terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Obesos sobrevivem melhor a doenças cardiovasculares do que magros

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Cardiologia
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Os obesos correm o risco acrescido de ter doenças cardiovasculares mas também são os que, relativamente aos magros, sobrevivem melhor a essas patologias, revelou hoje o presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, Manuel Carrageta, citando um estudo norte-americano.
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O estudo, a cargo de médicos do Departamento de Prevenção e Reabilitação Cardíaca do Centro Médico Ochsner, em Nova Orleães, foi recentemente publicado na revista Jornal do Colégio Americano de Cardiologia, órgão do qual Manuel Carrageta é membro.
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Em declarações à agência Lusa, o presidente da Federação Portuguesa de Cardiologia considerou a investigação "muito importante", já que "veio confirmar o que se suspeitava: que os obesos suportam melhor as doenças cardiovasculares do que os magros".
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"A gordura acaba por dar ao organismo uma energia adicional que ajuda a combater a doença", explicou, adiantando que as patologias cardíacas "comportam-se de maneira diferente" nas pessoas magras e nas que têm excesso de peso.
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Nos obesos, a doença cardíaca é uma "consequência" do excesso de peso e nos magros é "hereditária", precisou Manuel Carrageta.
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O "facto novo" indicado pelo estudo, e também paradoxal, segundo o cardiologista, é que, apesar de a "obesidade ser um factor de risco muito forte das doenças cardiovasculares, de aumentar a probabilidade do aparecimento de todas as doenças cardíacas", quando a "pessoa obesa está doente, a doença do coração tem menos gravidade do que nos magros".
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"As pessoas gordas que emagrecem um pouco, melhoram muito", sublinhou, acrescentando que a resposta ao tratamento é bem sucedida em todas as patologias cardiovasculares, como a insuficiência cardíaca, hipertensão, angina de peito, doenças vascular periférica e coronária.
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Por isso, advogou o presidente da Federação Portuguesa de Cardiologia, os médicos não devem "culpabilizar, penalizar o doente por ser gordo" mas antes "aconselhá-lo a perder um pouco de peso".
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O estudo permite "dar mais esperança ao doente" obeso, concluiu Manuel Carrageta, sustentando que "o optimismo ajuda a curar".(Público - Peso & Medida)
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