domingo, 24 de fevereiro de 2008

Aumento da obesidade e do risco de AVC nas mulheres de meia-idade



Problema mais grave que nos homens
EUA: aumento da obesidade e do risco de AVC nas mulheres de meia-idade

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As mulheres de meia-idade estão hoje mais obesas e têm mais possibilidade de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do que há uma década atrás, revela um estudo divulgado na conferência internacional da Associação Norte-americana de AVC, em Nova Orleães.

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Uma análise dos níveis de prevalência de AVC nos Estados Unidos entre 1999 e 2004 revelou que as mulheres de meia-idade, entre os 35 e os 54 anos, tinham mais do dobro de hipóteses do que os homens da mesma idade de sofrerem um AVC, segundo Amytis Towfighi, o investigador do Departamento de Neurobiologia da Universidade da Califórnia do Sul, em Los Angeles que liderou este trabalho.

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Os investigadores analisaram dados dos institutos nacionais de Saúde norte-americanos em dois períodos, entre 1988-1994 e 1999-2004, para tentarem perceber se era um fenómeno novo e para explorarem as potenciais contribuições de factores de risco vascular para a prevalência dos níveis de AVC. Descobriram que enquanto 1,79 por cento das mulheres com idade entre os 35 aos 54 que participaram na segunda amostra relataram que tinham tido um AVC, apenas 0,63 por cento das mulheres das mesmas idades que participaram na primeira amostragem relatarem um AVC.

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Os investigadores compararam os dois grupos segundo variáveis baseadas em historiais médicos (se são ou não fumadoras, diabetes, ataque cardíaco, hipertensão), uso de medicação e marcadores clínicos.

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Não descobriram diferenças significativas quanto à presença de factores de risco cardiovasculares convencionais, como a pressão sanguínea, colesterol total, colesterol lipoproteico (conhecido como ‘mau colesterol’), tabaco, doença cardíaca, alta pressão sanguínea e diabetes.

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No entanto, a evolução dos marcadores clínicos mostrou um aumento da média de peso e da massa corporal (IMC) e também que mais mulheres do grupo mais recente tomavam medicação para controlar a pressão sanguínea e o colesterol.

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De facto, 14,8 por cento das mulheres no segundo grupo relataram usarem medicação para baixar a pressão sanguínea, comparadas com 8,9 por cento do primeiro grupo, e quase quatro por cento das mulheres do segundo grupo usavam medicação para baixar o colesterol, contra 1,4 por cento de mulheres do primeiro grupo.

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“As mulheres do segundo grupo eram também significativamente mais obesas do que as mulheres de uma década atrás, com uma média de massa corporal de 28,67 kg/m2, contra os 27,11 kg/m2 da década anterior”, disse Towfighi.

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Um IMC de 25,0 a 30,0 é considerado sobrepeso, enquanto um IMC de 30,1 ou mais é considerado obesidade. As mulheres do segundo grupo tinham uma média de medida de cintura quase quatro centímetros superior à das mulheres do primeiro estudo e ainda tinham uma mais elevada média de hemoglobina glicosada (um indicador de pouco controlo do nível de açúcar no sangue).

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Os investigadores concluíram que, apesar de os factores de risco tradicionais, como a pressão sanguínea elevada, não serem mais altos hoje do que nos anos 90, a obesidade e os marcadores dos níveis de açúcar no sangue estão a aumentar entre as mulheres de meia-idade, relacionando este crescimento com o aumento de AVC no mesmo grupo etário.

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“A obesidade abdominal é conhecida por predizer a possibilidade de um AVC nas mulheres e deve ser considerado um maior factor de risco para os AVC que atingem as mulheres”, disse Towfighi, salientando a “necessidade de intensificar esforços em restringir a epidemia da obesidade”.

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Dados do estudo

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Apresentação: realizada no dia 20 de Fevereiro, durante a Conferência Internacional sobre AVC, realizada em Nova Orleães pela Associação Americana de AVC.

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Autores: Amytis Towfighi, M.D, professor assistente de neurologia da Universidade da Califórnia do Sul; Daniel T. Lackland, Ph.D., professor de epidemiologia da Universidade da Carolina do Sul. (Público)

1 comentário:

SILÊNCIO CULPADO disse...

A obesidade é um atraso cultural dos países mais desenvolvidos.