terça-feira, 15 de julho de 2008

Há cada vez mais medicamentos falsificados

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Ásia e África vítimas de tratamentos inúteis
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A malária é uma doença cruel, porque pode voltar uma e outra vez, sem que se ganhe imunidade. Mas os homens podem ser ainda mais cruéis do que a doença, pois mais de um terço dos medicamentos contra a malária vendidos na Ásia e em África são falsificados; mesmo tomando-os, os doentes morrem.
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Um estudo divulgado em Maio testou medicamentos antimaláricos vendidos em seis países africanos, na zona onde a malária é mais grave e mais espalhada: Gana, Tanzânia, Uganda, Ruanda, Nigéria e Quénia. Os resultados, publicados numa das revistas editadas pela Public Library of Science (acessível gratuitamente a partir do site http://www.plos.org ) são preocupantes: 35 por cento das amostras não tinham uma quantidade suficiente do medicamentos para serem eficazes. Quem as tomasse poderia morrer.
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Igualmente preocupante, 33 por cento eram compostos apenas por medicamentos à base de artemisinina, a mais recente arma terapêutica contra a malária, que a Organização Mundial de Saúde recomenda que seja utilizada sempre em combinação com outras drogas, para não facilitar o surgimento de resistências.
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Até agora, não foi detectada resistência às artemisininas, mas o que aconteceu com outras drogas ilustra o perigo.
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Na Tailândia, por exemplo, a sulfadoxina-pirimetamina era 100 por cento eficaz, quando foi introduzida, em 1977. Mas, dez anos depois, curava apenas dez por cento dos casos de malária.
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O problema dos medicamentos falsificados está apenas a começar em África - em 2006.
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No Sudeste asiático é que é um problema já bem conhecido, desde 1998. Aí fala-se de uma epidemia de falsificações: entre 38 e 52 por cento dos antimaláricos disponíveis na região podem ser falsificados.
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Só em Abril deste ano, a Interpol desmantelou uma rede que tinha 240.000 embalagens de artemisininas falsificadas. C.B. (Público)
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