quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Genéricos até 5 euros não baixam preço

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Medicamentos - Preços baixam a 1 de Outubro, mas há excepções
Genéricos até 5 euros não baixam de preço
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O Ministério da Saúde acatou as reclamações dos laboratórios farmacêuticos e decidiu abrir duas excepções para a descida de 30% dos preços dos genéricos. Os que custam até cinco euros vão manter o mesmo valor (para evitar que a indústria os retire do mercado por não serem rentáveis). E é criado um limite para a redução – só descem até metade do preço do medicamento de marca equivalente (quando, na prática, podiam ficar 65% mais baratos). A mudança entra em vigor a 1 de Outubro.
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Com estas alterações a previsão inicial de poupança até ao fim do ano foi revista. Em vez de 22,6 milhões o Estado poupa 20 milhões. Os doentes gastam menos dez milhões – e não 11,6 milhões.
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O secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, admite que está a pedir-se "um grande sacrifício ao sector", mas explica que esta descida imposta pelo Governo tem dois motivos: conter a despesa do Estado, que cresceu no primeiro semestre acima do previsto (5,1%) e combater o problema há muito identificado – os genéricos continuam muito caros. Prova disso é Portugal ser o único país onde as marcas brancas têm quotas de mercado em valor superiores às quotas de mercado em embalagens. O objectivo do Governo é "corrigir este excesso de preço" e equiparar a fatia de mercado nestas duas vertentes.
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Francisco Ramos adianta que as mudanças não ficam por aqui. Em estudo estão novas medidas para incentivar os genéricos. Acelerar a entrada no mercado e tornar a comparticipação automática são hipóteses. O objectivo é colocar os genéricos a competir pelo preço. O próprio modelo de comparticipação que será alterado. Hoje o Estado comparticipa uma percentagem do valor do genérico mais caro (mesmo quando o utente compra um remédio de marca). No futuro, a comparticipação poderá passar a ter um valor fixo em todos os medicamentos equivalentes, para incentivar doentes e médicos a optarem pelos mais baratos. (Correio da Manhã)
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