segunda-feira, 21 de abril de 2008

Saúde: Duas centenas de otorrinolaringologistas portugueses e espanhóis em Lisboa

Os problemas causados pela congestão nasal vão ser hoje debatidos por duas centenas de otorrinolaringologistas, cem portugueses e cem espanhóis, que analisarão também os resultados de estudos nesta área, já que se trata de um problema incapacitante.
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Na I Reunião Ibérica de Inflamação e Congestão Nasal, que decorre ao longo do dia no Hotel Dom Pedro, em Lisboa, os clínicos vão destacar o facto de as patologias do nariz afectarem o rendimento laboral dos adultos e o rendimento escolar das crianças.
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"Este tipo de problemas afecta os ritmos de sono, fazendo com que um trabalhador ou um estudante tenha dificuldades de concentração no dia seguinte", explicou à agência Lusa o presidente da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia, João Marta Pimentel.
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De acordo com o especialista em doenças dos ouvidos, nariz e garganta, "o que leva mais frequentemente o doente à consulta é a congestão nasal", sendo a rinite um dos problemas mais comuns.
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"A rinite pode ser alérgica ou não alérgica mas a rinite alérgica afecta actualmente 20 a 25 por cento da população portuguesa", afirmou o médico.
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Na opinião do clínico, "faltam em Portugal estudos sobre esta matéria, como os desenvolvidos nos Estados Unidos, onde a rinite alérgica causa seis milhões de dias de absentismo entre os adultos activos e dois milhões de faltas nos estudantes, além de custar ao governo 1,5 mil milhões de dólares em tratamentos".
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João Marta Pimentel, que é também o director do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, espera que do encontro resultem "recomendações para os médicos e para o público em geral".
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De acordo com um estudo elaborado em finais de 2007 pela Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica em parceria com a Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia, "mais de 450 mil portugueses com idade superior a 15 anos sofre de congestão nasal grave, com maior incidência nas mulheres".
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Orientado pelo professor Massano Cardoso, o estudo inquiriu cinco mil portugueses e concluiu que 18,5 por cento dos portugueses vive com o nariz entupido, 12,2 por cento tem os ouvidos obstruídos ou tapados e 12,2 por cento regista dificuldade em ter cheiro.
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A investigação permitiu ainda apurar que "16 por cento dos portugueses respira pela boca porque não consegue respirar pelo nariz, 13,2 por cento tem dificuldade em descongestionar o nariz mesmo depois de se assoar várias vezes, 16 por cento tem pingo no nariz, outros 16 por cento acorda de manhã com o nariz tapado ou obstruído, 18 por cento acorda com a boca seca e 17 por cento ressona".
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Além de João Marta Pimentel, na I Reunião Ibérica de Inflamação e Congestão Nasal vão estar presentes otorrinolaringologistas dos hospitais de São José e Dona Estefânia, de Lisboa, dos Hospitais da Universidade de Coimbra, do Hospital de São João (Porto) e do Hospital Pedro Hispano (Matosinhos), entre outros.
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Em representação de Espanha estarão em Lisboa, entre outros clínicos, Adolfo Sarandeses García, presidente da Comissão de Rinologia da Sociedade Espanhola de Otorrinologia, Joaquim Mullol, ex-presidente da Secção de Otorrinologia da Academia Europeia de Alergologia e Imunologia Clínica, e António Valero, coordenador da Comissão de Rinoconjuntivite da Sociedade Espanhola de Alergologia e Imunologia Clínica. (RTP)

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