quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

PJ investiga venda ilegal de anfetaminas

Na segunda-feira foi preso em Lisboa um "correio" com 110 mil cápsulas,
a maior quantidade apreendida de uma só vez em Portugal
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Uma parte significatiava das clínicas de emagrecimento e lojas de venda de produtos naturais e dietéticos de todo o Algarve, são suspeitos de serem utilizados como locais de venda de anfetaminas. Este tipo de droga, utilizada normalmente para melhorar os desempenhos físicos, chega a Portugal por via aérea, quase sempre proveniente do Brasil, e depois de embalada e vendida a preços que possibilitam margfens de lucro de quase 80 por cento - um negócio que rende quase tanto como o da cocaína.
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A Polícia Judiciária (PJ), por intermédio da Direcção Central de Investigação ao Tráfico de Estupefacientes (DCITE), está a investigar dezenas de estabelecimentos suspeitos, depois de na segunda-feira, no Aeroporto da Portela, em Lisboa, ter detido, numa acção preventiva de rotina, uma mulher de 57 anos, residente em Lagos, que transportava em duas malas, 110.500 cápsulas de anfetaminas.
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As cápsulas não possuíam qualquer tipo de etiquetagem nem outros elementos relativos à sua composição, sendo convicção da PJ que se trata de um produto fabricado num laboratório clandestino. O Brasil, de acordo com alguns investigadores da DCITE, é um dos maiores produtores mundiais de anfetaminas.
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Os inspectores da PJ já apuraram que a mulher que detiveram na Portela, numa operação a que chamaram Manter a Linha, não será mais do que um "correio" utilizado para o transporte da droga. Admitem que os empresários ligados a ginásios e estabelecimentos de produtos naturais possam ser os líderes de uma ou mais redes a actuar em Portugal, país onde o culto do físico associado a medicamentação perigosa e proibida tem vindo a aumentar.
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A sofisticação das redes portuguesas não é menosprezada pela PJ, que lhes reconhece grande capacidade de distribuição (admitem-se eventuais ligações a Espanha) e logística que, entre outros, lhes possibilita fazer a etiquetagem e embalagem do produto, como se o mesmo já viesse originalmente nessas condições.
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A progressão deste tipo de crime a nível nacional está demonstrada estatísticamente pela própria PJ, a qual enfatiza, nos seus relatórios anuais, os números relativos às apreensões de cápsulas ou comprimidos de anfetaminas. Enquanto em 2005 e 2006 as apreensões não ultrapassaram a centena de unidades, no primeiro semestre do ano passado este número disparou, com um total de 33.870 comprimidos apreendidos. (Público)

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