade de Yale desenvolveram um teste sanguíneo que se revelou capaz de detectar precocemente o cancro do ovário com uma precisão de 99 por cento. "A capacidade de reconhecer quase 100 por cento dos novos tumores vai ter um impacto profundo nas elevadas taxas de mortalidade devidas a este cancro", diz Gil Mor, líder dos ensaios clínicos que foram agora divulgados na revista Clinical Cancer Research, citado por um comunicado daquela universidade norte-americana.
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O cancro epitelial do ovário, a forma mais comum deste cancro, é a segunda causa de morte por cancro do foro ginecológico nas mulheres (a seguir ao cancro da mama) na Europa e a primeira nos EUA, sendo três vezes mais mortal do que o cancro da mama. Costuma ser diagnosticado já em estádios avançados.
Nos ensaios clínicos agora concluídos (ditos da Fase II), participaram 500 mulheres: 350 de boa saúde e 150 com cancro de ovário. Utilizando pequenas quantidades de soro do sangue, o teste consistiu em identificar seis proteínas específicas e determinar a sua concentração.
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Duas outras entidades, entre as quais o National Cancer Institute dos Estados Unidos, avaliatram de forma independente os resultados destes ensaios. Em 2005, os mesmos cientistas já tinham obtido eficácias de 95 por cento utilizando apenas quatro proteínas marcadoras - e agora conseguiram fazer ainda melhor.
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"Os testes comerciais anteriores apenas reconheciam 15 a 20 por cento dos tumores novos", diz ainda Mor. Mas detectavam apenas proteínas do tumor, ao passo que o novo teste também "detecta proteínas produzidas pelo organismo em resposta ao tumor". Os cientistas já iniciaram ensaios de Fase III (em grande escala), em colaboração com várias entidades, junto de 2000 mulheres. Entretanto, o novo teste já se encontra disponível, frisa o comunicado, através do programa Discovery to Cure da Universidade de Yale. (Público)