domingo, 30 de março de 2008

Mulheres mais velhas têm mais dificuldade em preservar o músculo que os homens



Estudo afirma que a diferença aparenta estar na forma com o corpo reage a uma determinada proteína.

Manter o corpo em boa forma é mais difícil para as mulheres mais velhas do que os homens devido à dificuldade que revelam em substituir músculo que se perdeu naturalmente à medida que envelhecem.

Um estudo efectuado em 29 homens e mulheres saudáveis com idades compreendidas entre os 65 e os 80 anos sugere que as mulheres têm uma capacidade inferior de utilizar uma proteína indicada para a construção da massa muscular. A diferença prende-se na forma como ambos os sexos reagem à comida, podendo este facto ser explicado através das mudanças hormonais devido à menopausa. No entanto, esta diferença não se encontra presente em mulheres e homens mais novos.
"Ninguém havia descoberto quaisquer diferenças mecânicas entre mulheres e homens no que diz respeito à perda de massa muscular. Isto representa uma descoberta significante para a manutenção de uma melhor saúde em idades mais avançadas", afirmou Michael Rennie, professor de Fisiologia Clínica na Universidade de Nottingham.

-Estas descobertas revelam o quão importante se torna para as mulheres mais velhas de consumirem diversos alimentos ricos em proteína, tais como ovos, peixe e galinha, bem como efectuar diversos exercícios de resistência, como o levantamento de pesos.

"Em vez de comerem mais, as pessoas mais velhas devem concentrar-se em comer uma proporção superior de proteína nas suas dietas diariamente. Juntamente com a prática de exercício, deve ser suficiente para reduzir a perda de músculo com o passar do tempo", afirmou Rennie.

Os investigadores notaram que a manutenção da massa muscular é essencial para reduzir o risco de quedas, uma das maiores causas de morte em adultos de idade avançada. Após os 50 anos, as pessoas chegam a perder até 0.4% de massa muscular anualmente.

As mulheres encontram-se em maior risco pois têm menos massa muscular e mais gordura do que os homens durante a meia-idade, o que significa que se encontram na fase de "perigo" de ficarem mais frágeis a partir dos 50 anos. (Farmácia)

Controlo do stress

Saúde: Controlo do stress reduz em 60 por cento risco de ataque cardíaco e morte - estudo
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As pessoas que reduzem o nível de stress ou o mantêm sob controlo têm menos 60 por cento de risco de sofrer um ataque cardíaco ou morrer do que aquelas em que a ansiedade é elevada ou crescente, indica um estudo hoje publicado.
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Das 516 pessoas que sofrem de doenças cardíacas que participaram nesta investigação, 44 por cento tiveram um ataque cardíaco não fatal e 19 por cento morreram durante os 3,4 anos, em média, em que decorreu a pesquisa, disse o médico Yinong Young-Xu, da Lown Cardiovascular Research Foundation, de Massachusetts.
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O médico é o principal autor dos trabalhos apresentados na 57ª conferência anual do Colégio de Cardiologia Americano, que decorre em Chicago, nos Estados Unidos, de 29 de Março a 01 de Abril.
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"Os estudos já ligaram o stress psicológico, que resulta numa depressão ou ansiedade, à progressão da arteriosclerose, desenvolvimento de trombose nas artérias e um risco maior de arritmia cardíaca", disse o médico Yinong Young-Xu.
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No entanto, "são poucos os investigadores que se concentram em perceber se é possível melhorar o estado cardiovascular de uma pessoa em função do seu estado mental e reduzir os sintomas de depressão e de ansiedade através de anti-depressivos ou psicoterapias", acrescentou o médico.
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Yinong Young-Xu espera com este estudo reforçar junto dos cardiologistas a necessidade de estar mais atenção aos problemas psicológicos dos seus pacientes, tanto quanto à doença cardiovascular.(RTP)

Sabe se é propenso a AVC´s?

Rastreio gratuito em Faro

Sabe se é propenso a AVC’s?

Há pessoas mais propensas ao aparecimento de acidentes vasculares cerebrais. Se quer saber se é uma delas, vá ao Mercado Municipal de Faro.
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Hoje e amanhã, um grupo de profissionais do Hospital de Faro vai realizar um rastreio gratuito a factores de risco para acidente vascular cerebral, no Mercado Municipal de Faro.
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A iniciativa insere-se no âmbito do dia nacional do AVC e é organizada com a colaboração da Sociedade Portuguesa de AVC.
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Os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) são a principal causa de morte em Portugal e na Europa.
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Estudos apontam para a ocorrência de 81 AVC por dia em Portugal nos próximos dez anos, onde dois portugueses morrem por hora de acidente vascular cerebral.
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Existem dois tipos de AVC: o primeiro e mais comum é o AVC isquémico, devido à falta de irrigação sanguínea num determinado território cerebral, causando morte de tecido cerebral.
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Outro tipo, menos comum, mas não menos grave é o AVC hemorrágico, que ocorre pela ruptura de um vaso sanguíneo intracraniano, levando à formação de um coágulo que afecta determinada função cerebral. (Observatório do Algarve)

Ministra da Saúde contra o parto por cesariana

Parto por cesariana está a gerar polémica no sector da saúde
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A ministra Ana Jorge está preocupada com a disparidade entre os números de cesarianas nos hospitais públicos e nos privados
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A ministra da Saúde não aceita que sejam as grávidas a decidir a forma como dão à luz, numa altura em que se discute a liberdade de escolha entre o parto natural e a cesariana.
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A Associação Portuguesa de Bioética defende que as mulheres devem poder escolher entre uma cesariana e um parto normal, no serviço nacional de saúde, tal como acontece no privado.
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A ministra da Saúde, Ana Jorge, está preocupada com a disparidade entre os números de cesarianas nos hospitais públicos e nos privados. A Associação Portuguesa de Bioética concorda e quer que as mulheres tenham liberdade de escolha no sector público tal como já acontece no privado, mas para quem pode pagar.
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Equidade e justiça social são as bases de um parecer onde se põe em causa se a cesariana é mais cara que o parto normal.
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O parecer foi enviado ao Ministério da Saúde mas, ao que tudo indica, não vai sair do papel. Ministra da saúde e Bastonário da Ordem dos Médicos não querem medicina a pedido.
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A ministra promete agir se as auditorias mostrarem práticas abusivas na privada. A Ordem dos Médicos promete sanções para quem actuar de modo diferente nos dois sistemas. (RTP)

terça-feira, 25 de março de 2008

Tratamento da tuberculose


Doentes tratados à força
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Os profissionais dos centros de saúde e do apoio domiciliário devem ir à procura dos doentes com tuberculose multirresistente que faltem à toma directa dos medicamentos, anunciou ontem a ministra da Saúde, Ana Jorge.
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A ministra, que falava no final da sessão que assinalou o Dia Mundial da Tuberculose (interdita aos jornalistas), sublinhou que esta é uma das medidas que visam diminuir a taxa de incidência da doença no País, um objectivo que pretende uma aproximação à média europeia, ou seja, baixar dos actuais 25,7 casos por cem mil habitantes para os 18 casos por cem mil nos próximos três anos.
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"O internamento compulsivo dos doentes não é possível, uma vez que a legislação portuguesa não o permite. Porém, quando um doente não comparece na toma directa da terapêutica, os profissionais de saúde e as equipas do apoio domiciliário devem ir à procura dele para que seja tratado e para rastrear os conviventes", declarou Ana Jorge.
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A governante salientou ainda a importância do acompanhamento de proximidade, no qual os profissionais de Saúde podem registar a presença dos doentes e asseguram o tratamento, bem como do Centro de Referência Nacional, que realiza estudos de prevalência, acompanha casos, constitui equipas regionais e garante o acompanhamento dos doentes.
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MENOS CASOS
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A ministra da Saúde sublinhou que a luta contra a tuberculose não pode abrandar, pois apesar da redução da taxa de incidência da doença em 14 por cento, de 2006 para 2007, "a forma multirresistente ainda tem uma expressão muito elevada, especialmente na Área Metropolitana de Lisboa".
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A responsável salientou que a estratégia da Organização Mundial de Saúde quanto à toma directa tem permitido alguns resultados nos grupos de risco, mas reconhece que "é difícil" actuar junto dos toxicodependentes. "Por isso é preciso a intervenção dos serviços locais, centros de saúde, porque é necessário que a toma directa seja cumprida.
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"A incidência da tuberculose junto da população imigrante também é significativa, pelo que na luta contra a doença "não se pode descurar as comunidades mais vulneráveis".
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Por outro lado, o combate da co-infecção tuberculose VIH/sida, que representa actualmente 13,6 por cento do total dos casos – é o maior valor na Europa – também foi sublinhado pelos especialistas presentes na sessão evocativa do Dia Mundial da Tuberculose. Oitenta por cento destes casos está concentrado nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.A distribuição geográfica é assimétrica, registando-se uma maior incidência nos distritos de Viana do Castelo, Porto, Vila Real, Lisboa, Setúbal e Faro.
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A idade média dos doentes situa-se entre os 35 e os 44 anos. A descida da incidência é mais acentuada entre adultos jovens, o que traduz um controlo mais efectivo da infecção.
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DENGUE PODE SURGIR NO PAÍS
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O director-geral da Saúde, Francisco George, afirmou que não há casos de dengue em Portugal, mas a situação é vista com preocupação, uma vez que a doença pode vir a ser manifestada pelos turistas portugueses ou imigrantes brasileiros, dado que tem um período de incubação de duas semanas. Transmite-se por picada de mosquitos infectados com o vírus e não é contagiosa.
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Os sintomas da doença surgem entre três a 14 dias e são febre, dores na cabeça, nos músculos ou nas articulações, vómitos, manchas vermelhas na pele e mais raramente hemorragias.
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A Direcção-Geral da Saúde aconselha os viajantes provenientes das áreas afectadas (sobretudo Rio de Janeiro) que apresentem alguns sintomas nas duas semanas seguintes à data de regresso a contactarem a linha Saúde Pública 808 242 424.
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APONTAMENTOS
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HOMENS INFECTADOS Na relação entre géneros os homens registam o dobro dos diagnósticos, quer entre cidadãos nacionais quer imigrantes.
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MULTIRESISTÊNCIA A tuberculose multirresistente é a maior ameaça da doença e acontece quando o bacilo é resistente a pelo menos dois dos medicamentos mais importantes para o tratamento. A forma extensivamente resistente é designada por XDR.
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INTERRUPÇÃO A resistência à doença desenvolve-se no organismo quando o doente interrompe o tratamento, que normalmente dura cerca de um ano.
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OBJECTIVOS Os objectivos prioritários do Plano Nacional da Tuberculose são a detecção de pelo menos 70% dos casos e a cura de 80% ou mais após um ano.
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NÚMEROS 2916 doentes foram diagnosticados em Portugal em 2007. Destes, 2595 (89%) são cidadãos nacionais e 321 imigrantes.9 milhões de novos casos surgem todos os anos no Mundo, em especial no Sudeste Asiático e na África Subsariana.70 mil doentes desenvolvem multirresistência todos os anos na Europa, sendo por isso potencialmente incuráveis.1,5 milhões de doentes morrem todos os anos na Europa devido à tuberculose, o que dá uma média de sete mortes por hora.87 806 casos de tuberculose notificados na UE (a 27 países) em 2006, o que corresponde a uma taxa de 17,8%.74 % dos doentes tem os pulmões atingidos e de entre estes 7% tem lesões noutros órgãos.96 crianças (com menos de 15 anos) foram diagnosticadas com a doença em Portugal em 2007. 39 têm menos de cinco anos. (Correio da Manhã)

