terça-feira, 27 de maio de 2008

Aljustrel lidera risco de morte por cancro

Alvito lidera nas doenças do aparelho circulatório
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Aljustrel e Alcochete foram os concelhos do Continente com o maior risco de mortalidade por cancro no Continente entre 2000-2004 e o Alvito teve o maior registo de óbitos por doenças ligadas ao coração, segundo um estudo apresentado esta terça-feira, noticia a agência Lusa.
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Estas conclusões - bem como a falta de coincidência entre as taxas mais elevadas de mortalidade e de internamentos - constam do livro «Análise da Mortalidade e dos Internamentos Hospitalares por Concelhos de Portugal Continental (2000 e 2004)», apresentado em Lisboa, na presença do ex-ministro da Saúde Correia de Campos.
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Nesta primeira fase do estudo, foram analisados os óbitos e os internamentos de acordo com quatro grandes grupos de causas: «todas as causas, excepto causas externas» (que incluía 95 por cento do total de óbitos em Portugal Continental entre 2000 e 2004), doenças do aparelho respiratório, doenças do aparelho circulatório e neoplasias malignas (cancro).
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Da análise feita concluiu-se que os internamentos ocorreram a Norte, com a Covilhã a liderar a tabela. Apenas em Lisboa e Vale do Tejo se encontrou um número reduzido de concelhos com taxas de mortalidade e internamento superior ao percentil 90.
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Dos três grandes grupos estudados de doenças, as regiões de Lisboa e Beja são das mais citadas em termos de cancro e patologias do aparelho circulatório, enquanto nas doenças respiratórias as maiores taxas padronizadas estão no Centro e Norte, com alguns concelhos de Lisboa e Vale do Tejo a destacarem-se por pneumonia e gripe.
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Quanto a doenças do aparelho circulatório, onde se incluem as cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais (AVC), provocaram no período em estudo quase 40 por cento dos óbitos totais e 14,5 por cento dos internamentos.
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O concelho do Alvito registou as maiores taxas de mortalidade em todas as doenças do aparelho circulatório, incluindo os acidentes vasculares cerebrais e a doença isquémica do coração, que pode provocar enfartes.
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As neoplasias malignas (cancro) foram responsáveis por 22,2 por cento das mortes e 6,5 por cento de internamentos, com o maior risco de mortalidade a constatar-se nos distritos de Beja, Setúbal, Porto e alguns concelhos do distrito de Viana do Castelo.
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Beja somou os maiores valores no geral e também em termos de neoplasias malignas de brônquios e pulmões.
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Segundo o estudo, em zonas como Penamacor e Fundão há mais do dobro do risco de internamento.
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Já as doenças do terceiro grande grupo, as relacionadas com o aparelho respiratório, provocaram 9,1 por cento da mortalidade e 9,8 dos episódios de internamento.
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As maiores probabilidades de morte ou de ser ser internado devido a estas doenças é no Centro e Norte, principalmente no Porto e Aveiro, enquanto os valores mais baixos encontram-se em alguns concelhos do Alentejo e do interior.
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Para a população residente no concelho de Bragança, o risco de internamento hospitalar foi sempre superior ao do continente, atingindo um máximo no caso da pneumonia e gripe.
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Da autoria de Rita Nicolau, Ausenda Machado, José Marinho Falcão e Baltazar Nunes, o livro é o resultado da conclusão da primeira de três fases do projecto GeoFASES (análise Geográfica de Factores Ambientais e Socio-Económicos em Saúde. (Portugal Diário)

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