sexta-feira, 2 de maio de 2008

Cogumelo eficaz no combate ao cancro do colo do útero

Estudo do IPO de Coimbra com suplemento alimentar
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Um suplemento alimentar à base de um cogumelo revela "grande eficácia" no combate ao cancro do colo do útero, revelou um especialista do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra, que participou num estudo com 43 doentes.
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O director da Unidade de Patologia Cervical do IPO, José Silva Couto, revelou que, durante um ano, foi feito um tratamento com "Coriolus Versicolor" a um grupo de mulheres acompanhadas no IPO de Coimbra. A investigação foi feita em co-autoria com o director do Serviço de Ginecologia, Daniel Pereira da Silva.
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O impacto terapêutico do “Coriolus Versicolor” foi "muito positivo", disse José Silva Couto, realçando a eficácia do uso de comprimidos à base deste cogumelo, cujo "efeito imunomodulador" é conhecido em várias culturas antigas da Ásia.
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Este cogumelo ajuda a equilibrar “o sistema imunitário em pacientes submetidos a quimioterapia e radioterapia", refere uma síntese do estudo.
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Um grupo de 43 mulheres com lesões cervicais, provocadas pelo "Human Papilona Vírus" (HPV) e confirmadas através de citologia, colposcopia e biopsia, foi dividido ao acaso em dois subgrupos.
Um dos subgrupos (22 pacientes) recebeu suplementação com "Coriolus Versicolor" durante um ano, tomando seis comprimidos por dia, num total de três gramas. As restantes 21 doentes, o denominado "grupo de controlo", não foram abrangidas pelo tratamento.
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Em 43 doentes que iniciaram o ensaio, só 39 completaram o protocolo, levando até ao fim um ano de acompanhamento. Das 18 que utilizaram "Coriolus Versicolor" ao longo de um ano, 13 (72,5 por cento) manifestaram "citologia cervical normal".
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Em contrapartida, das 21 pacientes que não receberam suplementação, apenas 10 tinham "citologia cervical normal" (47,5 por cento).
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Os números demonstram uma vantagem no grupo que foi submetido ao tratamento com o cogumelo “Coriolus Versicolor”, como sublinham os autores do estudo.
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José Silva Couto e Daniel Pereira da Silva concluíram, em resumo, que tal suplementação, além do "impacto positivo" na regressão das lesões de baixo grau, pode ajudar também as doentes sujeitas a tratamento por lesões de alto grau (HSIL), quando "o HPV de alto risco persiste após a cirurgia". (Jornal de Notícias)

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