sábado, 22 de março de 2008

Daltonismo

Daltónicos: 97 por cento são homens
Augusto Magalhães
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Daltonismo é a designação comum do termo médico discromatopsia e corresponde a uma incapacidade de distinguir as cores. Esta designação popular representa uma homenagem ao químico do Séc. XVII Jonh Dalton, ele próprio portador da doença.
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Quando a luz, sob a forma de onda electromagnética, chega ao olho é primeiramente trabalhada pelo sistema óptico de forma a ser focada na retina. Esta estrutura contém múltiplos tipos celulares altamente diferenciados capazes de se deixar impressionar pela luz – cones e bastonetes. Daqui resulta um impulso eléctrico devidamente codificado relativamente à forma e à cor dos objectos, que é levado até ao córtex visual através do nervo óptico, também ele formado pelos axónios de outra população celular da retina – as células ganglionares.
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Os cones são responsáveis essencialmente pela visão diurna. São eles os responsáveis pela capacidade de distinguir as cores. Existem três cores primárias – azul, verde e vermelho – que somadas resultam numa tonalidade branca. Todas as restantes cores ou tonalidades são o somatório destas três. Para cada uma destas cores primárias existe um subtipo específico de cone que é responsável pela percepção dessa cor. Assim se compreende que um defeito num tipo celular referente a uma dessas cores resulte não só num defeito específico dessa cor mas tenha também consequências na percepção de outras cores compostas.
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Formas da doença
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A gravidade da doença é muito variável. Nas formas mais graves, não há percepção das cores – visão a preto e branco. Nesta situação, os cones estão praticamente ausentes, pelo que a acuidade visual é muito baixa e geralmente associa-se a nistagmo. Felizmente, esta forma é rara e o que predominam são as formas leves em que os defeitos são parciais e as dificuldades consistem sobretudo em reconhecer cores compostas.
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De acordo com a cor predominantemente afectada, podemos dividir o defeito cromático em três tipos: protanotopia, deuteranopia e tritanopia, conforme o defeito é respectivamente nos cones vermelhos, verdes ou azuis. Na maioria dos casos, o defeito não é absoluto. Neste caso, o doente consegue distinguir essa cor afectada embora a veja menos saturada.
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O daltonismo é uma doença genética. A sua transmissão é do tipo X recessiva. Resulta daqui que os indivíduos do sexo masculino que herdem da mãe um cromossoma X afectado serão sempre doentes uma vez que só têm um cromossoma X; pelo contrário um indivíduo do sexo feminino para ser doente terá que herdar um cromossoma X afectado de cada um dos progenitores, uma vez que se apenas receber um cromossoma afectado será portador mas não doente. Este tipo de transmissão explica a baixa prevalência da doença nas mulheres (menos de 0,5 por cento) relativamente aos homens (8 por cento) e também porque é que 97 por cento dos daltónicos são do sexo masculino.
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O diagnóstico muitas vezes é difícil. Quando o defeito é leve muitos doentes não chegam a ser identificados. Nas formas graves, que incluem a presença de nistagmo, pelo contrário as manifestações de má visão são muito precoces, mas o diagnóstico definitivo implica o recurso a tecnologia sofisticada.
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Exames subjectivos para detecção da doença
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Para doentes em idade para colaborar em exames subjectivos podem usar-se vários testes específicos para detectar os defeitos da visão cromática. Os mais populares são o Teste de Ishihara e o Farnsworth 100. O teste de Ishihara também conhecido tábuas pseudo-isocromáticas consiste numa sequência de cartões com ruído de fundo constituído por múltiplas tonalidades cromáticas dentro das quais se apresenta um número que é reconhecido por um indivíduo normal mas não por um daltónico. Outros testes utilizados no diagnóstico de daltonismo incluem o anomaloscópio de Nagel e o teste das lãs de Holmgreen.
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Não existe tratamento para o daltonismo. Felizmente, na maioria dos casos, a doença interfere muito pouco com a vida dos doentes. Na verdade, há quem afirme que na maioria dos casos se trata apenas de uma forma diferente de ver as cores. Com a popularização da Internet esta afirmação é pontualmente contrariada pela existência de alguns sites com características cromáticas que criam dificuldades aos daltónicos.
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Quanto às formas grave mantemos a esperança que no futuro as novas terapêuticas de manipulação genética possam alterar o seu prognóstico. (Médicos de Portugal)

quarta-feira, 19 de março de 2008

Estudo: Dieta vegetariana contra a artrite

Estudo: Dieta vegetariana contra a artrite
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Estudo sugere que os pacientes com artrite reumatóide podem reduzir o risco de sofrerem ataques cardíacos através de uma dieta rica em vegetais.
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Ataques cardíacos e enfartes encontram-se entre as causas mais frequentes de morte para os doentes com artrite reumatóide, devido à inflamação que a doença provoca nas artérias.
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No entanto, um estudo efectuado revelou que aqueles que seguíam uma dieta rica em vegetais apresentavam valores mais reduzidos de "mau" colesterol.
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A pesquisa foi efectuada por investigadores do Instituto Karolinskta, em Estocolmo, Suécia. Foram colocados 38 voluntários a fazer uma dieta na qual a proteína representava 10% da dose diária de energia, 60% de hidratos de carbono e 30% de gorduras. A dieta incluía nozes, sementes de girassol, fruta, vegetais e milho. Leite de sésamo era ainda utilizado como fonte de cálcio.
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Um grupo de 28 voluntários seguíram uma dieta semelhante através das mesmas proporções de proteína, hidratos de carbono e gorduras, recorrendo a outro tipo de cereais ricos em glúten que não foram utilizados nos outros voluntários.Aqueles que seguíram a dieta vegetariana demonstraram uma diminuição do nível geral de colesterol, nomeadamente na redução da quantidade de lipoproteínas de baixa densidade, conhecidas como "mau" colesterol.
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Os cientistas acreditam que o estudo veio apresentar um grande número de provas que este tipo de dieta é benéfica no que diz respeito à prevenção do bloqueio das artérias e doenças cardiovasculares. Após um período de 12 meses, os investigadores constaram ainda que a dieta vegetariana foi responsável pela diminuição do índice de massa corporal (IMC) nos voluntários.
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Apesar dos claros benefícios que este tipo de dieta apresenta, nomeadamente na redução do nível de colesterol, poderá, no entanto, não ter os nutrientes considerados fundamentais para o organismo só por si. (Farmácia)

Oftalmologia

Serviço de Oftalmologia a bom ritmo no Barlavento
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Em 2007 foram realizadas mais de 8 mil consultas na especialidade de Oftalmologia, no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, tendo sido alvos de intervenção mais de 1500 doentes.
Uma equipa de quatro médicos assegurou, em 2007, 8690 consultas de Oftalmologia, 40 por cento das quais foram primeiras consultas.
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No mesmo ano, 1507 doentes foram alvo de intervenções cirúrgicas, das quais 1334 corresponderam a tratamento de cataratas.
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O Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA) refere em comunicado que “salvo raras excepções, o tempo global de espera do doente entre o momento em que o seu médico de família pede a consulta de especialidade e a intervenção cirúrgica foi sempre muito inferior a 1 ano (os tempos mais frequentes foram entre 6 e 8 meses)”.
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Recorda-se que o compromisso do Serviço de Oftalmologia do CHBA em Setembro de 2006 era garantir um ano como tempo máximo de espera.
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Situação de habitantes de Aljezur
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No sentido de clarificar notícias recente que indicavam um eventual problema de acesso ao Serviço de Oftalmologia por parte dos habitantes de Aljezur, o CHBA refere que existem actualmente “15 doentes deste concelho a aguardar marcação de consulta sendo que a referência mais antiga do Centro de saúde é de 6 de Dezembro de 2007”.
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Estão também 18 doentes a aguardar cirurgia, um dos quais já tem intervenção agendada. As propostas mais antigas para cirurgia destes doentes remontam a Novembro de 2007.
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O CHBA conclui referindo que seis dos doentes de Aljezur a aguardar cirurgia, serão intervencionados ao segundo olho depois de, com sucesso, terem sido alvo de uma primeira cirurgia ente o mês de Outubro de 2007 e Março de 2008. (Observatório do Algarve)

