domingo, 5 de outubro de 2008

Dores nas costas custam milhões

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Alerta: Especialistas pedem mais unidades especializadas
Dores nas costas custam milhões
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Um milhão e quatrocentos mil portugueses sofrem actualmente de dor moderada a grave. A principal causa de dor crónica é a dor de costas (lombalgia), cujos tratamentos custam ao País cerca de 997 milhões de euros por ano. Esta verba inclui os custos directos e os indirectos, como as faltas ao trabalho e as reformas antecipadas.
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Estes números merecem uma reflexão no Dia Mundial Contra a Dor, que se assinala a 11 de Outubro, e justificam a criação de Unidades de Dor, de diferentes níveis de assistência, nos hospitais. A medida está prevista no Programa Nacional de Luta Contra a Dor Crónica e é defendida pelos especialistas; no entanto, estes dizem que existem em número insuficiente. Um dos hospitais que dispõe não de uma unidade, mas de uma Consulta da Dor, é o Hospital de Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, a funcionar desde 1998.
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O número de doentes ali tratados para o controlo da dor tem vindo a crescertodosos anos, a um ritmo médio de cem por ano. Hoje, são ali assistidos cerca de 800 doentes por ano. Alguns sofrem de cancro, outros padecem de dores musculares (músculo-esquelético) ou dores nas articulações (osteoarticulares).
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HÁ FALTA DE MEIOS
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A médica anestesista Margarida Frias, coordenadorada Consulta da Dor no Hospital do Barreiro, reconhece ao CM a insuficiência de meios face à quantidade de doentes: "A consulta funciona um dia por semana, mas devíamos ter, pelo menos, dois dias."
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A maioria dos doentes tem entre 50 e 60 anos, mas, segundo Margarida Frias, já "começam a surgir doentes mais jovens, com menos de 40 anos e alguns, poucos, com 18 anos a queixarem-se de lombalgias."
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O investigador dos mecanismos da neurobiologia da dor e coordenador da Comissão Nacional de Controlo da Dor, Manuel Castro Lopes, revela conclusões de um estudo da Faculdade de Medicina do Porto: 31 por cento dos portugueses com mais de 18 anos sente dores; 14,3 por cento – um milhão e 400 mil portugueses – queixa-se de dores moderadas a grave. (Correio da Manhã)
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