quinta-feira, 6 de março de 2008

Como evitar a propagação da hepatite


Como evitar propagação da hepatite
Rastreio e a informação das populações podem até erradicar o vírus

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O rastreio da hepatite e a informação das populações sobre a doença podem ajudar a diminuir a propagação do vírus C e até erradicar o vírus B em Portugal, disse hoje fonte da Sociedade Portuguesa de Hepatologia (SPH).
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«Para a hepatite C não há vacina, mas há certos cuidados a ter e se as pessoas estiverem informadas pode evitar-se o contágio. Em relação ao vírus B, com as populações esclarecidas e com o uso da vacina, pode ser reduzido e mesmo evitado», explicou a presidente da SPH, Estela Monteiro, em declarações à Agência Lusa.
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Em Portugal, estima-se que hajam cerca de 170 mil doentes diagnosticados com hepatite C e cerca de 130 mil com hepatite B, apesar de os rastreios ainda serem «deficientes e escassos», de acordo com a SPH.
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«Ainda não está a ser feito o rastreio nacional de hepatites», afirmou Estela Monteiro, acrescentando que a SPH pretende alertar a Direcção-Geral da Saúde para este «problema de saúde pública».
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A cirrose hepática alcoólica, cujos doentes afectados estão estimados em cerca de 150 mil, é a doença do fígado mais frequente e a que causa, neste âmbito, mais mortalidade em Portugal, seguida dos vírus B e C. No caso da hepatite A a doença tem cura.
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«O álcool não faz mal se for consumido moderadamente, perigoso é a ingestão de grandes quantidades e as misturas que os jovens fazem hoje em dia», explicou também Estela Monteiro.
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De acordo com o hepatologista Fernando Ramalho, responsável pela Unidade de Hepatologia do Hospital de Santa Maria, «Portugal continua a ser um grande consumidor de álcool e perdeu-se o hábito de saber beber».
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«Os adolescentes e os adultos jovens, a população mais vulnerável, são muito sensíveis ao álcool e a médio prazo 8 a 12 por cento irão desenvolver doenças de fígado», explicou o hepatologista.
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Também o excesso de peso, que tem aumentado ultimamente na população portuguesa, pode conduzir a um aumento das doenças do fígado, «essencialmente devido a uma sobrecarga de gordura neste órgão», segundo a SPH.
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Para desenvolver a área dos estudos do fígado, uma das principais causas da mortalidade dentro da gastroentrologia, foi criada em Maio de 2007 a Sociedade Portuguesa de Hepatologia, que reúne pessoas de todas as áreas científicas e vai organizar de 06 a 08 de Março, em Lisboa, o primeiro congresso português da especialidade.
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«Queremos reunir a comunidade científica e, para além disso, vamos fazer uma sessão pública de esclarecimento no dia 08, no Centro de Congressos de Lisboa, para mostrar os riscos do álcool e das hepatites e depois as pessoas podem fazer as perguntas que quiserem», explicou Estela Monteiro.
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Para Emília Rodrigues, presidente da SOS Hepatites, o número de 100 associados do organismo revela o «grande estigma e a discriminação» subjacente à doença e que «leva as pessoas a fugirem de se associarem».
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«É importante apelar ao rastreio e é isso que fazemos. De 15 em 15 dias vamos para a rua, damos folhetos, preservativos, alertamos quem passa para a necessidade de rastreio, mas, primeiro de tudo, temos de consciencializar os médicos de família», disse à Lusa a presidente da SOS Hepatites. (Portugal Diário)

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