segunda-feira, 17 de março de 2008

Cuidados Paliativos


Paliativos são realidade precária

Cuidados paliativos têm uma cobertura de rede de apenas 1% do território nacional, manifestamente pouco, diz a responsável pelo programa
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Um verdadeiro deserto - em 278 concelhos, Portugal contabiliza apenas oito unidades de internamento, quatro equipas intra- -hospitalares sem internamento e três equipas comunitárias de cuidados paliativos, no Sistema Nacional de Saúde (SNS). As pessoas com doenças crónicas, progressivas, agonizantes e muitas vezes terminais morrem abandonadas em hospitais, porque não há respostas próprias para lhes dar qualidade de vida nos seus últimos tempos. Estima-se que são 60 mil os que, anualmente, precisam destes cuidados.Esta é uma área da saúde que tem sido permanentemente adiada pelos sucessivos governos. Em 2004 - 30 anos de democracia volvidos - foi redigido um Programa Nacional de Cuidados Paliativos, mas somente em 2006 foi criada a Rede Nacional de Cuidados Continuados e Integrados (RNCCI) com quatro valências, sendo uma delas a dos cuidados paliativos (ver caixas).
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"A nossa cobertura agora é pouco mais do que 1%", confessou Alice Cardoso, responsável pelo grupo de paliativos da RNCCI. Concretamente, a Rede, no que diz respeito a esta valência, conta com uma destas unidades no IPO do Porto; uma em Cantanhede, Coimbra; outra no Hospital do Fundão; e mais três em Lisboa na Casa da Saúde da Idanha, na Cova da Piedade e no Hospital do Mar. Fora da Rede, há mais duas estruturas do SNS, sendo que uma é no IPO do Porto e outra no IPO de Coimbra.
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Há ainda quatro hospitais que, não tendo unidade de internamento, têm equipas vocacionadas para esta área o de Santa Maria, em Lisboa; o de Elvas, o de Faro e o de Santiago do Cacém. Relativamente a equipas comunitárias - cuja função principal será ir ao domicílio dos pacientes - Portugal tem três, uma em Odivelas, outra em Évora e outra em Tavira.
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Uma realidade deveras distante do sugerido pela RNCCI, que pretende que, até ao final deste ano, um terço dos hospitais tenha uma equipa de paliativos. A pergunta que se coloca é neste momento, para onde vão as pessoas que têm uma doença crónica, progressiva e dolorosa, muitas vezes terminal,que precisam de cuidados específicos, mas não necessariamente de estarem num hospital, que não têm rectaguarda familiar, nem dinheiro para uma unidade privada?
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Em Portugal é um luxo
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"Os cuidados paliativos neste país têm sido um luxo", descreveu Alice Cardoso. Um luxo que a Comunidade Europeia considera um direito humano. O problema é que, segundo a perspectiva de Isabel Galriça Neto, presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), "a medicina fixou-se na cura e os doentes que não são curáveis são enjeitados".
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Uma mensagem suportada durante décadas pelo poder político. "Há um longo caminho pela frente", admitiu Alice Cardoso. Para começar, é preciso apostar no aumento de unidades de internamento e na formação de equipas de suporte destes cuidados paliativos.
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"Já visitamos todas as Administrações Regionais de Saúde e a ideia é criarem-se unidades destas nos hospitais. Ou, então, criarem-se equipas intra-hospitalares, mesmo dentro dos hospitais onde não haja uma unidade de internamento", disse, acrescentando que já existe compromisso com "meia dúzia de hospitais".
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Por outro lado, a RNCCI pretende investir nas equipas comunitárias, ao serviço dos centros de saúde e que se deslocam aos domicílios.Os poucos membros de cada equipa terão de ter, contudo, "uma formação multidisciplinar, isto é, saberem de cuidados paliativos, de continuados, bem como de cuidados primários", referiu, acrescentando que "a RNCCI vai começar agora a investir na formação prática".
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Isabel Neto, da APCP, insiste na importância de equipas bem treinadas especificamente para esta valência. "Os paliativos não se resumem ao número de camas disponíveis. Podem ser levados ao domicílio, mas sem esquecer que são cuidado muito técnicos, rigorosos e científicos, que exigem formação muito específica", argumentou. (Jornal de Notícias)

domingo, 16 de março de 2008

Rede veio piorar cuidados continuados



Rede veio piorar cuidados continuados
Hospitais queixam-se de congestionamento que antes não existia
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A rede de cuidados continuados não está a dar resposta aos pedidos dos hospitais para os doentes com tuberculose, afirmaram ontem responsáveis do Pulido Valente e de Santa Maria, em Lisboa. Para o director clínico do Hospital de Santa Maria, Correia da Cunha, "a situação piorou", uma ideia partilhada pelo director do serviço de pneumologia do Pulido Valente, Jaime Pina. "Tivemos uma doente que esteve 200 dias à espera", afirmou o clínico.
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Para estes responsáveis, que sublinham a importância da criação desta rede, "antes, a situação resolvia-se de forma informal, recorrendo a acordos com os privados e sociais". Contudo, agora que há uma rede organizada, o escoamento de doentes é mais difícil, porque as camas são ainda insuficientes, em particular nas grandes cidades. E, ao mesmo tempo, a nova estrutura desmantelou os contactos anteriores.
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O alerta foi dado no dia em que Jorge Sampaio visitou a unidade de pneumologia do Pulido Valente, antecipando o dia mundial contra a tuberculose. O ex-presidente da República anunciou que vai continuar por mais um ano como enviado especial das Nações Unidas para a Luta contra a Tuberculose, cargo que ocupa desde 2006. Sampaio alertou para a necessidade de reforçar o combate à doença, que mata 1500 pessoas no mundo todos os dias, e que é muitas vezes a causa de morte de doentes com VIH/sida.
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Miguel Vilar, da Direcção-Geral da Saúde, avançou ontem os números provisórios da incidência da doença em Portugal. Os novos casos desceram 14% entre 2006 e 2007, atingindo 25,7 doentes por cada cem mil habitantes. Em 2006, eram 29,9 doentes por cem mil habitantes. A incidência da tuberculose associada à VIH/sida foi no ano passado de 13,6 por cada cem mil habitantes. Os números mostram uma descida, mas Portugal continua a ter as taxas mais altas da Europa. Pedro Silvério Marques, do GAT (Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/sida), lembrou que, apesar da descida, estes números ficam ainda aquém do desejável e acima dos objectivos definidos pela própria Direcção-Geral da Saúde - 18 por cada cem mil habitantes. (Diário de Notícias)

Leishmaniose - doença canina afecta humanos

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A Leishmaniose canina é uma doença grave, crónica e pode levar à morte. É provocada pela picada de insectos similares a mosquitos, os flebótomos, que também podem transmitir a doença ao Homem.
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É das doenças mais disseminadas a nível mundial e, em Portugal, chega a atingir 15% dos cães em zonas como Algarve e Estoril. Devido à não existência de vacinas 100% eficazes e a cura da doença ser difícil de obter, a única forma de reduzir o risco de contaminação é através da utilização de produtos antiparasitários repelentes, que impeçam a picada do insecto transmissor ou o desenvolvimento dos parasitas nos hospedeiros. Face a isto, um estudo realizado em Itália, comprovou que a combinação de dois compostos em apresentação spot-on alcança 95% de eficácia em efeito repelente contra flebótomos, além de controlar pulgas, carraças, mosquitos e moscas.“
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A investigação procurou analisar a eficácia da combinação spot-on de imidaclopride (10%) e permetrina (50%), substâncias que compõem um produto da Bayer Divisão Saúde Animal, na prevenção da Leishmaniose em cães alojados em canis municipais de zonas endémicas. A situação de Portugal é muito semelhante à de Itália. Os factores motivantes do aumento de animais com esta doença são o grande número de cães abandonados, desconhecimento e inadequada prevenção” ,refere Cláudio Mendão, Médico Veterinário e responsável pela Linha Animais de Companhia da Bayer Portugal.
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O estudo foi dividido em distintas fases temporais onde se aplicou durante 14 meses o antiparasitário. A amostra foi de 631 cães, separados em três grupos com o objectivo de conseguir um maior índice de fiabilidade nos resultados. A investigação foi liderada pelo Dr. Domenico Otranto, catedrático em Parasitologia Veterinária pela Universidade de Bari, Itália.A Leishmaniose pode ser transmitida ao homem através da picada do flebótomo infectado. O risco de desenvolvimento da doença aumenta em doentes imuno-deprimidos, como seropositivos, transplantados, grávidas ou pessoas que sofrem de stress.
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A Península Ibérica tem-se convertido num lugar ideal para o desenvolvimento dos flebótomos devido ao aumento da temperatura global e correspondente mudança climática. O risco de transmissão do parasita aumenta nas épocas de calor, ou seja, de Maio a Setembro. Contudo, nas zonas mais temperadas da Península o risco de se prolongar a todo o ano aumenta, já que as temperaturas superiores aos 18ºC favorecem o desenvolvimento dos flebótomos, obrigando a cuidados sistemáticos de prevenção. (Farmácia)

