sábado, 5 de julho de 2008

Saúde: Pedopsiquiatras vão estudar influência da depressão paterna no comportamento emocional dos filhos

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Pedopsiquiatras portugueses vão investigar a influência da depressão paterna no comportamento e desenvolvimento emocional das crianças nos primeiros anos de vida, uma vez já ter sido comprovado que o estado emocional das mães pode afectar o bebé.
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A experiência vivida na consulta de "Bebés Irritáveis" da Unidade de Primeira Infância do Hospital D. Estefânia levou os médicos a quererem investigar a relevância que poderá ter os sentimentos depressivos vividos pelo pai quando a criança nasce no comportamento do filho.
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"Uma das situações que temos verificado e que tem um peso importante é que muitos dos bebés irritáveis têm uma relação com a depressão materna", disse em entrevista à agência Lusa o pedopsiquiatra Pedro Caldeira da Silva, responsável pela unidade de saúde mental para crianças, criada há 25 anos.
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Os efeitos da depressão paterna ainda são pouco conhecidos, mas Pedro Caldeira da Silva adiantou que a equipa já constatou essa influência nalguns casos que chegaram à consulta.
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"Se a depressão materna é pouco considerável, a depressão paterna então é completamente desqualificada e parece-nos que tem alguma relevância como temos vindo a verificar nas consultas e que queremos confirmar através de uma investigação", sustentou.
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O médico argumentou que "o sentimento depressivo e de exclusão que os pais experienciam quando um bebé nasce pode ter mais relevância, directa ou indirectamente através da mãe, no desencadear destas situações".
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Mas, segundo o pedopsiquiatra, é mais difícil chegar aos homens, porque têm "mais dificuldade em aceitar ou reconhecer que possam ter algum tipo de problema emocional ou afectivo".
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Apesar de os pais terem um papel cada vez mais interveniente na vida dos filhos, "em termos teóricos e clínicos, há muito a tendência para esquecê-los", acrescentou o médico à Lusa. (RTP)
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