O uso de substitutos de sangue para tratar quem precisa de uma transfusão poderá aumentar 2,7 vezes o risco de ataque cardíaco, e alguns ensaios clínicos relativos a cinco produtos concluíram que o risco de morte aumenta em cerca de 30 por cento, adianta um estudo dos Institutos Nacionais de Saúde norte-americanos (NIH) que será publicado na edição de 21 de Maio do Journal of American Medical Association.
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O estudo foi coordenado por Charles Natanson, do NIH, que usou os dados de análises anteriores para avaliar a relação entre cinco substitutos de sangue baseados na hemoglobina e os riscos de ataque cardíaca e morte. Os cinco produtos tinham sido usados em intervenções cirúrgicas e em traumatizados ou vítimas de acidentes vasculares cerebrais e as bases de dados incluíam informações de 3711 pacientes com mais de 19 anos. Verificaram-se 164 casos entre as pessoas tratadas com substitutos de sangue e 123 mortes no grupo ao qual não foi ministrado qualquer produto.
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Desta forma, o estudo concluiu que os substitutos de sangue estão associados a um aumento de 30 por cento no risco de morte e, em todos os testes combinados,, os riscos de ataque cardíaco aumentaram 2,7 vezes.
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"Os promotores dos ensaios são obrigados, por lei, a divulgar os resultados à Food and Drug Administration (FDA, a entidade reguladora dos medicamentos nos EUA) depois de estarem completos, mesmo que não publiquem os seus resultados. No entanto, os dados apresentados à FDA não são tornados públicos até que o produto seja aprovado", salientam os autores. Por isso, defendem que "os resultados de todos os ensaios clínicos (...) devem ser divulgados rápidamente às comunidades médica e científica".
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Este caso "sublinha a ineficácia científica e os verdadeiros riscos para os pacientes da falha em disponibilizar prontamente a informação", adiantou Charles Natanson. Os investigadores sublinham ainda que, se a FDA tivesse efectuado uma análise semelhante no ano 2000, ter-se-ia tornado óbvio que aqueles produtos aumentam o risco de morte. (Público)
1 comentário:
Filomena
Tenho no Silêncio Culpado um prémio para ti, neste 1º.de Maio em que se comemora a luta dos trabalhadores. Este prémio, o prémio da liberdade florida, decidi reparti-lo com as mulheres que me visitam e que lutam pela justiça, pela dignidade e pelo direito à diferença.
Mulheres que constroem, sofrem e amam mas que são, acima de tudo, mulheres inteiras que "pedalam" a dobrar num mundo competitivo ainda dominado pelos homens.
Abraço
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