sexta-feira, 14 de março de 2008

Tabagismo: principal factor de risco de cancro do rim

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Componentes químicos do tabaco provocam alterações das células e predispõem à formação do tumor do rim. Homens são os mais afectados.O Director do Serviço de Urologia do Centro Hospitalar de Setúbal, Dr. Amaral Canelas, opera todos os anos 20 a 25 doentes com este tumor e diz que “até ao momento os estudos efectuados identificaram com segurança um único factor de risco no cancro do rim: o tabagismo.
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Quanto maior for o tempo de exposição ao tabaco, maior é o risco de desenvolver a patologia”. “A mortalidade devida a estes tumores não tem diminuído significativamente, levando a crer que factores ambientais, dietéticos, hábitos tabágicos e outros, possam estar envolvidos na génese desta doença. Os homens são os mais afectados e devido à evolução imprevisível deste tumor os doentes ficam sob vigilância para o resto da sua vida”, explica Armando Canela. Entre os sintomas estão a perda de sangue pela urina.
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Amaral Canelas aconselha “perante qualquer perda de sangue pela urina deve consultar o seu urologista para uma investigação da causa do problema. Actualmente, o uso cada vez mais generalizado da ecografia e da tomografia axial computorizada (TAC) permite detectar com maior facilidade esta doença. O tratamento de eleição, quando detectada a doença, é a extracção do rim através de cirurgia aberta ou laparoscópica (uma técnica menos invasiva)”.
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Recentes desenvolvimentos no estudo deste tipo de tumor têm permitido novas abordagens terapêuticas, como por exemplo, o uso de fármacos que podem constituir vias promissoras no tratamento do Carcinoma de Células Renais já com metástases.
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No dia 13 de Março comemorou-se o Dia Mundial do Cancro do Rim, é importante lembrar que os tumores renais representam 3% de todos os tumores malignos do adulto. Os carcinomas de células renais apresentam uma incidência global de 8,7 casos por ano por 100 mil habitantes sendo a 3ª neoplasia urológica mais frequente. (Farmácia)

Cardiologia

Vias Verdes coronárias alargam rede apesar da falta de médicos
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Via Verde implica socorro rápido e ligação para o hospital de referência
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A Região Norte já dispõe de serviços que permitam acudir a um doente com acidente vascular cerebral (AVC) dentro do tempo considerado limite para evitar a morte ou graves sequelas. E contará, a partir de o dia 1 de Abril, com uma cobertura aceitável no que toca ao tratamento urgente de enfartes agudos do miocárdio, no âmbito do alargamento das Vias Verdes coronárias. Uma melhoria que, contudo, não deixa de ser muito teórica a falta de especialistas vai obrigar à deslocação de médicos de uns distritos para os outros e a própria distância é calculada em condições óptimas.
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Em funcionamento desde 3 de Março, a Unidade de AVC do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia veio completar um panorama que as autoridades de saúde consideravam escasso, num país em que resultam de AVC metade das mortes por doenças cardiovasculares, doenças estas que, em 2005, representaram 34% de todos os óbitos.
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"No ano passado abriram as unidades de Braga, em Fevereiro, e Vila Real, em Março. Juntamente com as do S. João, Santo António e Santa Maria da Feira, um doente da região Norte pode ser tratado na janela de oportunidade das três horas", explicou ao JN o vogal da Administração Regional de Saúde do Norte, Fernando Araújo. Isto apesar de a falta de neurocirurgiões em Vila Real obrigar a recorrer a especialistas de Braga. O responsável visita hoje a unidade de Gaia, com o novo coordenador para as Vias Verdes no Norte Miguel Oliveira, que era até há um mês o responsável regional pelo INEM.
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No que toca ao enfarte agudo do miocárdio - outra patologia em que o factor tempo é crucial para reduzir a mortalidade (calculada em mais de oito mil óbitos anuais) -, o avanço preparado para Abril implica a utilização da técnica considerada mais eficaz em dois hospitais onde ainda não existia a intervenção coronária percutânea (ICP) primária ou reperfusão mecânica. Quando não há capacidade para esta, procede-se à reperfusão farmacológica (trombólise), que dilui os coágulos de sangue.
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Vila Real e Braga passarão assim a ter ICP primária em salas dedicadas exclusivamente à cardiologia, recomendada pelo programa das Vias Verdes para todos os hospitais com serviço de urgência polivalente. Actualmente, é feita por rotina no S. João, Santo António e Gaia, concentrando a oferta ao distrito do Porto e deixando a maior parte da região sem acesso à ICP primária nas duas ou três horas cruciais.
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O problema é que Braga e Vila Real continuam a sofrer constrangimentos. No primeiro caso, a sala vai ter que ser partilhada entre cardiologia e neurologia, por falta de instalações e até que nasça um novo hospital. No segundo, a falha mais grave é a falta de cardiologistas especializados. Sempre que surja uma urgência, terão de ser enviados do Porto, onde estarão em regime de prevenção, à chamada.
-Cardiologia
Fernando Araújo admite que nenhuma é uma solução ideal, "mas dá para começar. Vamos ver como é que se consegue", diz, confiando na curta distância até Vila Real "uma hora". Se não chover, nem nevar, nem tiver havido algum acidente no IP4... (Jornal de Notícias)

quinta-feira, 13 de março de 2008

Campanha Anti-Tuberculose

No próximo dia 17 Figo em Londres no lançamento de campanha anti-tuberculose
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Luís Figo é o mais recente embaixador da STOP TB, uma dinamização da Organização Mundial de Saúde virada para o combate à tuberculose, uma das maiores causas de mortalidade no mundo actual. É neste papel que Figo irá participar, no próximo dia 17 de Março, pelas 16 horas, em Londres, no lançamento da campanha «I am Stopping TB».
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Esta campanha, que tem como objectivo alertar para a consciencialização da tuberculose como um dos maiores perigos da sociedade actual, contará igualmente com o apoio do ex-presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, também ele presente em Londres no dia 17 de Março na qualidade de enviado especial das Nações Unidas.
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A Hackney Free & Parochial School, situada na Paragon Road, Londres, será anfitriã do lançamento desta campanha. Luís Figo participará numa sessão de grandes penalidades juntamente com um grupo de alunos, seguindo-se a apresentação do relatório de 2008 da Organização Mundial de Saúde sobre a evolução da tuberculose e os últimos dados obtidos sobre a doença em mais de 200 países sob observação. (Infordesporto)

quarta-feira, 12 de março de 2008

Cancro: fármacos para a dor com 95 % de apoio

A ministra da Saúde, Ana Jorge, confirmou ontem que vai seguir a linha do seu antecessor na pasta, mas escusou-se a revelar datas de fecho de mais serviços de urgências. Em vez disso, escolheu ontem trazer ao Parlamento duas boas notícias: a subida da comparticipação de medicamentos para a dor e a abertura de uma nova urgência básica em Estremoz.
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Os deputados dos partidos da oposição bem insistiram, mas a ministra da Saúde escusou-se a avançar com a calendarização de novos fechos de urgências. Pelo contrário, veio munida de uma data. A 30 de Março deverá abrir no Centro de Saúde de Estremoz um serviço de urgência básica. "Seguir-se-ão vários outros num calendário pautado pelo ritmo das obras".
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Durante os três anos de mandato do anterior ministro da Saúde seis serviços fecharam: Peso da Régua, Espinho, Ovar, Cantanhede, Anadia e Fundão. Faltariam mais sete se as sugestões iniciais dos peritos que pensaram a requalificação das urgências fossem aceites. A este respeito, a ministra limitou-se a afirmar: "Estamos preparados para tomar as decisões sem calculismos e sem cedências populistas".
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A equipa ministerial trouxe ainda à comissão parlamentar de saúde o anúncio da subida de comparticipação de analgésicos opióides dos actuais cerca de 50 por cento para 95 por cento.
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A nova regra aplica-se a todos os doentes em tratamento oncológico e doentes não oncológicos com dor moderada ou grave referenciados em unidades de dor hospitalares e de cuidados paliativos. A medida deverá entrar em vigor até 1 de Maio.
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Ana Jorge deixou apenas uma nota negativa: estima-se em 474 mil o número de primeiras consultas em espera em hospitais públicos. "Não podemos ignorar as dificuldades", afirmou, destacando "a situação crítica da oftalmologia", já que do total de doentes em espera mais de um quarto - mais de 120 mil - aguardam por consulta desta especialidade. (Público)

Poluição altera funções cerebrais

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Investigadores holandeses sugerem que a inalação de fumos durante uma hora não só provoca dores de cabeça, como também pode alterar determinadas funções do cérebro.
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Os cientistas já sabiam que as nanopartículas atingiam o cérebro quando inaladas, mas esta é a primeira vez que é sugerido que estas alteram a forma como processamos a informação.
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Os investigadores procuraram criar uma réplica do tipo de ambiente experienciado por aqueles que trabalham em garagens ou junto às estradas, recorrendo a dez voluntários, fechados em compartimentos com ar puro ou gases provenientes de um motor diesel.
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Os voluntários estavam ligados a um electrocardiógrafo, aparelho utilizado na realização de electrocardiogramas, sendo essa ligação feita durante e uma hora após a exposição.
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Após trinta minutos, os cérebros daqueles que estavam na sala "poluída" apresentaram dados no ECG que indicavam ter havido algum tipo de alteração na forma como processavam informação no córtex cerebral.
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"Apenas podemos especular sobre as consequências que destes efeitos podem sugerir devido à exposição crónica à poluição do ar encontrada nas grandes cidades", afirmou Paul Borm, investigador líder do estudo.
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"É provável que a exposição a longo prazo a este tipo de nanopartículas possa interferir com as funções normais do cérebro e processamento de informação, sendo necessários estudos mais aprofundados para explorar este efeito", concluiu.(Farmácia)

