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Os outdoors não deixam ninguém indiferente. Um coração e um cérebro, parcialmente cortados, são a imagem de marca de uma campanha de sensibilização pública, que arrancou no passado dia 15 de Janeiro, e cujo objectivo é alertar a população para as doenças cardiovasculares.
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“Mais rápido que…” um acidente vascular cerebral (AVC) e um enfarte agudo do miocárdio (EAM) é o slogan de uma campanha, promovida pela Coordenação Nacional das Doenças Cardiovasculares do Alto Comissariado da Saúde, que, desde 15 de Janeiro, está nas ruas de todo o País. Em vários locais públicos, foram espalhados cartazes e outdoors com um objectivo cirúrgico: reduzir a mortalidade cardiovascular em Portugal.
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“É possível ganhar vidas se o tratamento for instituído a tempo, mas, para que tal aconteça, é preciso que a população conheça os sinais de alerta, de modo a poder accionar, através do 112, o sistema médico pré-hospitalar”, explica o Prof. Ricardo Seabra Gomes, coordenador nacional para as doenças cardiovasculares.
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Para servir este propósito, foram criadas as Vias Verdes que, como descreve Ricardo Seabra Gomes, “são estratégias organizadas de diagnóstico, encaminhamento e tratamento expedito, sobretudo na fase pré-hospitalar”. Mas, para que o doente seja encaminhado rapidamente para o hospital mais adequado, “é preciso actuar com urgência”.
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O factor tempo é, aliás, uma condição essencial para que a terapêutica seja administrada dentro das três primeiras horas, após o início das queixas. Só assim será possível “abortar” o evento cardiovascular e impedir eventuais sequelas que, no limite, podem conduzir à morte.
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“A primeira reacção do doente é esperar que os sintomas passem”, lamenta o coordenador nacional para as doenças cardiovasculares. E apela à população para que não se dirijam pelos seus próprios meios ao hospital, já que, através das Vias Verdes, os doentes beneficiam de um acesso directo e em tempo útil às unidades de intervenção mais apropriadas.
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Sinais de alerta
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Segundo Ricardo Seabra Gomes, perante uma dor forte no peito, suores, náuseas ou vómitos, o doente não deve ignorar os sintomas, principalmente se os mesmos persistirem por mais de 5 minutos. “O primeiro passo é ligar o 112”, afirma.
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O Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) – local onde são recebidas as chamadas de emergências médica – “conhecedor das queixas, desloca os meios necessários a casa do doente”. Tratando-se de um enfarte, “o objectivo é realizar, rapidamente, um electrocardiograma: um exame que poderá ser feito no domicílio ou na ambulância”.
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Confirmado o diagnóstico, o INEM transporta o doente para o hospital mais adequado, podendo iniciar o tratamento antes mesmo da chegada ao Hospital.
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A instalação súbita de boca de lado, a dificuldade em articular palavras e a falta de força num dos membros são sinais que, à partida, podem denunciar a ocorrência de um AVC. Contudo, neste caso particular, será necessário realizar uma TAC, em ambiente hospitalar, para confirmar se o evento é de origem trombolítica, ou seja, se resulta do entupimento de uma artéria. Para se proceder à realização deste exame, o INEM encaminha os doentes para um dos hospitais, definidos pela coordenação, onde exista uma unidade de AVC. “É preciso ressalvar que, em ambos os casos, deve ser accionado o INEM, através da linha 112. Com o mecanismo das Vias Verdes, o doente carimba directamente o passaporte para as unidades de tratamento especializado”, completa.Fonte: Jornal do Centro de Saúde
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