sexta-feira, 2 de maio de 2008

Câmaras recorrem a CUBA

Operações:
Castro Marim e Aljezur assinam protocolos
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Mais duas Câmaras algarvias – Castro Marim e Aljezur – acabam de celebrar protocolos com os serviços médicos de Cuba, apurou o CM. O objectivo é permitir o tratamento de munícipes com problemas oftalmológicos naquele país. Vila Real de Santo António foi o município pioneiro neste tipo de cooperação.
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Aljezur conta já com uma dezena de inscritos. Manuel Marreiros, presidente da autarquia, disse ao CM que "os primeiros quatro munícipes seguirão no dia 9 de Maio para Cuba". O edil frisa que "há casos de pessoas quase cegas", devido à falta de resposta atempada dos serviços públicos de saúde portugueses. Esses doentes não têm meios económicos para recorrer a clínicas privadas.
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O autarca refere que "o preço da operação é quase zero, dado que o valor a pagar pela Câmara inclui, além dos exames e do transporte em território cubano, o alojamento por 15 dias. E salienta ainda que "há problemas que em Portugal não têm solução e que lá têm".
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Segundo o protocolo, o custo por paciente intervencionado às cataratas é de 1300 euros, ao pterígio de 450 euros, à retinose pigmentar de 4500 euros, ao glaucoma de 750 euros e ao estrabismo de 600 euros. A intervenção cirúrgica a miopias, hipermetropias e o tratamento com excimer laser orça em 3000 euros.
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Castro Marim foi outro concelho que celebrou, há poucos dias, um acordo com Cuba. O presidente da autarquia diz que ainda não está marcada a deslocação de doentes, mas "esta é mais uma porta aberta em caso de necessidade".
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José Estevens recorda que, desde há seis anos, a autarquia apoia quem precisa de ser operado em clínicas privadas e não tem meios para isso. Cinquenta munícipes já foram intervencionados, o que implicou o investimento de 60 mil euros.
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FORAM OPERADAS 150 PESSOAS
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O município de Vila Real de Santo António foi percursor no encaminhamento de doentes para Cuba. Desde Setembro do ano passado, centena e meia de munícipes já foram tratados naquele país, o que se traduziu num custo para a autarquia de 125 mil euros. "Não podíamos deixar as pessoas cegas. Há quem estivesse à espera de tratamento há cerca de uma dezena de anos", salienta o presidente da autarquia.
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Luís Gomes acrescenta que a medida é destinada a munícipes carenciados, sem hipóteses económicas de recorrer a clínicas privadas. A maior parte é idosa, mas há também "alguns jovens que não podiam trabalhar por falta de visão". O edil considera que em determinadas valências, as respostas oferecidas no nosso país estão ainda "a nível do terceiro mundo". (Correio da Manhã)

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