terça-feira, 11 de março de 2008

Erro médico

Catedrático punido por erro médico
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Caso clínico iniciado há nove anos teve agora o seu desfecho
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A Um erro num exame de anatomia-patológica a células da próstata de um administrador de empresas vai custar a um médico-professor universitário a quantia de 224 mil euros. Este é o valor de uma indemnização agora decidida pelo Supremo Tribunal de Justiça, no âmbito de um caso iniciado há nove anos.
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Tudo começou em 1998 quando o paciente, então com 59 anos, decidiu fazer um exame de estado geral de saúde. Entre vários exames, efectuou um de urologia (especialidade que trata de doenças do aparelho urinário) que acusou resultados anormais para a idade. Para tirar dúvidas, resolveu fazer uma biopsia à próstata (extracção de tecido vivo para análise) e entregou essa tarefa a um professor de uma universidade em Lisboa, então com a categoria de catedrático, em anatomia-patológica.
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O especialista analisou as amostras de tecido e fez um relatório em que diagnosticava cancro na próstata. Angustiado, o administrador de empresas correu vários médicos para averiguar qual seria o tratamento. Inclusive foi até Paris, França, consultar um especialista. Mas todos apontavam para a mesma solução teria de ser operado, para remover a próstata por inteiro.
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Submeteu-se à intervenção cirúrgica e de imediato ficou com problemas de retenção de urina e com disfunção eréctil - o que o obrigou a ter de usar fraldas e o impediu de voltar a ter relações sexuais. Só que a maior surpresa ainda estava para chegar. Aconteceu ao receber um relatório de um outro médico anatomo-patologista que acompanhou a operação e analisou os tecidos extraídos.
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Nesse relatório ficou a saber que, afinal, nunca tivera cancro. Inconformado, e já com os problemas do foro urinário e sexual, consultou vários outros especialistas, pedindo-lhes para analisarem as amostras examinadas pelo médico e professor catedrático (hoje jubilado) que lhe diagnosticara o "cancro". Falou com vários outros professores e médicos de universidades do Porto, Coimbra, Lisboa e Barcelona e todos foram unânimes sofria apenas de prostatite (inflamação na próstata) e não cancro. Para tratar esse problema nunca precisaria de ser operado.
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Daí à decisão de colocar em tribunal o médico e professor catedrático foi um pequeno passo. Nas Varas Cíveis de Lisboa exigiu-lhe 400 mil euros, mas o tribunal decidiu apenas por uma indemnização de 100 mil. De seguida, recorreu para a Relação de Lisboa, que aumentou o valor para 300 mil euros. Só que o médico visado não se conformou e recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça, afirmando-se disposto a pagar apenas 35 mil euros. Argumentava que o valor não era equitativo e que estava a responder "apenas por culpa presumida por não se ter provado qual a ofensa causada ao padrão de conduta profissional de um médico satisfatoriamente competente, prudente e informado".
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Os juízes do Supremo não tiveram dúvidas em considerar que o clínico não podia ter errado. "Mal estariam os pacientes se os resultados de análises, ou exames laboratoriais, obrigassem, apenas, os profissionais dessa especialidade a actuar com prudência, mas sem assegurarem um resultado; dito prosaicamente, concluiriam o exame e a sua obrigação estava cumprida se afirmassem ao doente - 'eis o resultado mas não sabemos se em função do que foi analisado padece ou não de doença'", explicam os conselheiros, apoiando-se no "avançado grau de especialização técnica dos exames laboratoriais".
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O valor da indemnização foi reduzido para 224 mil euros, com o argumento da "equidade". Isto é, conjugando a tendência dos tribunais superiores para aumentarem os valores de indemnizações por factos ilícitos, e a circunstância de, em 1998, os valores praticados serem mais baixos. ( Jornal de Notícias)

segunda-feira, 10 de março de 2008

Um em cada três portugueses sofre de síndrome metabólica

“Um em cada três portugueses sofre de síndrome metabólica”
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A organização da pneumologia, a apneia do sono e o síndrome metabólico foram alguns dos temas que estiveram hoje em debate no 15º Congresso de Pneumologia do Norte que decorre no Hotel Porto Palácio, na cidade do Porto, até dia 8 de Março.
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Não há números certos no que respeita aos doentes afectados pela apneia do sono. Esta doença, que é desconhecida pela maior parte da população, está subdiagnosticada e é subavaliada pela classe médica. Estima-se, no entanto, que entre 2 e 4% da população adulta portuguesa sofra de apneia do sono, sendo os obesos com mais de 40 anos os principais afectados. O crescimento do número de doentes obrigou já a que os serviços de saúde tomassem algumas medidas e reorganizassem a área da pneumologia, como explica Agostinho Marques, presidente deste congresso e director da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e do serviço de Pneumologia do Hospital de S. João: “Há alguns anos a apneia do sono não fazia parte das nossas preocupações. Em poucos anos, o crescimento da procura foi tão grande que obrigou a afectar médicos para trabalho exclusivo neste sector, tornando-se o maior grupo de doentes a procurar o serviço de Pneumologia.”
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Segundo Cristina Gravina, assistente hospitalar de Cardiologia do Hospital de São João, há a possibilidade de existir uma relação entre a apneia do sono e a síndrome metabólica. No entanto, algumas investigações comprovam que “a apneia do sono em si é um factor independente de risco para síndrome metabólica, como tal os doentes que sofrem de apneia do sono têm riscos acrescidos relativamente ao aparecimento de doenças cardiovasculares”.
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Para a especialista «alguns estudos científicos indicam que a situação em Portugal está a crescer, calculando-se que um em cada três portugueses sofre de síndrome metabólica”A síndrome metabólica foi referida pela primeira vez na década de 40 e está a receber cada vez mais atenção da classe médica. Obesidade, hipertensão, colesterol elevado e o aumento do perímetro abdominal são alguns dos os factores que conduzem ao diagnóstico da doença e, consequentemente, aumentam a probabilidade da ocorrência de doenças cardiovasculares.
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O dia de amanhã será marcado pelas XXVI Jornadas Galaico-Durienses de Pneumologia, que estão integradas no programa do congresso. As jornadas com especialistas portugueses e espanhóis procuram promover a discussão em conjunto com especialistas de Espanha, onde a Lei do tabaco entrou em vigor mais cedo e também com grande eficácia. “Esta discussão é vital para o acerto de estratégias entre especialistas uma vez que os pneumologistas estão na frente de combate pela saúde, responsáveis pelas primeiras consultas de cessação tabágica no País”, refere Agostinho Marques.
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A organização do XV Congresso de Pneumologia do Norte pode disponibilizar contactos de especialistas para entrevistas sobre cada um dos temas abordados, bem como gráficos de apoio e estudos sobre a situação de algumas das patologias referenciadas neste congresso. Até 8 de Março estará à disposição dos meios de comunicação social um Gabinete de Imprensa, no Hotel Porto Palácio, durante o horário dos trabalhos do congresso. (Farmácia)

Atenção aos prestadores privados de cuidados de saúde

Reguladora recebeu perto de 3400 queixas

Atrasos nos tratamentos e cobrança de taxas superiores às previstas na tabela de preços são algumas das queixas
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Há prestadores privados de cuidados de saúde convencionados com o Estado a preterir o atendimento de utentes que lhes chegam do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Marcam consultas ou exames para muitos meses depois ou pura e simplesmente negam a prestação do serviço, porque o preço pago pelo Estado é baixo. Outros há, sobretudo no subsistema que atende funcionários públicos, que cobram taxas superiores às previstas na tabela de preços. Outros ainda fazem-se pagar duas vezes por um mesmo acto.
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Estes serão dos tipos de queixas mais graves entre as 3360 que no ano passado chegaram à Entidade Reguladora da Saúde (ERS). Um número substancial, que revela um aumento de 476% face às reclamações recebidas em 2006, ano em que arrancou em força o funcionamento da estrutura. E que deverá subir ainda mais em 2008, uma vez que entraram na ERS, até à semana passada, 719 queixas.
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"É mais ou menos o movimento que esperávamos e é a prova de que os utentes estão a exercer os seus direitos", analisa o presidente do organismo, criado para vigiar problemas de concorrência e selecção adversa na prestação da saúde por públicos e privados.
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Álvaro Almeida faz questão, contudo, de não sobrevalorizar as reclamações graves. "Há casos graves, felizmente não muitos, que mereceram a abertura de um processo de inquérito". Serão cerca de 5% do total. Muito menos do que, por exemplo, as queixas sem fundamento (20%).
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E, por graves, Álvaro Almeida entende não apenas problemas de selecção adversa de utentes, como também falhas na prestação que, segundo os queixosos, "puseram em causa a saúde". Em geral, implicam o não cumprimento de "regras deontológicas", pelo que os processos são "remetidos para as respectivas ordens profissionais". As ordens dos Médicos, Enfermeiros e Médicos Dentistas receberam no ano passado 137 processos, com larga vantagem para a primeira, adianta a ERS.
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Quanto às restantes reclamações, a maioria envolvem atrasos no atendimento (31%) e problemas na assistência administrativa (24%). "A generalidade das queixas tem fundamento. Mas uma coisa é ter fundamento, outra é ter a ver com aspectos importantes. A maioria não são cruciais para a vida, mas sim para o desconforto".
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Aparentemente curioso é o facto de 78% das reclamações recebidas em 2007 dizerem respeito a prestadores privados. Um facto que se deve, explica Álvaro Almeida, aos circuitos das queixas. Por lei, as entidades privadas são obrigadas a remeter para a ERS todas as entradas no livro de reclamações criado expressamente para este sector em 2005. No caso dos prestadores públicos, as queixas vão para o "livro amarelo" da Administração Pública, existentes em centros de saúde e hospitais. Daí passam para as administrações regionais de saúde e depois para a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde.
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"Recebemos apenas uma parte muito pequena, casos que, pela gravidade, são reencaminhados para nós, ou chegam por iniciativa dos utentes". O responsável garante que, independentemente desse percurso, a ERS "continua a acompanhar as reclamações no público, embora não individualmente, e a prova é de que temos algumas as mais importantes. É assim com as entidades reguladoras dos outros sectores também". E as reclamações, neste caso, envolvem já não atrasos, mas sim más prestações de cuidados e problemas de acessibilidade. Isto é, listas de espera. (Jornal de Notícias)

