sexta-feira, 6 de junho de 2008

Obesidade infantil quase imbatível após os 11 anos

Saúde. Estudos revelam que daqui a 20 anos os filhos morrem antes dos pais
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Especialistas alertam para o acentuado aumento da doença
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A obesidade pediátrica está a aumentar em Portugal, e em menores cada vez mais novos. Acresce que uma criança que atinja os cinco/seis anos com sobrepeso tem 50% de hipóteses de se tornar num adulto obeso. A partir dos 11 anos, é quase impossível reverter o processo: as hipóteses rondam os 80%, salientou ao DN a pediatra Carla Rego, presidente da organização do 18.º Encontro Anual do European Childhood Obesity Group, a decorrer no Porto.
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Sobre a doença crónica que reúne especialistas internacionais, a investigadora considerou assustadoras as taxas de obesidade infantil, que afectam as crianças em termos fisiológicos, psicológicos e sociais. Trata--se de patologias diversas como diabetes, hipertensão, dislipidemia, problemas cardiovasculares, alteração das gorduras do sangue e mesmo determinados tipos de cancro.
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A massa corporal excessiva, acentuou Carla Rego, faz com que a criança e o adolescente tendam a não gostar da sua imagem, isolando-se, tristes. E daí a dificuldade de inserção nos grupos, a falta de auto-estima, o baixo rendimento escolar, as depressões e, até, os suicídios. Dados recentes indicam que daqui a 20 anos "poderemos ter filhos a morrer antes dos pais". Ou seja, sublinhou Carla Rego, "estamos a antecipar para a idade pediátrica, dos zero aos 18 anos, as doenças inerentes à velhice".
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Sabe-se, ainda, que uma mãe obesa tende a ter filhos obesos, que vêm a ser adultos obesos, pelo que se torna vital saber como quebrar este ciclo vicioso. A presidente deste encontro médico precisa que, "até ao sexto mês do bebé, a alimentação deve ser, em exclusivo, o leite materno".
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A abordagem terapêutica é incompatível com o ministrar de fármacos, impondo-se a mudança de comportamentos. Ainda que existam crianças com propensão para a acumulação de gorduras, devido a factores genéticos, a verdade é que o sedentarismo e a abundância de alimentos calóricos contribuem para o progredir da doença. (DN Online)

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