terça-feira, 22 de abril de 2008

Doentes rumam a Cuba com Ordem indignada


Protocolo destina-se a doentes idosos ou munícipes carenciados

São cerca de 30 mil euros que a Câmara de Santarém está disposta a pagar aos Serviços Médicos Cubanos, por intervenções cirúrgicas a doentes oftalmológicos do concelho. O protocolo estabelecido ontem, entre o município e uma representante do Governo cubano, destina-se somente a idosos e munícipes carenciados do concelho. A autarquia não fecha a porta a futuros acordos que se estendam a outra áreas de atendimento médico. Uma decisão que levou a Ordem dos Médicos a acusar o município, liderado por Moita Flores, de se "aproveitar dos utentes com fins eleitoralistas".
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O autarca salientou que o protocolo se reveste de uma "dimensão humanista" e que não se trata de um afronto aos serviços de saúde portugueses ou uma forma alternativa de combate às listas de espera. Porém, em declarações ao JN, o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Pedro Nunes, não só questionou os efeitos e os métodos clínicos que serão usados pelos congéneres cubanos, como classificou a decisão escalabitana de "bizarra e miserável".
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A capital do Ribatejo torna-se, assim, no terceiro concelho a nível nacional a estabelecer parcerias com médicos cubanos. Um processo encetado em Novembro de 2007 pelo município de Vila Real de Santo António (ver caixa). O acordo prevê intervenções cirúrgicas às cataratas, pterígio e retinose pigmentar, tratamentos ao glaucoma, estrabismo, miopias, hipermetropias e com excimer laser.
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"Acho bizarro que uma Câmara gaste o dinheiro do erário público desta forma, porque os doentes não devem ser usados como armas da máquina eleitoral autárquica e pela força de propaganda", disse Pedro Nunes, da OM. "Portugal não está num estado catastrófico para que se tenha de recorrer a Cuba. Pelo menos que o fizessem com países da União Europeia", acrescentou.
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Indiferente à polémica, fonte da Câmara Municipal contactada pelo JN revelou que, ainda o acordo não estava assinado, e já vários utentes, que estão em listas de espera, tinham contactado a autarquia com a intenção de serem operados. (Jornal de Notícias)

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