domingo, 9 de março de 2008

GRIPE: Medicamentos publicitados não recomendados

Prontuário Terapêutico
Gripe: Medicamentos publicitados não recomendados
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O uso de alguns dos medicamentos mais publicitados para curar gripes e constipações não são recomendados, segundo refere o Prontuário Terapêutico que serve como guia aos medicamentos. A autoridade do medicamento justifica este aviso, mencionado que existem no mercado alternativas mais adequadas.
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A advertência surge em referência a uma dezena de medicamentos habitualmente usados para circunstâncias de gripe, entre os quais as marcas Ilvico, Antigripinne, Cêgripe ou Griponal.
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Em resposta a este facto avançado pelo guia terapêutico, o Infarmed, a autoridade da farmácia e do medicamento, explica que esta referência não significa que o medicamento não possa ser utilizado, ou que constitua um problema para a saúde pública ou que tenha de ser retirado do mercado.
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O Infarmed explica ainda que os peritos que elaboraram aquele Prontuário consideram que existem no mercado alternativas mais adequadas a esses medicamentos.
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A maioria dos medicamentos publicitados para combater gripes ou constipações são combinações de paracetamol (que alivia a dor e a febre), com outras substâncioas activas, como cafeína, ácido ascóbico ou codeína.
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Os peritos responsáveis pelo Prontuário Terapêutico defendem que quando uma substância activa é eficaz deve ser usada isoladamente e não em associação. (Correio da Manhã)

Grupo Espírito Santo investe 10 milhões em Aveiro

Grupo Espírito Santo investe 10 milhões em Aveiro
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O Atendimento Médico Permanente (AMP) do Hospital Privado de Aveiro (Cliria), com que o Grupo Espírito Santo Saúde iniciou a sua actividade na cidade, registou 27 mil atendimentos em 2007.Nos dois primeiros meses de 2008 a procura já aumentou cerca de 17 por cento.
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Estes números do AMP levaram a administração do hospital privado a avançar para a construção e equipamento de um novo bloco, o Pólo 2, destinado ao ambulatório, que deverá entrar em funcionamento no primeiro trimestre de 2009, um investimento de 10 milhões de euros.
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Nas novas instalações, cuja obra vai entrar na segunda fase, vão ser criados 30 gabinetes de consulta, com salas de atendimento, serviço de imagiologia com TAC e ressonância magnética, uma unidade de pediatria, um serviço de saúde e bem-estar da mulher e medicina dentária.
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O administrador da Cliria, José Loureto, em declarações à Lusa, reconheceu que "a procura tem vindo a crescer de forma contínua, o que obriga a alargar as instalações".
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O responsável admite que o fenómeno possa estar relacionado com "o acesso dificultado ao Serviço Nacional de Saúde".
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"O atendimento na urgência hospitalar tem desviado algum movimento para a nossa consulta aberta, o que nos obrigou a pensar na criação do pólo II", disse.
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Referiu ainda que as consultas de especialidades registaram um crescimento idêntico, o que poderá ter a ver com o facto de no serviço público demorarem, por vezes, anos".
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O crescimento do ambulatório é também explicado pelo maior recurso a subsistemas de Saúde, com quem o grupo tem contratos, embora cerca de 30 por cento dos doentes que a Cliria recebe sejam privados.
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"Em termos de ambulatório estamos perto da saturação, porque esta unidade foi construída há 10 anos, dimensionada para cirurgias e internamentos, e a procura de consultas não pára de aumentar", frisou.
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A aquisição da Cliria em Setembro de 2000, agora designada Hospital Privado de Aveiro, marcou o início da actividade da Espírito Santo Saúde, na cidade.
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A unidade, que tem actualmente 36 camas, distribuídas entre quartos individuais e duplos, dispõe de várias especialidades médicas e cirúrgicas e de meios complementares de diagnóstico, entre os quais endoscopia, radiologia convencional, ecografia geral e diferenciada, análises clínicas e exames de neurofisiologia e cardiovasculares.
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A clínica surgiu com o objectivo de colmatar uma lacuna da região de Aveiro, onde não existia qualquer unidade privada de saúde com internamento.
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Desde Julho de 2004, a Cliria dispõe ainda de um centro médico em Águeda, com consultas de diversas especialidades, meios complementares de diagnóstico e um serviço de atendimento médico permanente. (RTP)

sábado, 8 de março de 2008

Atenção ao Ruído nocturno


Ruído nocturno pode fazer subir tensão arterial durante o sono
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O ruído nocturno pode aumentar a tensão arterial de uma pessoa, revela um estudo publicado esta quarta-feira num jornal de Saúde. O médico Victor Gil sustentou que um sono pouco repousante tem «implicações» na Saúde.
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O ruído nocturno produzido por aviões, pelo trânsito rodoviário ou pelo ressonar pode aumentar a tensão arterial de uma pessoa, mesmo sem a despertar, revela um estudo publicado esta quarta-feira no European Heart Journal.
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Para chegarem a esta conclusão, investigadores do Imperial College de Londres e de outras instituições europeias monitorizaram o sono de cinco mil voluntários residentes perto de seis grandes aeroportos europeus.
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Os cientistas verificaram que a tensão arterial dos voluntários aumentava significativamente quando estes experimentavam um «acontecimento nocturno» - um ruído superior a 35 decibéis.
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«Algumas elevações da pressão arterial pouco explicadas estão ligadas a perturbações no sono», disse à TSF o director do serviço de Cardiologia do Hospital Amadora Sintra, frisando que o «sono é um mecanismo de protecção do organismo extremamente importante».
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Victor Gil sublinhou que «quando o sono não é absolutamente repousante, a pessoa por vezes acorda com a sensação de estar mais cansada do que quando se deitou», o que tem «implicações para a Saúde».
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Para o médico, é evidente que a pressão arterial está associada ao risco de doenças cardiovasculares, mas «não é demonstrado neste estudo» que «o ruído eleva a pressão arterial e que nesses doentes vai haver maior risco cardiovascular».
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O estudo agora divulgado insere-se num projecto europeu de quatro anos e envolve mil voluntários residentes perto de seis grandes aeroportos, entre os quais os de Berlim, Atenas e Estocolmo.
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Em Portugal, o Regulamento Geral do Ruído, em vigor desde Maio de 2002, proibiu aterragens e descolagens durante a noite, nomeadamente nos Aeroportos de Faro, Açores e no da ilha madeirense de Porto Santo. (TSF)
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Nos aeroportos de Lisboa Porto e Funchal, o número de voos é limitado entre a meia-noite e as 6:00 horas.

Retirada de medicamentos


Infarmed retira medicamentos com azitromicina e roxitromicina
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O Infarmed ordenou esta sexta-feira a retirada do mercado português de 29 lotes de medicamentos com as substâncias activas azitromicina e roxitromicina produzidas por um laboratório indiano que não cumpria «boas práticas» de fabrico.
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Em comunicado, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) acrescenta que foi suspensa a comercialização de nove medicamentos, antibióticos, num total de 29 lotes, garantindo que as referidas substâncias activas têm alternativas no mercado.
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«A decisão do Infarmed segue-se a igual procedimento da Agência Inglesa do Medicamento que, no seguimento de uma inspecção ao referido laboratório indiano, onde verificou o não cumprimento das boas práticas de fabrico relativas à produção de substâncias activas, procedeu à suspensão da importação para o mercado inglês de todos os medicamentos com substâncias activas com essa proveniência», afirma o Infarmed.
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As firmas titulares de autorização de introdução dos nove medicamentos no mercado português vão agora proceder à recolha dos lotes em causa, cuja lista pode ser consultada no site do Infarmed.(TSF)

sexta-feira, 7 de março de 2008

Hipertensão - descoberta vacina eficaz


Vacina contra Hipertensão mostra-se eficaz
Estudo publicado na Lancet
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Investigadores dos laboratórios suíços Cytos Biotechnology AG anunciaram a eficácia de uma vacina que actua contra a Hipertensão, o que poderá pôr fim à medicação de toma diária. Num estudo, publicado na revista científica “The Lancet”, os cientistas relatam o ensaio clínico feito com 72 pacientes.
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Parte deles recebeu um tratamento com placebo, enquanto os restantes foram submetidos a um tratamento de injecções combinadas com inibidores da enzima de conversão da angiotensina e com bloqueadores do receptor 1 da angiotensina II em quantidades diferentes.
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Como resultado, a pressão sanguínea dos pacientes, nos quais foi injectada a maior quantidade destas substâncias, baixou entre 9 e 4 mm hg. Os efeitos secundários foram leves e consistiram em reacções transitórias no local da injecção e sintomas semelhantes aos de gripe em alguns dos pacientes.
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O tempo de vida dos anticorpos é de três meses a partir da terceira injecção, e por isso poderia ser conseguida uma imunização eficaz com um número determinado de doses por ano.
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Segundo os cientistas, o tratamento via intravenosa permite controlar a pressão sanguínea sem o uso de medicação e melhora a taxa de adaptação ao tratamento graças. (Saúde na Internet)

