sábado, 16 de fevereiro de 2008

SAÚDE - Manifestantes exigem escola pública

Saúde: Utentes e autarquias de Almada, Seixal e Sesimbra querem escola pública
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Almada, Setúbal, 14 Fev (Lusa) - As Comissões de Utentes e as autarquias de Almada, Seixal e Sesimbra propuseram hoje a construção de uma escola de formação para profissionais de Saúde na Península de Setúbal para combater as más condições deste sector.
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A ideia surgiu no âmbito da manifestação organizada hoje pelas Comissões de Utentes de Saúde de Almada, Seixal e Sesimbra no Parque Urbano de Almada para reivindicar mais e melhores condições de saúde nestes três concelhos.
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O representante da Comissão de Utentes do Seixal, João Madeira, propôs a medida, apoiada pelos presidentes de Câmara de Almada e Seixal, que pretende colmatar a falta de profissionais de Saúde da região e do país.
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Para Maria Emília Neto de Sousa, autarca de Almada, "a região já mostrou ter gente com inteligência e seria muito importante para descongestionar Lisboa, maior pólo universitário do país", trazendo valências "fundamentais" para a zona.
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Uma posição subscrita pelo presidente da autarquia seixalense, Alfredo Monteiro, que acrescentou ainda que a solução já está contemplada no PEDEPS (Plano Estratégico de Desenvolvimento da Península de Setúbal) e que "traria novas respostas às necessidades da região".
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De acordo com o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Alfredo Monteiro, as medidas de reestruturação da área da Saúde a nível nacional terão provocado na região "uma das piores situações do país, senão a pior".
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Em causa estão o encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) de Corroios e do Seixal, a redução do horário de funcionamento do SAP de Almada e o adiamento da construção do Hospital do Seixal, que este ano não está contemplado no PIDDAC.
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Cerca de 300 pessoas acompanharam o protesto, que ficou marcado pelas posições das autarquias representadas, mas também das Comissões de Utentes de Saúde dos três concelhos, todas elas presentes.
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A concentração visou a defesa dos direitos e necessidades das populações dos três concelhos, nomeadamente exigindo a reabertura dos SAP encerrados, a construção de novos Centros de Saúde e do Hospital do Seixal e ainda a implementação de outras valências na organização.
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De acordo com um estudo realizado pela Escola de Gestão do Porto, a nova unidade hospitalar do distrito deverá ser de dimensão reduzida e apresentar valências tais como um hospital de dia, serviços ambulatórios, de reabilitação e uma unidade materno-infantil, justificada pelo constante crescimento demográfico e consequente aumento da população jovem nos concelhos envolvidos.
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No entanto, os responsáveis camarários e comissões pretendem que o hospital funcione também em regime nocturno e de urgências, bem como com possibilidade de internamento, propostas que não estão contempladas no projecto.
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Para os envolvidos, Corroios, Cova da Piedade, Feijó ou Quinta do Conde são as freguesias que necessitam "prementemente" de novas instalações de saúde, "propostas que já foram prometidas e com as quais membros do Governo já assumiram compromissos que não foram cumpridos", acusou Alfredo Monteiro.
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Da manifestação saiu a elaboração de uma moção de reivindicação dos pontos referidos anteriormente e que será entregue ao Ministério da Saúde, Presidente da República e Assembleia da República, uma medida que visa sensibilizar a nova ministra, Ana Jorge, para as condições de saúde na região.(Lusa-Rtp)

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