domingo, 16 de março de 2008

Rede veio piorar cuidados continuados



Rede veio piorar cuidados continuados
Hospitais queixam-se de congestionamento que antes não existia
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A rede de cuidados continuados não está a dar resposta aos pedidos dos hospitais para os doentes com tuberculose, afirmaram ontem responsáveis do Pulido Valente e de Santa Maria, em Lisboa. Para o director clínico do Hospital de Santa Maria, Correia da Cunha, "a situação piorou", uma ideia partilhada pelo director do serviço de pneumologia do Pulido Valente, Jaime Pina. "Tivemos uma doente que esteve 200 dias à espera", afirmou o clínico.
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Para estes responsáveis, que sublinham a importância da criação desta rede, "antes, a situação resolvia-se de forma informal, recorrendo a acordos com os privados e sociais". Contudo, agora que há uma rede organizada, o escoamento de doentes é mais difícil, porque as camas são ainda insuficientes, em particular nas grandes cidades. E, ao mesmo tempo, a nova estrutura desmantelou os contactos anteriores.
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O alerta foi dado no dia em que Jorge Sampaio visitou a unidade de pneumologia do Pulido Valente, antecipando o dia mundial contra a tuberculose. O ex-presidente da República anunciou que vai continuar por mais um ano como enviado especial das Nações Unidas para a Luta contra a Tuberculose, cargo que ocupa desde 2006. Sampaio alertou para a necessidade de reforçar o combate à doença, que mata 1500 pessoas no mundo todos os dias, e que é muitas vezes a causa de morte de doentes com VIH/sida.
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Miguel Vilar, da Direcção-Geral da Saúde, avançou ontem os números provisórios da incidência da doença em Portugal. Os novos casos desceram 14% entre 2006 e 2007, atingindo 25,7 doentes por cada cem mil habitantes. Em 2006, eram 29,9 doentes por cem mil habitantes. A incidência da tuberculose associada à VIH/sida foi no ano passado de 13,6 por cada cem mil habitantes. Os números mostram uma descida, mas Portugal continua a ter as taxas mais altas da Europa. Pedro Silvério Marques, do GAT (Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/sida), lembrou que, apesar da descida, estes números ficam ainda aquém do desejável e acima dos objectivos definidos pela própria Direcção-Geral da Saúde - 18 por cada cem mil habitantes. (Diário de Notícias)

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