Doenças respiratórias

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Asma, bronquite, tuberculose, apneia do sono, cancro do pulmão e tabagismo são alguns dos temas que estarão em debate no 15º Congresso de Pneumologia do Norte que decorre no Hotel Porto Palácio, na cidade do Porto, até dia 8 de Março.Os custos associados ao tabagismo constituem um dos temas centrais uma vez que é a principal causa de algumas das doenças debatidas no congresso.
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Os custos directos atribuídos ao tabagismo nos doentes respiratórios são de 203 milhões de Euros e de 40 milhões nos doentes internados. Dados recentes revelam que se nunca tivesse havido fumado, quase 90% dos casos de cancro de pulmão nos pulmões nos homens deixariam de existir. O custo do tabaco para a sociedade portuguesa tem vindo a revelar-se cada vez mais elevados, sendo o tabagismo responsável por 11,7% das mortes.
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Em termos de terapêuticas e sua sustentabilidade, foram debatidos os custos associados a doenças como seja o cancro do pulmão. A contínua introdução de novas terapêuticas reflectem progresso científico e inovação que leva a que os custos dos fármacos para o tratamento do cancro ultrapasse os de outras patologias.
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Um estudo realizado pelo ministério da saúde revela que medicamentos usados no tratamento de cancro, doenças auto-imunes e transplantes custaram, em 2005, mais de 14 milhões de euros por mês.
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As novas terapêuticas, mais eficazes e menos agressivas para o doente são mais caras que as tradicionalmente utilizadas. No entanto, permitem um tempo maior de sobrevida ao doente e melhor qualidade de vida resultante da diminuição dos efeitos secundários originados pelos tratamentos. Estas e outras preocupações foram debatidas tendo em conta a relação custo / terapêutica. (Farmácia)

INEM - má gestão no socorro

Emergência deficiente revela má gestão de socorro no INEM
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A Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Vila Franca de Xira não prestou o socorro imediato ao homem de 51 anos, que viria a falecer enquanto aguardava por aquele apoio-pré-hospitalar, em Samora Correia (Benavente), porque se encontrava, simultaneamente, a caminho de uma outra ocorrência, em Glória do Ribatejo. Serviço para o qual o INEM não activou a VMER de Santarém, responsável por aquela área e que se encontrava operacional.
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A viatura de Vila Franca, que dista a apenas 10 quilómetros de Samora, acabou por responder às ordens do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), realizando o primeiro socorro. Só chegou a Samora Correia 40 minutos após a chamada da família da vítima para o 112 (pelas 23.35 horas) e devido ao apelo lançado ao CODU pelos bombeiros de Samora Correia.
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"Quando a nossa segunda ambulância se deslocou ao local é que finalmente a VMER de Vila Franca apareceu. Mas foi preciso pedirmos a sua presença. Soubemos então que a viatura teve de fazer um socorro num sítio que era mais perto da VMER de Santarém", disse, ao JN, Miguel Cardia, comandante dos bombeiros. Segundo este responsável, a viatura pré-hospitalar escalabitana manteve-se parada na base durante toda a noite no hospital distrital, apesar da proximidade de Glória do Ribatejo.
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Versão que contradiz a explicação do porta-voz do INEM, Pedro Coelho dos Santos, segundo o qual tais serviços "não terão levado mais de 15 minutos", remetendo outras explicações para depois da conclusão do inquérito ao incidente que aquela entidade decidiu abrir.
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Após ter percorrido 42 quilómetros até uma aldeia em pleno distrito de Santarém, a VMER de Vila Franca levou então mais de 15 minutos a percorrer idêntica distância até Samora, onde chegou já passava da meia-noite. Um atraso daquela unidade de emergência especializada que foi confirmado, ontem, pela família e vizinhos da vítima, Jorge Bento, cirurgião.
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Fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém revelou, ao JN, que a VMER de Santarém "inexplicavelmente não foi accionada pelo CODU para Glória do Ribatejo". "Teve de ser Vila Franca a respondender a esse serviço e a deslocar-se para o outro, em Samora, logo depois, perdendo muito tempo", adiantou a mesma fonte.
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Relembre-se que, naquela noite, o INEM também activou erradamente os bombeiros de Almeirim para responderem ao pedido de socorro feito pelo filho do médico falecido. A família vive somente a 400 metros dos bombeiros de Samora Correia. (Jornal de Notícias)

Inimputáveis nos hospitais psiquiátricos

Inimputáveis nos hospitais psiquiátricos
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Três hospitais psiquiátricos vão ter, nos próximos cinco anos, serviços de internamento para doentes inimputáveis e "difíceis", segundo o Plano Nacional de Saúde Mental (PNSM), ontem publicado em "Diário da República". Esses serviços, uma novidade no panorama da saúde mental, ficarão instalados nos hospitais Júlio de Matos (Lisboa), Sobral Cid (Coimbra) e Magalhães Lemos (Porto). Serão também criadas três unidades de tratamento para perturbações do comportamento alimentar em hospitais gerais.
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Partindo da constatação de que apenas 1,7% da procura dos serviços de saúde envolve doenças mentais - quando em cada ano 5 a 8% da população sofre de perturbações com gravidade -, o PNSM introduz uma revolução completa na oferta de cuidados. Que prevê, a prazo, o fim dos hospitais psiquiátricos e a transferência de serviços para hospitais gerais.
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A ideia é acabar com a estigmatização da institucionalização em hospitais psiquiátricos e disseminar os cuidados numa base local. Actualmente, 83% dos recursos da Saúde mental são consumidos em internamento, quando está provado que a intervenção na comunidade, próxima da família, é mais efectiva. (Jornal de Notícias)

quinta-feira, 6 de março de 2008

Como evitar a propagação da hepatite


Como evitar propagação da hepatite
Rastreio e a informação das populações podem até erradicar o vírus

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O rastreio da hepatite e a informação das populações sobre a doença podem ajudar a diminuir a propagação do vírus C e até erradicar o vírus B em Portugal, disse hoje fonte da Sociedade Portuguesa de Hepatologia (SPH).
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«Para a hepatite C não há vacina, mas há certos cuidados a ter e se as pessoas estiverem informadas pode evitar-se o contágio. Em relação ao vírus B, com as populações esclarecidas e com o uso da vacina, pode ser reduzido e mesmo evitado», explicou a presidente da SPH, Estela Monteiro, em declarações à Agência Lusa.
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Em Portugal, estima-se que hajam cerca de 170 mil doentes diagnosticados com hepatite C e cerca de 130 mil com hepatite B, apesar de os rastreios ainda serem «deficientes e escassos», de acordo com a SPH.
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«Ainda não está a ser feito o rastreio nacional de hepatites», afirmou Estela Monteiro, acrescentando que a SPH pretende alertar a Direcção-Geral da Saúde para este «problema de saúde pública».
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A cirrose hepática alcoólica, cujos doentes afectados estão estimados em cerca de 150 mil, é a doença do fígado mais frequente e a que causa, neste âmbito, mais mortalidade em Portugal, seguida dos vírus B e C. No caso da hepatite A a doença tem cura.
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«O álcool não faz mal se for consumido moderadamente, perigoso é a ingestão de grandes quantidades e as misturas que os jovens fazem hoje em dia», explicou também Estela Monteiro.
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De acordo com o hepatologista Fernando Ramalho, responsável pela Unidade de Hepatologia do Hospital de Santa Maria, «Portugal continua a ser um grande consumidor de álcool e perdeu-se o hábito de saber beber».
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«Os adolescentes e os adultos jovens, a população mais vulnerável, são muito sensíveis ao álcool e a médio prazo 8 a 12 por cento irão desenvolver doenças de fígado», explicou o hepatologista.
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Também o excesso de peso, que tem aumentado ultimamente na população portuguesa, pode conduzir a um aumento das doenças do fígado, «essencialmente devido a uma sobrecarga de gordura neste órgão», segundo a SPH.
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Para desenvolver a área dos estudos do fígado, uma das principais causas da mortalidade dentro da gastroentrologia, foi criada em Maio de 2007 a Sociedade Portuguesa de Hepatologia, que reúne pessoas de todas as áreas científicas e vai organizar de 06 a 08 de Março, em Lisboa, o primeiro congresso português da especialidade.
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«Queremos reunir a comunidade científica e, para além disso, vamos fazer uma sessão pública de esclarecimento no dia 08, no Centro de Congressos de Lisboa, para mostrar os riscos do álcool e das hepatites e depois as pessoas podem fazer as perguntas que quiserem», explicou Estela Monteiro.
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Para Emília Rodrigues, presidente da SOS Hepatites, o número de 100 associados do organismo revela o «grande estigma e a discriminação» subjacente à doença e que «leva as pessoas a fugirem de se associarem».
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«É importante apelar ao rastreio e é isso que fazemos. De 15 em 15 dias vamos para a rua, damos folhetos, preservativos, alertamos quem passa para a necessidade de rastreio, mas, primeiro de tudo, temos de consciencializar os médicos de família», disse à Lusa a presidente da SOS Hepatites. (Portugal Diário)

quarta-feira, 5 de março de 2008

Obesidade




Maioria dos doentes não é tratada


Nove em cada dez portugueses com excesso de peso ou obesos não são tratados, correndo um risco elevado de problemas cardiovasculares.

Os dados são do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde e revelam que apenas 38% dos doentes com obesidade grave recorrem a ajuda médica.

Os números que não surpreendem Jácome de Castro, endocrinologista do Hospital Militar de Lisboa, para quem a obesidade ainda não é olhada como uma doença.

“Grande parte das pessoas ainda não procura os médicos pela obesidade. É muito frequente vermos doentes que nos procuram por doenças da diabetes, da tiróide, da supra-renal, e que têm obesidade, mas para eles não é um problema”, descreve, sublinhando que “há médicos, tal como há doentes, que não estão ainda verdadeiramente sensibilizados para este problema”.

Jácome de Castro diz, por isso, que há que fazer “uma ponte para pensar que a obesidade é uma doença crónica e perigosa”.

