terça-feira, 4 de novembro de 2008

Estudo analisa relação entre efeitos secundários e recorrência do cancro da mama

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Dados de uma análise retrospectiva sugerem que as mulheres que sofreram determinados efeitos secundários com o fármaco anastrozol ou com o tamoxifeno, para o tratamento adjuvante do cancro da mama na pós-menopausa, tinham menos probabilidade de recorrência da doença, em comparação com aquelas que não apresentaram efeitos adversos.
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De acordo com o principal autor, o Professor Jack Cuzick, epidemiologista do "Cancer Research UK", o estudo descobriu que os afrontamentos, suores nocturnos e dores nas articulações podem ser utilizados para prever quão efectivo será o tratamento hormonal para uma paciente com cancro da mama.
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Os investigadores utilizaram dados de 3.964 mulheres de um ensaio, que comparou a efectividade do anastrozol, comercializado como Arimidex, da AstraZeneca, ou em diversas versões genéricas, à do tamoxifeno, como tratamento adjuvante para o cancro da mama em fase inicial em pacientes na pós-menopausa.
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Os investigadores compararam as mulheres que relataram sintomas vasomotores ou articulares, aos três meses, àquelas que não relataram os sintomas, para determinar se existia uma relação entre os efeitos secundários e uma subsequente recorrência da doença.
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As descobertas, publicada na "The Lancet Oncology", demonstraram que 37,5 por cento das participantes desenvolveram sintomas vasomotores, num período de três meses após o inicio da terapia, e que essas pacientes tinham 16 por cento menos probabilidade de ter uma subsequente recorrência da doença, em comparação com as mulheres que não apresentaram efeitos adversos.
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Adicionalmente, 31,4 por cento das mulheres experimentaram dores articulares, num período de três meses, e estas pacientes tinham 40 por cento menos probabilidade do cancro da mama voltar do que aquelas que não apresentaram dores nas articulações.
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Relativamente à ligação entre os efeitos secundários e a eficácia dos fármacos, o Professor Cuzick explicou que o tratamento está delineado para privar potenciais cancros de estrogénio, sendo que estes sintomas significam que existem níveis mais baixos de estrogénio no organismo.
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Contudo, o investigador alerta que ainda é muito cedo para afirmar se é essencial ter estes sintomas para o tratamento ser efectivo. (Farmacia.com.pt)
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