sábado, 24 de maio de 2008

Saúde: Candidatos à liderança do PSD querem destruir o SNS, diz Francisco Louçã

O líder do BE, Francisco Louçã, acusou hoje os candidatos à liderança do PSD de quererem destruir o Serviço Nacional de Saúde (SNS), criando "um serviço de misericórdia" para pobres e outro "de grande qualidade" para ricos.
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O coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda (BE) falou à comunicação social no final de uma visita ao Hospital de S. Francisco Xavier, que integra o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.
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Francisco Louçã, que visitou o hospital acompanhado pelo deputado bloquista João Semedo, apresentou um projecto de lei que atribui "a qualquer cidadão admitido num serviço de urgência do SNS o direito de acompanhamento por familiar ou amigo" e contestou as posições dos candidatos à liderança do PSD sobre a saúde.
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"Parece que quase todos os candidatos do PSD, senão todos, estão de acordo em desmantelar a universalidade do SNS, querem acabar com o acesso igualitário de todas as pessoas que pagam os seus impostos e que têm direito a serem tratadas com a melhor competência, quer dizer, querem destruir o SNS", observou.
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Na sexta-feira à noite, durante um debate na TVI, os candidatos à liderança do PSD Manuela Ferreira Leite e Pedro Passos Coelho declararam-se a favor do fim do SNS tendencialmente gratuito para todos, defendendo que sirva quem tem menos recursos.
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Manuela Ferreira Leite argumentou que actualmente "aqueles que têm muitos recursos não usam esse mau serviço, pagam impostos para manter esse serviço e simultaneamente tornam a pagar o serviço porque vão aos serviços privados".
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Segundo Francisco Louçã, os candidatos à liderança do PSD e o Governo do PS "estão muito de acordo" em matéria de saúde.
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"Instalou-se no Governo do PS e na direita uma espécie de consenso que é o seguinte: Deve haver um serviço de misericórdia para que os pobres sejam tratados e depois deve haver um serviço de saúde de grande qualidade para quem o pode pagar", considerou.
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"Nós não queremos que a diferença da carteira tenha nenhum peso na qualidade do serviço de saúde a que as pessoas têm direito", contrapôs.
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"Qualquer pessoa tem de ter direito aos melhores médicos, às melhores competências, ao melhor atendimento, ao máximo respeito. Isso é que um SNS. É para isso que pagamos impostos, para que haja o cuidado de todos em relação a todos", defendeu o líder do BE.
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Francisco Louçã reforçou que "é preciso afirmar radicalmente a exigência desse mínimo de democracia que é o SNS", assegurando que "as pessoas são diferentes na sua vida, na sua profissão, na sua riqueza, mas têm que ser iguais quando estão confrontadas com o desespero de um problema grave de saúde".
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"É por isso que propomos, também em pequenas medidas como o acompanhamento por um familiar nos serviços de urgência, uma generalização de regras iguais para todos", acrescentou.
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"Seis milhões de pessoas estiveram no ano passado nas urgências, muitas delas submetidas a dificuldades, estão no corredor, demoram a ser atendidas, estão desesperadas, têm medo. O atendimento e a humanização do serviço passam por medidas simples", afirmou Louçã.
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O projecto de lei do BE apresentado hoje impõe às instituições do SNS com serviços de urgência que procedam às alterações necessárias nas suas instalações "no prazo de 180 dias" para "permitir que os doentes possam usufruir do direito de acompanhamento".
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O diploma ressalva que, por regra, "não é permitido acompanhar ou assistir a intervenções e outros exames ou tratamentos" que possam ser prejudicados pela presença de um acompanhante.
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Francisco Louçã criticou o Governo por ter "deixado sair cem profissionais deste centro hospitalar" de Lisboa Ocidental e referiu que "saíram quase mil médicos do conjunto do SNS recentemente".
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Para responder à saída de médicos, adiantou que o BE apresentará "dentro de pouco tempo um projecto de lei que tem uma longa preparação" estabelecendo a "criação de uma carreira do serviço público que seja muito qualificada".(Notícias.sapo.pt)

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