sábado, 27 de junho de 2009

Investigadores identificam uma proteína que inibe a metástase do cancro

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Investigadores do Hospital Infantil de Boston, em Massachusetts, conseguiram isolar um potente inibidor das metástases tumorais, produzidas pelas células cancerígenas, que poderá vir a ser utilizado como tratamento anti-cancerígeno.
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A metástase, na qual as células cancerígenas migram para outras partes do organismo, é uma das principais causas de mortalidade devido a cancro e ainda não foi aprovada uma terapia para inibir ou tratar as metástases.
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Os investigadores descobriram que os tumores metastáticos preparam os órgãos distantes, para produzir a metástase, ao segregar determinadas proteínas que fomentam o crescimento tumoral e atraem vasos sanguíneos para dar suporte ao tumor.
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Agora, os investigadores demonstraram que os tumores não metastáticos segregam uma proteína chamada prosaposina, que inibe a metástase ao provocar a produção de factores que bloqueiam o crescimento dos vasos sanguíneos.
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Os investigadores descobriram que as células dos tumores da mama e da próstata que não produziam metástases segregavam altos níveis de prosaposina, enquanto que os tumores metastáticos segregavam muito pouca.
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Quando os investigadores injectaram em ratos células tumorais que eram muito metastásicas, mas às quais tinham acrescentado prosaposina, a metástase pulmonar foi reduzida em 80 por cento e a dos nódulos linfáticos foi eliminada por completo, além de ter sido aumentado o tempo de sobrevivência dos animais. Por outro lado, ao suprimir a expressão da prosaposina nas células tumorais, foram observadas mais metástases.
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Os resultados, publicados na edição digital da “Proceedings of the National Academy of Sciences”, também demonstraram que, ao injectar prosaposina de forma directa nos ratos que tinham recebido uma injecção de células tumorais, estas células não formaram metástases nos pulmões ou, se o fizeram, eram muito mais pequenas. Estes ratos viveram mais tempo, pelo menos mais 30 por cento, do que os ratos que não receberam prosaposina.
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Os investigadores demonstraram ainda que a prosaposina estimula a actividade de um supressor tumoral bem conhecido, denominado p53, no tecido conectivo à volta do tumor. Por sua vez, isto estimulava a produção de trombospondina-1, um inibidor natural do crescimento dos vasos sanguíneos, tanto no tecido conectivo como nas células de localização distante.
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O Dr. Randoph S. Watnick, responsável pelo estudo, explicou que a prosaposina, ou os derivados que estimulam a actividade do gene p53 de uma forma similar no tumor do tecido conectivo, poderiam ser uma forma eficaz de inibir os processos de metástase nos humanos.(farmacia.com.pt)
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