quarta-feira, 21 de maio de 2008

PODOLOGIA: Portugueses preocupam-se pouco com a saúde dos pés

De acordo com um estudo realizado em 2007 pela Associação Portuguesa de Podologia, 86 por cento dos portugueses sofre de doença nos pés, sendo as mais frequentes as onicomicoses, o pé-de-atleta e as hiperqueratoses. No entanto, apenas 12 por cento das pessoas já foi a uma consulta de podologia, a ciência na área da saúde que estuda o pé.
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Enquanto base de sustentação de todo o corpo, os pés devem ser alvo de cuidados especiais, nomeadamente para prevenir as patologias que frequentemente os assolam.
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"Em primeiro lugar devemos olhar para os pés como mais um órgão do nosso corpo e não como um acessório" alerta Manuel Azevedo Portela, presidente da Associação Portuguesa de Podologia.
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De acordo com este especialista "devemos lavar os pés todos os dias, com um sabonete de PH neutro, porque a pele tem um PH alcalino e há determinado tipo de microorganismos, nomeadamente os fungos, que se desenvolvem neste tipo de meio". Após a lavagem é importante secar muito bem os pés, "principalmente nos espaços interdigitais, ou seja, entre os dedos, porque associado ao excesso de transpiração, se deixarmos humidade no meio dos dedos a pele começa a ficar mais macerada e sensível", refere Manuel Azevedo Portela, aconselhando também o uso de um creme hidratante específico para os pés, nomeadamente na zona onde a pele é mais grossa e mais seca.
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Pelo contrário, "na zona interdigital nunca se deve colocar creme hidratante, para que não fique com excesso de humidade", adverte o especialista. Após estes cuidados podem calçar-se meias, mas é importante que estas sejam de fibras naturais, tais como a seda, o algodão ou a lã, porque permitem que o pé respire com mais facilidade e são mais absorventes em relação ao excesso de transpiração.
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Além disso, de acordo com o presidente da Associação Portuguesa de Podologia "devemos optar sempre por sapatos de fibras naturais, confortáveis e adequados ao tamanho do pé". No caso das senhoras, o uso de saltos altos não é, contudo, desaconselhado, no entanto, é importante ter em atenção o tamanho desses mesmos saltos, uma vez que estes nunca devem ultrapassar os três ou quatro centímetros.
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Manuel Azevedo Portela, salienta, por outro lado, que "existem também muitas patologias que se prendem com o uso de chinelos, que obriga a que o pé adopte um determinado tipo de posição para segurar o calçado, nomeadamente os dedos em garra, o que pode produzir lesões, não a curto, mas sim a médio e longo prazo".
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Relativamente à estética, os cuidados de beleza não são vistos pelos especialistas como prejudiciais para a saúde do pé, muito pelo contrário, desde que sejam feitos correctamente.
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"Pintar as unhas, por exemplo, não tem nada de mal, mas é preciso ter atenção à remoção das cutículas, que funcionam como uma barreira de protecção entre a unha e a pele.
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Existem determinados tipos de microorganismos no pé que são comensais, ou seja, que estão em contacto com o nosso pé mas que não provocam danos, a não ser que exista alguma alteração nas defesas do nosso organismo e se crie uma porta de entrada", esclarece o especialista, frisando que as pessoas "podem e devem arranjar os pés, pintar as unhas ou colocar unhas de gel, mas só se forem saudáveis, nunca para camuflar patologias.
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Sempre que as pessoas notem alguma alteração ao nível estético, devem ter em atenção que se trata de um problema de saúde e que deve ser tratado como tal, numa consulta de podologia. (Dica da Semana)

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