O excesso de peso, alerta, “condiciona o aparecimento da diabetes, da hipertensão, do colesterol alto, faz aumentar o risco do enfarte do miocárdio, aumenta as mortes por doença cardíaca e aumenta as mortes por acidente vascular cerebral”. (Rádio Renascença)

Cancro colo-rectal mata 10 portugueses por dia

Terceira doença mais diagnosticada a nível mundial
Cancro colo-rectal mata 10 portugueses por dia
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O cancro colo-rectal (CCR) é o responsável pela morte de dez portugueses por dia. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pela associação Europacalon, em Bruxelas, trata-se da terceira doença mais diagnosticada do mundo.
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De acordo com os números anunciados a propósito do lançamento do mês europeu de sensibilização para o CCR, este tipo de cancro afecta cerca de um milhão de pessoas em todo o mundo, sendo o terceiro mais diagnosticado a seguir ao cancro do pulmão (1,35 milhões) e da mama (1,15 milhões).
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Para a Europacolon, o crescimento do número de casos do cancro colo-rectal é “uma urgente preocupação de saúde” devido à elevada taxa de mortalidade da doença.
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Este aumento de casos está associado ao envelhecimento da população e alterações no estilo de vida, designadamente nos hábitos alimentares alerta a associação.
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A nível europeu são diagnosticados mais de 400 mil casos por ano, e em Portugal são estimados cerca de 5.500 doentes anualmente. (Correio da Manhã)

terça-feira, 4 de março de 2008

Cirurgia do ambulatório em crescimento

Cirurgia de ambulatório em crescimento
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A cirurgia de ambulatório vai tornar-se prática corrente nos hospitais portugueses, apesar de o país ainda estar longe da média europeia. A convicção é do presidente da Comissão Nacional para o Desenvolvimento da Cirurgia de Ambulatório (CNADCA), Fernando Araújo, também vice-presidente da Administração Regional de Saúde do Norte.
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Na cirurgia de ambulatório, o utente é operado e regressa a casa no mesmo dia para fazer a recuperação."Estou muito optimista, pois os responsáveis hospitalares e os profissionais de saúde estão a perceber que é a cirurgia de futuro", disse o responsável, após uma visita ao Hospital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira.
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A CNADCA têm vindo a visitar vários hospitais, para preparar recomendações que irão remeter ao Ministério da Saúde. O objectivo é levar as unidades hospitalares a apostar mais neste tipo de cirurgia. "Apesar de ainda ser pouco utilizada, temos registado uma grande abertura por parte dos profissionais e das administrações", disse Fernando Araújo.
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Segundo a Comissão, em 2006, apenas 17% do total das operações realizadas em Portugal foram cirurgias de ambulatório. Em países como a Dinamarca ou Suécia, ascende a 50% ou mais. (Jornal de Notícias)

domingo, 2 de março de 2008

Doença obstrutiva crónica é prevenível e tratável

Doença obstrutiva crónica é prevenível e tratável
Prof. António José Segorbe Luís
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O objetivo principal do GOLD - uma iniciativa da OMS para a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) - é o de aumentar a conscientização entre os profissionais da área da saúde e o público em geral sobre a DPOC. As definições anteriores de DPOC centravam-se no “Enfisema” e na “Bronquite Crónica”. Estes conceitos não fazem, hoje em dia, parte da definição de DPOC, tal como é apresentada pelo GOLD.A bronquite crónica é definida pela produção de muco e tosse por um período mínimo de três meses por ano, considerando dois anos consecutivos. Esta definição não reflecte o grande impacto da obstrução ao fluxo aéreo na morbilidade e mortalidade nos doentes com DPOC. Aproveitamos para lembrar que a tosse e a produção de muco podem preceder durante anos o desenvolvimento de limitação do fluxo aéreo. Por outro lado, há fumadores que desenvolvem obstrução brônquica significativa sem que refiram tosse crónica ou expectoração.
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O conceito de enfisema é o de destruição das paredes bronquiolares (brônquios mais finos) e alveolares. A noção popular de enfisema é a de que se trata de uma patologia grave, incapacitante e mortal. Pois, na DPOC, a regra é “nem oito, nem oitenta”. Na verdade, nem a tosse “de fumador”, nem a produção habitual de expectoração são inocentes, dado precederem a obstrução brônquica, acompanhando-a no seu carácter progressivo. Depois, muitos doentes com DPOC têm uma componente enfisematosa variável, sem sofrer do estigma do enfisema fatal.
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Daí não devermos criar uma imagem excessivamente negativa para a DPOC. A doença é prevenível e tratável. O carácter progressivo com que é conotada advem da contínua exposição aos irritantes tóxicos, com destaque para o fumo do tabaco. Está largamente comprovado que a cessação tabágica é a medida de maior benefício e maior eficácia no controlo da evolução da doença.
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A espirometria é essencial para o diagnóstico de DPOC e informa do grau de gravidade da doença. Infelizmente, a acessibilidade à espirometria ainda é muito limitada nos Centros de Saúde. A Sociedade Portuguesa de Pneumologia, com o patrocínio da Pfizer e da Boerhinger, tem vindo a efectuar rastreios a fumadores com mais de 40 anos pelo país. Estamos muito próximo dos 5000 exames efectuados. Se é fumador e se deparar com uma carrinha PNEUMOBIL aproveite e faça o seu rastreio de DPOC.
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Não esqueça: conheça a DPOC antes que a DPOC se dê a conhecer.(Médicos de Portugal)

sábado, 1 de março de 2008

Obesidade



Direcção-Geral de Saúde lança certificação de alimento saudável
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Qualquer empresa pública ou privada do sector da alimentação pode candidatar-se ao novo selo “selecção positiva”, promovido pela Direcção-Geral de Saúde para certificar produtos que previnam o excesso de peso, informou aquela entidade.
Apesar de o regulamento de reconhecimento ser ainda provisório, o coordenador da Plataforma contra a Obesidade da DGS, João Breda, referiu estarem já abertas as candidaturas e acrescentou que “brevemente” o público poderá adquirir produtos comprovadamente mais saudáveis e que ajudam na prevenção da obesidade face ao reduzido número de calorias (pela pouca quantidade de açucares e gorduras).

-“Os critérios, que já são muito exigentes, podem alterar-se apenas para serem ainda mais exigentes”, indicou à Lusa o especialista em nutrição. O novo selo visa “reconhecer e motivar as empresas para melhorar o perfil nutricional dos seus alimentos”, afirmou João Breda, acrescentando que os consumidores poderão assim reconhecer mais facilmente os produtos que previnem a obesidade.

Além da qualidade do perfil nutricional dos alimentos, as empresas terão ainda de cumprir regras aos níveis da rotulagem e da publicidade. “Entre os critérios está também a responsabilidade social das empresas”, resumiu João Breda, recordando que o lançamento do selo se inspirou em iniciativas da Fundação Portuguesa de Cardiologia e critérios internacionais. O selo de qualidade será válido por um ano e qualquer empresa pública ou privada da indústria alimentar e restauração pode candidatar-se espontaneamente. O período previsto de avaliação da candidatura é de seis semanas após a sua recepção.

O lançamento da campanha visa incentivar uma progressiva mudança nos hábitos alimentares dos portugueses, que actualmente ingerem muitas calorias, entre açúcares e gorduras, e cada vez menos frutos e vegetais, lê-se no regulamento da DGS.

Em Portugal, cerca de 32 por cento das crianças entre os sete e os nove anos de idade têm excesso de peso e 11 por cento são obesas, enquanto em idade pré-escolar há sete por cento de obesos e 24 por cento com peso a mais.

Entre os adultos, os indicadores referem uma população com excesso de peso a rondar os 54 por cento e 14 por cento obesa. Os custos directos com a obesidade devem absorver 3,5 por cento das despesas totais em Saúde. Estima-se que mais de 50 por cento da população mundial será obesa em 2025 se não forem adoptadas medidas concretas.(Público)

Falsos deficientes

Falsa deficiência para obter benefícios fiscais
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Meio milhar de contribuintes do distrito de Santarém receberam, indevidamente, benefícios fiscais destinados a pessoas com deficiência. Metade optou por repor, voluntariamente, as verbas. Um pequeno grupo - cerca de uma dezena de pessoas - incorre no crime de fraude fiscal. São suspeitas de terem apresentado falsos atestados médicos.
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Na lista dos infractores, encontram-se muitos profissionais da saúde - entre os quais médicos - funcionários públicos e até pessoal do Fisco. As Finanças de Santarém foram lesadas em cerca de 292 mil euros, devido a esta situação. O director distrital das Finanças de Santarém confirmou a situação ao JN. Segundo Mário Januário, foi no início de 2007 que, estranhando o elevado número de deficientes (com uma incapacidade atribuída de mais de 60%), decidiu avançar com uma investigação. Na altura, conta, pediu aos serviços uma lista das pessoas que, desde 2003, maiores benefícios tinham recebido. E ficou surpreendido com os resultados.
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491 apanhados em falta
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"Na primeira avaliação, fui confrontado pelos meus funcionários, que conheciam algumas das pessoas e nunca se tinham apercebido das suas deficiências", recordou. Foi o suficiente para o director, em funções em Santarém desde 2005, desencadear uma investigação mais profunda.
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Assim, foi elaborada uma nova listagem e todos os 3568 contribuintes com casos de deficiência declarada foram chamados pelos serviços, para apresentar documentos comprovativos da sua deficiência. Desses, 3111 fizeram-no. Os restantes 491 foram apanhados em falta.
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"Só foi possível conseguir detectar esta situação através do cruzamento de dados das várias instituições. O que, no passado, seria impossível", explicou.
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Do total dos infractores, 260 optaram por regularizar voluntariamente a situação, o que se traduziu no pagamento de 173 mil euros de impostos. Os restantes 231 estão a ser notificados para proceder aos pagamentos, que ascendem a 120 mil euros. Além do imposto, terão que pagar juros compensatórios. Por outro lado, serão levantados autos de notícia para instauração de processos de contra-ordenação. As coimas a pagar são iguais ao valor do imposto. (Jornal de Notícias)