quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Psoríase tem taxas de suicídio superiores às dos doentes com cancro

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A psoríase, que atinge mais de 250 mil portugueses e cujo dia mundial se assinala hoje, apresenta taxas de suicídio superiores às dos doentes com cancro.
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Os efeitos da psoríase e da artrite psoriática são devastadores quer ao nível físico quer psicológico”, comenta João Cunha, o presidente da PSOPortugal - Associação Portuguesa da Psoríase. O responsável baseia-se em estudos internacionais para dizer que estas doenças representam taxas de suicídio superiores às dos doentes com cancro.
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Hoje comemora-se o Dia Mundial da Psoríase e João Cunha lembrou o preconceito e o estigma que ainda existem em torno desta doença, que não é contagiosa.
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“A aparência das lesões na pele provoca um grande impacto e por isso há muitos doentes que se sentem de tal forma incomodados com os olhares de repulsa quando estão em locais públicos que se recusam a sair de casa”.
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Associação quer que doença seja reconhecida como incapacitante
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A psoríase afecta 125 milhões de pessoas em todo o mundo e mais de 250 mil portugueses. A PSOPortugal luta para que a doença seja reconhecida como crónica e incapacitante e para que os medicamentos sejam comparticipados.
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“Por vezes, há uma clara incapacidade para se conseguir fazer a vida normal. Houve um associado que não conseguia ir trabalhar, porque tinha os pés em chagas, mas o médico não lhe podia passar uma baixa por psoríase”, relata João Cunha.
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Actualmente, a “esmagadora maioria dos doentes gasta mais de 200 euros por mês na farmácia”, refere João Cunha, baseando-se numa sondagem feita pela PSOPortugal junto dos associados.
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Mas há quem não tenha capacidade financeira para se tratar. “Como a doença não mata, não se tratam. As pessoas até vão ao médico mas quando chegam à farmácia não conseguem levar os medicamentos para casa, porque têm de optar entre comer ou comprar os medicamentos”, alerta.
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No passado dia 15, no primeiro dia da nova legislatura, a associação entregou na Assembleia da República uma petição com 11.517 assinaturas a pedir a comparticipação a 100 por cento de seis medicamentos.
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Sem tratamento, a doença vai-se agravando. “Existem doentes que têm 90 por cento do corpo com psoríase”, indica João Cunha. Para combater o isolamento, a associação está a angariar fundos para criar uma linha telefónica “para que as pessoas possam conversar e ter apoio psicológico, refugiadas pelo anonimato do telefone”.
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