sábado, 29 de novembro de 2008

Saúde 24: "Houve pressões" para assinar carta

-
Saúde 24: Abaixo-assinado dos funcionários do atendimento
“Houve pressões” para assinar carta
-
Há três semanas que uma carta negando a existência de problemas da Linha de Saúde 24 foi posta a circular junto dos funcionários para que estes se demarcassem das notícias sobre o "caos organizativo" do atendimento e assegurassem que "as condições de trabalho e as relações interpessoais se passam dentro da maior cordialidade e profissionalismo". Alguns profissionais ouvidos pelo CM queixam-se de terem sido objecto de "pressão psicológica" para subscrever o texto divulgado na segunda-feira, depois de a Ordem dos Farmacêuticos desaconselhar a linha.
-
De acordo com um comunicado enviado à agência Lusa, 120 dos 300 funcionários dizem que "os comentários sobre a qualidade do serviço não têm qualquer aderência à realidade" e que "as referências às condições de trabalho são grotescas". Mas, ao que o CM apurou, a maioria das assinaturas é do Porto, já que em Lisboa muito poucos se quiseram aliar àquelas declarações. A carta foi posta a circular por um dos três supervisores que ficou de fora das denúncias feitas por oito coordenadores à ministra da Saúde, Ana Jorge.
-
O responsável pela empresa gestora LCS, Ramiro Martins, diz que teve conhecimento da carta a meio da tarde de segunda--feira através de e- -mail, mas prefere não comentar nem a posição dos Farmacêuticos, nem este abaixo-assinado. "Os utentes estão satisfeitos e, pelos vistos, os profissionais também", defende.
-
Hoje, a comissão parlamentar de Saúde vota a presença do director- -geral da Saúde, Francisco George, para explicar os problemas na linha. A proposta é do próprio PS, depois de na passada semana ter sido o único partido a chumbar a audição de Francisco George, da LCS e da enfermeira suspensa.
-
A Ordem dos Enfermeiros continua a acompanhar o caso e vai propor uma reunião conjunta com todos os intervenientes. O vice-presidente, Jacinto Oliveira, admite "que há aspectos susceptíveis de melhoria". (Correio da Manhã)
-