domingo, 17 de fevereiro de 2008

Clube "Rei Coração"

Cardiologia: Fundação Portuguesa de Cardiologia reaviva Clube "Rei Coração" face a incidência de acidentes coronários
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Os acidentes coronários continuam a provocar por ano, em Portugal, perto de 4.500 mortes imediatas, razão que levou a Fundação Portuguesa de Cardiologia a reavivar o Clube "Rei Coração" tornando-o um grupo de intervenção comunitária.
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O clube foi criado em 1997, mas perante a estabilização do número de doentes coronários, em vez da sua diminuição, a Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) decidiu relançar hoje o projecto, na véspera do Dia Nacional do Doente Coronário, transformando o clube num grupo de intervenção comunitário, com a prevenção como objectivo fundamental.
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"Vai ser lançado um jornal do coração que vai ser inserido em vários órgãos de informação de âmbito nacional e vai ter uma distribuição pelos hospitais e centros de saúde (...), vamos ter iniciativas de âmbito de formação, vamos alertar as pessoas para o problema da tensão arterial, do colesterol elevado, para o problema do tabagismo e para o problema da obesidade. E vamos, claro, continuar com os rastreios", explicou à Lusa o coordenador-geral do Clube "Rei Coração", Carlos Catarino.
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Durante a apresentação do projecto relembrou-se a forma como as doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte, doença e custos em saúde na população portuguesa.
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"Ocorrem - é um número estimativo - cerca de 29 mil acidentes coronários em Portugal por ano, dentro dos quais 9.000 são totais (fatais). Metade dos que morrem, morrem imediatamente ou na primeira hora", revelou o presidente da FPC, Manuel Carrageta.
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De acordo com o presidente da FPC, os 4.500 casos de mortes imediatas são explicados com as pessoas que têm um enfarte do miocárdio em casa ou na rua e cujo cérebro fica sem irrigação mais de seis minutos.
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É por este motivo que, para Manuel Carrageta, faz todo o sentido apostar na prevenção das doenças coronárias.
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"Faz todo o sentido, não apenas a prevenção em termos de vacinas, mas também do enfarte do miocárdio que pode ser fatal logo inicialmente. Depende do estilo de vida, temos de ter um estilo de vida muito saudável, em termos de alimentação, uma dieta mediterrânica, dieta rica em vegetais, fruta, azeite, peixe, vinho com moderação à refeição, pouca gordura animal, actividade física regular, sendo suficiente a marcha, cerca de meia hora por dia e não fumar", defendeu o presidente da FPC.
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Presente na cerimónia, o subdirector-geral de saúde José Robalo admitiu que as doenças coronárias ficam caras ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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"É evidente que estas doenças têm um peso muito grande, quer os AVC [Acidente Vascular Cerebral] quer as doenças coronárias, têm um peso muito significativo porque são as causas principais de morte em Portugal e, sendo as causas principais de morte, representam quer em termos de internamentos, quer em termos de medicação um peso muito significativo", adiantou José Robalo.
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De acordo com o subdirector-geral da Saúde, a medicação sozinha não consegue controlar este tipo de doenças, razão pela qual a DGS tem como "objectivo principal" para este ano "desenvolver e promover de uma forma muito significativa a luta quer contra a obesidade quer contra os fumadores passivos".
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No que diz respeito ao fumo, a principal medida tem que ver com a entrada em vigor da Lei do Tabaco, enquanto que no caso da obesidade, o plano passa por uma plataforma na DGS com atenções viradas quer para a prevenção primária quer para os casos de obesidade mórbida.
(RTP)

2 comentários:

Tiago R Cardoso disse...

Tem aqui de facto um excelente local, neste momento está em "Blogue em destaque" no Notas Solta.

Filomena Ferreira disse...

Agradeço ao Notas Soltas a especial deferência em colocar este blogue em destaque especial.