As novas recomendações europeias da HTA, apresentadas em Junho de 2007, estabelecem as regras de diagnóstico e tratamento dos doentes hipertensos, com base no cálculo do “risco cardiovascular global”.
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Não se vê, não se sente, mas a verdade é que, quando não controlada, pode conduzir à morte. Fala-se, pois, da hipertensão arterial (HTA), tantas vezes denominada de “assassina silenciosa”. Devido à ausência de sintomas, muitos doentes deixam que a situação se arraste, porque, simplesmente, desconhecem os níveis da sua pressão arterial.
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Através do último estudo epidemiológico nesta área, patrocinado pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão e apresentado pelo Prof. Mário Espiga de Macedo, chegou-se à conclusão de que cerca de 40% da população portuguesa é hipertensa e metade da qual ignora sofrer deste problema. Mas os números não ficam por aqui: do total dos doentes hipertensos, apenas 11% têm os níveis da sua pressão arterial controlados.
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“É, de facto, uma matéria preocupante, principalmente se pensarmos que Portugal, comparativamente aos restantes países da Europa Ocidental, tem muito mais acidentes vasculares cerebrais (AVC): a principal causa de mortalidade no nosso País”, diz o Dr. José Nazaré, chefe de serviço de Cardiologia do Hospital de Egas Moniz.
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Por estar intimamente ligada à ocorrência de AVC, a pressão arterial elevada deve ser alvo de uma “vigilância apertada”. Assim, como afirma o cardiologista, “para que se possa diagnosticar, é necessário que as pessoas façam medições regulares da pressão arterial, nas farmácias, em casa ou no consultório médico”.
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As últimas recomendações europeias da HTA, elaboradas pela Sociedade Europeia de Hipertensão, em parceria com a Sociedade Europeia de Cardiologia, fixam as normas de diagnóstico e tratamento dos doentes hipertensos, enquadradas num contexto de risco cardiovascular global. “Olhar para a hipertensão como um factor de risco isolado não é suficiente. É preciso considerar outros elementos, nomeadamente se se trata um doente diabético, se tem outros factores de risco associados ou se já teve, previamente, um evento cardiovascular”, prossegue.
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Segundo o especialista, o conceito de normalidade da pressão arterial depende do tipo de doente e do número de factores de risco associados. “Se estivermos perante um doente apenas com HTA, sem outras complicações, o objectivo da terapêutica é alcançar valores abaixo dos 140/90 mmHg. Mas, se por outro lado, for um doente diabético, se tiver insuficiência renal ou houver registo de antecedentes de enfarte ou AVC, a meta será atingir níveis inferiores a 130/80 mmHg.
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”Muito embora os medicamentos sejam uma “ferramenta fundamental” na normalização dos níveis de pressão arterial, o cardiologista defende que os resultados terapêuticos não devem depender, em exclusivo, da sua administração. A modificação dos estilos de vida, de onde se inclui a cessação tabágica, prática de exercício físico regular (recomenda-se andar a pé 30 a 40 minutos diários), redução do peso e uma alimentação equilibrada, com baixo teor de sal, são medidas complementares que, em simultâneo, concorrem “para a diminuição dos níveis da pressão arterial e aumentam a eficácia dos medicamentos anti-hipertensivos”.
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Classificação da PA (segundo as recomendações europeias)
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-Pressão arterial “óptima”: - valores abaixo dos 120/80 mmHg (milímetros de mercúrio: unidade de medição da pressão arterial);
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-Pressão arterial normal: valores situados entre os 120/80 e os 130/85 mmHg;
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-Pressão arterial “média alta”: quando os valores se situam no intervalo de 135/85 e 140/90. Segundo o especialista, “este grupo tem uma maior probabilidade de, nos anos seguintes, evoluir para uma situação de verdadeira HTA”. Recomenda-se, por isso, especial atenção para a modificação do estilo de vida e uma medição mais frequente da pressão arterial;-
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-Pressão arterial alta: valores acima dos 140/90. Dentro deste grupo, a HTA pode classificar-se como ligeira ou grave; nas palavras de José Nazaré, este grupo “necessita de instituição de terapêutica com fármacos”. Fonte: Jornal do Centro de Saúde
1 comentário:
A hipertensão é um mal dos nossos dias que tem muito a ver com a alimentação incorrecta e a falta de exercício fisico
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